terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Chávez é nomeado presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou neste domingo que aceitava sua designação como presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), decidida por unanimidade na quinta assembléia do congresso de fundação desta legenda política.

"Não me resta nada mais além de aceitar. Eu o aceito e assumo o desafio, mas peço a ajuda de todos. Unidade, unidade, unidade. Muita discussão interna, criatividade, responsabilidade", disse Chávez em seu programa dominical "Alô Presidente".

O governante venezuelano encorajou os militantes a "trabalhar". "Um verdadeiro militante revolucionário não pode ser corrupto (...) eu não tenho nada nem quero nada para mim, absolutamente nada", disse.

Chávez pediu que os membros do PSUV assumam "sua militância com responsabilidade" e se construa "o maior partido, por sua eficiência e consciência revolucionária, na história da Venezuela".

A designação de Chávez como presidente do partido aconteceu em uma assembléia plenária a portas fechadas na qual participaram mais de 1.800 delegados na cidade de Puerto La Cruz, leste de Caracas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Venezuela: Tintas "verdes" portuguesas procuram oportunidade no acordo comercial entre Lisboa e Caracas

As empresas portuguesas Triquímica Soluções Químicas e Ambientais, S.A. e Euronavy foram contactadas pela Petróleos de Venezuela (PDVSA) para estarem presentes na Feira de Caracas, a realizar-se em Abril, com a presença prevista do primeiro-ministro, José Sócrates, onde vão ser assinados os contratos para a exportação de produtos, já estabelecidos, de Portugal para a Venezuela.

"Este acordo abre as portas para a exploração mundial do mercado petrolífero", afirmou Idílio Santos, supervisor comercial da empresa Triquímica.

Esta empresa, sediada perto do Autódromo de Estoril, nos arredores de Lisboa, aliciou o mercado petrolífero venezuelano com "o produto de tratamento para a protecção anti-corrosiva de navios e plataformas petrolíferas, acima e abaixo da linha de água", esclarece.

O produto, o Triecoprimer K1, ao fim de quatro anos de estudos e ensaios, recebeu a certificação do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES), petrolífera brasileira.

Com um produto semelhante, a Euronavy, única empresa não americana a fabricar tintas para os navios da armada dos EUA, espera fornecer o mercado venezuelano "com tintas para a pintura debaixo de água, que é tolerante à humidade e outros produtos complementares", disse à lusa Nuno Ribeiros do departamento de Operações Internacionais da Euronavy.

A presença de empresas portuguesas no mercado venezuelano, segundo a fonte da empresa Triquima, evidencia-se como uma "excelente criação de receitas e visibilidade para Portugal".

As empresas portuguesas Euronavy e Triquíma apresentam produtos de vanguarda no sector da indústria naval já reconhecidos por vários países, apresentando-se agora sob a mira do mercado petrolífero venezuelano.

A 03 de Fevereiro, os governos de Lisboa e Caracas assinaram um protocolo com o objectivo de aumentar as exportações nacionais para a Venezuela até ao valor da importação de petróleo proveniente deste país para Portugal.

Para tal, constituiu-se como base uma lista de produtos, indicada pela Venezuela, cujas áreas prioritárias são produtos alimentares, construção e engenharia civil, energias renováveis, medicamentos e construção naval.

CZS.

Lusa/Fim.

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Cristina Kirchner se reunirá com Chávez em março

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, prevê viajar para a Venezuela no próximo dia 5 de março para se reunir com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

A chefe de Estado argentina planeja realizar uma breve visita à Venezuela para assinar acordos comerciais, embora a viagem "deva ser confirmada ainda de forma oficial", informaram os porta-vozes do governo a meios de comunicação locais.

Durante o encontro, ambos os líderes firmariam pactos para trocar energia por alimentos e manufaturas vinculadas ao setor agropecuário.

A Argentina elevará os envios de carne bovina à Venezuela em mil toneladas mensais, além de aumentar suas exportações a Caracas de leite e farinha de trigo, entre outros produtos.

Em troca, o governo venezuelano manterá seus envios --como vem fazendo desde 2004-- de combustível para calefação doméstica.

Esses dispositivos foram estipulados esta semana durante uma reunião de negócios realizada na capital venezuelana por delegações governamentais dos dois países.

A presidente argentina deve permanecer por apenas algumas horas na Venezuela, já que depois partirá a Santo Domingo para participar da próxima cúpula do Grupo do Rio, que acontecerá entre 3 e 7 de março.

O Grupo do Rio --criado em 1986, no Rio de Janeiro-- promove consultas políticas em alto nível e com um grau mínimo de institucionalização para contenção de processos que colocam em risco a ordem democrática entre seus países-membros, incluindo o Brasil.

