sábado, 5 de janeiro de 2008

Venezuela considera circulação de nova moeda "excelente"

da Folha Online

O ministro das Finanças da Venezuela, Rodrigo Cabezas, qualificou nesta terça-feira de "absolutamente excelente" a circulação da nova moeda do país, o bolívar forte, que retira três zeros do antigo bolívar.

"Posso dizer que até agora não tivemos nenhum inconveniente no que se refere à resposta da mudança da plataforma tecnológica" dos bancos. Os saldos das contas bancárias "já estão expressos em bolívares fortes e os caixas estão operando", afirmou aos jornalistas.

"Em todo o sistema financeiro, do ponto de vista interno dos bancos, e do ponto de vista contábil, a contabilidade em bolívares fortes já está expressa", indicou.

O titular de Finanças afirmou que "o mais importante, para o público, é que todos os saldos das contas poupança e contas correntes também já estão representados em bolívares fortes".

Ele garantiu que os caixas eletrônicos dos bancos "estão todos operando", mas que amanhã será "o dia em que os venezuelanos poderão ter acesso aos bolívares fortes", em função do feriado do dia 1º de janeiro.

Cabezas recomendou aos cidadãos e aos bancos que sempre tenham à mão a tabela de equivalência divulgada pelo governo e informou que na quarta-feira ela "sairá na mídia impressa de todo o país" de novo.

"A partir de hoje, a Venezuela deixa de ser o único país (na América do Sul) que tinha bilhetes de alta numeração", afirmou.

A série de seis bilhetes e sete moedas retira três zeros do antigo bolívar. Essa é a única mudança prática causada pela mudança. A nova moeda não virá acompanhada de reformas econômicas.

A paridade cambial oficial, congelada, de 2.150 bolívares antigos, corresponde agora a 2,15 bolívares fortes por US$ 1. No câmbio paralelo, US$ 1 equivale a 5,7 bolívares fortes, segundo a cotação desta segunda-feira.

Durante esta terça-feira, em que os bancos e o comércio ficaram fechados, o governo optou por reforçar a campanha explicativa do que denomina de "reconversão monetária", principalmente através da televisão.

Gastón Parra Luzardo, presidente do Banco Central da Venezuela (BCV), ressalta que "a circulação simultânea das duas famílias monetárias se estenderá por, no mínimo, seis meses".

A partir de amanhã e pelo menos até meados de janeiro, "especialistas e facilitadores do BCV" estarão em shoppings, mercados, terminais de passageiros e outros pontos de muito movimento "para tirar qualquer dúvida que possa aparecer e respondê-la de maneira didática e simples", acrescentou.

A Venezuela enfrenta atualmente a maior inflação da América Latina, um câmbio paralelo fora de controle e uma série crise de abastecimento de produtos básicos, como o leite. Analistas acreditam que a nova moeda não ajudará a reverter o quadro.

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