A visita da presidente da Argentina à Venezuela é anunciada depois de ambos os países terem se envolvido no chamado "caso da mala", em agosto do ano passado.

Na ocasião, a Alfândega argentina confiscou US$ 800 mil do empresário venezuelano Guido Antonini Wilson, que tentava entrar em Buenos Aires sem declarar a quantia.

O empresário viajou de Caracas a Buenos Aires a bordo de um avião fretado pela estatal Enarsa (Energia Argentina), no qual viajavam também funcionários da PdVSA (Petróleos de Venezuela SA), às vésperas de uma visita à Argentina do presidente venezuelano, Hugo Chávez.

A Justiça dos EUA chegou a suspeitar de que os US$ 800 mil apreendidos com Wilson estavam destinados a financiar a campanha eleitoral da atual presidente da Argentina.

Colômbia e EUA são "campeões mundiais do narcotráfico", diz Chávez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste sábado que as autoridades dos Estados Unidos e da Colômbia são os verdadeiros "campeões mundiais do narcotráfico", mas que acusam as da Venezuela, e ele pessoalmente, para "se esconderem".

Os dirigentes dos dois países "administram todos os mecanismos financeiros ilícitos", mas acusam a Venezuela "de ser um paraíso para o narcotráfico e o terrorismo" como uma forma de pretender "lavar as mãos e de se esconder", afirmou Chávez.

A acusação do presidente, durante uma reunião pela fundação do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), aconteceu um dia depois de o governo assegurar que, durante a gestão do presidente dos EUA, George W. Bush, a distribuição e o consumo de drogas naquele país triplicaram.

Isso foi possível, segundo uma nota do governo venezuelano, graças à "cumplicidade" de funcionários de Washington.

O governo de Chávez respondeu assim ao embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, William Brownfield, que afirmou na sexta-feira que a quantidade de drogas que passa pela Venezuela "multiplicou por 15" desde 2002.

"O governo venezuelano rejeita energicamente as acusações do tristemente célebre ex-embaixador dos Estados Unidos na Venezuela", que desta forma evidencia "a agressividade irracional" que atribui à "fase terminal" do governo Bush, que "insiste em atacar da Colômbia o governo e o povo" da Venezuela.

Ele acrescentou que o governo de Chávez "não permitirá que os Estados Unidos, principal causador da praga do narcotráfico internacional, aponte a Venezuela como culpado de vícios gerados pela decomposição social e a corrupção moral a que conduz o irracional modelo de organização sócio-econômico do país."

Chávez disse que as declarações de Brownfield se somam "às agressões" que outros funcionários americanos lançaram contra a Venezuela da Colômbia" em janeiro, entre eles "o fracassado Czar Antidrogas, John Walters, e o chefe de Estado-Maior, Michael Mullen".

"O governo venezuelano pede às autoridades colombianas que solicitem aos funcionários do Governo dos Estados Unidos presentes na Colômbia que suspendam seus sistemáticos ataques e ofensas, da Colômbia, contra nosso país", afirmou.

O embaixador da Colômbia na Venezuela, Fernando Marín, recebeu hoje da Chancelaria venezuelana uma "observação verbal" pelo silêncio de Bogotá diante das declarações de funcionários americanos contra a administração de Chávez, segundo a imprensa.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Juventude bolivariana prepara mobilização em frente de embaixada dos EUA

Caracas, ABN: O movimento estudantil bolivariano irá levar a cabo nos próximos dias uma mobilização em frente da Embaixada dos Estados Unidos em Caracas, em repudio pela agressão estrangeira contra o povo venezuelano, anunciou o presidente da Federação Bolivariana de Estudantes, Carlos Sierra.

Sierra anunciou a convocatória desta manifestação durante a realização da vigília em apoio da PDVSA, no exterior das instalações da sede principal da industria petroleira nacional, em La Campiña.

“Vamos ocupar todas as instalações do governo estadunidense, todas as instalações das multinacionais ligadas à Exxon Móbil. Não vamos permitir a agressão estrangeira” expressou o presidente da Federação Bolivariana de Estudantes.
O dirigente da juventude bolivariana indicou ainda que nesta sexta-feira serão definidos os detalhes da mobilização.

Venezuela recebe apoio da Opep para enfrentar Exxon

A Venezuela está recebendo aconselhamento e apoio moral dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na disputa judicial com a norte-americana ExxonMobil, relativa à compensação pela nacionalização de suas instalações petrolíferas na Venezuela.

"Contratamos da Opep a nossa equipe de juristas e agora estamos contando com seus conselhos para enfrentar esta situação", disse o ministro do Petróleo e da Energia da Venezuela, Rafael Ramirez numa entrevista à emissora local de TV Televen. "Houve um sentido de solidariedade com a Venezuela já que, mais uma vez, somos um país produtor de petróleo", afirmou o ministro.

Ramirez revelou que a Venezuela buscou o aconselhamento na última reunião da Opep, em fevereiro. "Já esperávamos que nosso país poderia enfrentar esta situação com uma companhia como a ExxonMobil," disse.

A estatal venezuelana de petróleo, PDVSA, interrompeu ontem todos os embarques para ExxonMobil e suspendeu as relações comerciais com a maior petrolífera do mundo. A PDVSA descreveu a decisão como uma retaliação à medida recente da Exxon de congelar US$ 12 bilhões de ativos da Venezuela ao redor do mundo. A ExxonMobil buscava compensação pelos ativos que o presidente Hugo Chávez nacionalizou no ano passado. As informações são da Dow Jones.

Venezuela suspende fornecimento de petróleo para Exxon Mobil

CARACAS - A Venezuela suspendeu na terça-feira as exportações de petróleo para a Exxon Mobil, intensificando a briga do governo do país com a gigante petrolífera norte-americana, em torno da compensação para um projeto de petróleo pesado nacionalizado pelo presidente Hugo Chávez.

A petrolífera estatal venezuelana PDVSA informou que suspendeu as relações comerciais e cortou o fornecimento de petróleo e derivados para a empresa norte-americana.

"Diante da perturbação legal-econômica iniciada pela Exxon Mobil contra a PDVSA, e como ato de reciprocidade, a PDVSA decidiu suspender as relações comerciais", informou a empresa venezuelana em comunicado.

Em 2007 o governo de Chávez aumentou o controle estatal sobre vários projetos na região petrolífera de Orinoco e forçou a saída do país da Exxon Mobil e da ConocoPhilips.

Na semana passada, a Exxon Mobil anunciou que conseguiu na Justiça o congelamento temporário de até 12 bilhões de dólares de ativos petrolíferos da Venezuela no exterior.

No comunicado, a PDVSA afirma que respeitará os contratos vigentes que regem investimentos compartilhados entre o governo venezuelano e a Exxon, mas se reserva ao direito de romper contratos cujos termos permitam um rompimento.

A Exxon informou que não pode comentar a notícia imediatamente.

Mais cedo na terça-feira, a Exxon Mobil informou que estava interessada em manter conversações substanciais com a Venezuela, para negociar uma compensação justa pelo projeto de Orinoco.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

EUA infiltram paramilitares na Venezuela, diz Chávez

CARACAS (Reuters) - O último plano do "império" norte-americano para desestabilizar a revolução venezuelana é infiltrar paramilitares no país sul-americano, com a colaboração de Bogotá, para armar bandos de delinquentes, denunciou no domingo o presidente venezuelano Hugo Chávez.

O mandatário costuma denunciar variadas estratégias de seu arqui-inimigo Washington para invadir o país petroleiro e de inclusive tentar matá-lo, apesar de não apresentar provas a esse respeito. Recentemente, Chávez acusou os Estados Unidos e a Colômbia de prepararem uma agressão militar contra a Venezuela.

Chávez afirmou que serão denunciadas perante "instâncias internacionais" um plano para trazer ao país paramilitares, que já estariam operando em Estados fronteiriços com a Colômbia e também na capital Caracas.

"(Os paramilitares) chegam até Caracas. Mas não andam com fuzis, nem andam uniformizados, não", disse o presidente em seu programa dominical de rádio e televisão, "Alô, Presidente", transmitido a partir de seu Estado natal, Barinas, no sudoeste do país.

"Andam fazendo trabalho nos bairros, vendendo cocaína, digamos assim, por preços abaixo do mercado, muito barata, para ganhar os bandos, os delinquentes dos bairros, e ir armando-os com armas de guerra", acrescentou Chávez, que assegurou que a base de operações do plano é a Colômbia.

As relações diplomáticas entre Caracas e Bogotá passam por seu pior momento na história recente depois que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, colocou fim no mês de novembro último ao trabalho de intermediação que Chávez realizava na busca por um acordo com a guerrilha das Farc.

A polêmica entre ambos os mandatários se avivou quando o presidente venezuelano pediu há duas semanas que a comunidade internacional deixe de classificar como "terrorista" as Farc e o Exército de Libertação Nacional, o que foi rechaçado categoricamente pela Colômbia.

Recentemente, Chávez ordenou ao Exército que reforçasse sua presença na fronteira com o país vizinho, afim de reduzir o contrabando de alimentos e combustíveis.

Além disso, o governo venezuelano acusou nesta semana a Exxon Mobil de querer desestabilizar o país, depois que a petrolífera norte-americana anunciou nesta semana ter conseguido congelar ativos da estatal PDVSA em sua batalha legal contra Caracas pela nacionalização de um projeto de petróleo pesado em 2007.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Venezuela vai indemnizar Total por alienação de acções

A Venezuela vai indemnizar com 834 milhões de dólares em petróleo, o grupo francês Total, por ter reduzido sua participação no consórcio Sincor, beneficiando assim a companhia estatal Petróleos de Venezuela, segundo informou hoje uma porta-voz da petrolífera francesa, citada pela agência AFP.

Susana Teodoro

O caso remonta a um acordo assinado em Junho entre o governo venezuelano e quatro companhias (a Total, a norueguesa Statoil, a americana Chevron e a britânica BP), que aceitaram que a estatal venezuelana se tornasse a accionista maioritária, tendo assim controle de várias empresas da faixa petroleira de Orinoco.

Sincor é fruto da associação entre a Petróleos de Venezuela, a Total e a Statoil, com o objectivo de processar o produto na faixa de Orinoco. Nesta companhia, a Total reduziu sua participação de 47% para 30,3% e a norueguesa de 15% para 9,67%, enquanto a Petróleos de Venezuela passou de 38% a 60%.

Venezuela promete combater "terrorismo judicial" da Exxon


CARACAS (Reuters) - A Venezuela disse na sexta-feira que combaterá o "terrorismo judicial" da ExxonMobil e que é "completamente falso" que a estatal PDVSA tenha 12 bilhões de dólares congelados por causa de processos judiciais movidos pela petrolífera norte-americana.

O ministro da Energia, Rafael Ramírez, afirmou que a Exxon, maior empresa dos Estados Unidos, quer desestabilizar a Venezuela e criar pânico sobre suas finanças e que as exportações, o fluxo de caixa e as operações diárias da PDVSA não serão afetadas pelas medidas judiciais.

"Estamos surpresos que uma empresa que se vangloria de ter tais níveis de seriedade e operações em todo o mundo pretenda nos ter em uma situação de terrorismo judicial, de terrorismo legal", disse Ramírez, também presidente da PDVSA, a jornalistas.

Os títulos da dívida venezuelana continuavam perdendo valor na sexta-feira, depois de desabarem na véspera, quando o mercado se viu sacudido por uma decisão judicial favorável à Exxon que congelava ativos e contas bancárias da PDVSA.

A empresa norte-americana exige da Venezuela uma milionária indenização pela nacionalização, em 2007, de um projeto petrolífero operado por ela no país sul-americano.

O ministro garantiu que a Venezuela "não tem congelado nenhum ativo", embora tenha admitido que a decisão embargou "temporariamente" cerca de 300 milhões de dólares.

"Não vamos ceder diante disso, vamos derrotá-los no terreno [judicial] em que está proposto", acrescentou Ramírez, mostrando-se confiante em derrubar a medida cautelar e em vencer um processo de arbitragem aberto pela Exxon.

Na próxima semana, a Venezuela apresentará seus argumentos contra a decisão no tribunal de Nova York que congelou os 300 milhões de dólares.

Ramírez disse que as sentenças favoráveis à Exxon em tribunais do Reino Unido, da Holanda e das Antilhas Holandesas não afetam a PDVSA porque a empresa não possui nesses países ativos de 12 bilhões de dólares, a cifra fixada pelos juízes para ser embargada.

Em nota divulgada na sexta-feira, a agência de classificação de risco Fitch disse que as medidas judiciais quase não terão impacto em curto prazo nas operações petrolíferas da Venezuela, na sua capacidade de crédito ou na sua flexibilidade financeira.

O presidente Hugo Chávez determinou em 2007 que o governo assumisse o controle operacional e acionário de quatro usinas beneficiadoras de petróleo pesado na bacia do Orinoco, o que fez a Exxon e a ConocoPhillips deixarem o país.

As multinacionais então abriram processo de arbitragem contra a Venezuela para conseguir uma indenização a preço de mercado por seus ativos na bacia do Orinoco, embora a Conoco tenha adotado uma postura menos agressiva que a Exxon no processo.

Governo boliviano defende apoio de Venezuela e Cuba à democracia no país

La Paz, 7 fev (EFE).- O Governo boliviano defendeu hoje o apoio da Venezuela e de Cuba à democracia na Bolívia e questionou os relatórios dos órgãos de Inteligência dos Estados Unidos sobre as tentativas de desestabilizar o país andino.

Em entrevista coletiva concedida hoje, o ministro das Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca, disse não saber "o que esses organismos de Inteligência dos EUA chamam de desestabilização.

Não sei de onde tiraram essas informações".

Choquehuanca destacou que Venezuela e Cuba estão apoiando "a democratização e a própria democracia" na Bolívia através de vários programas de cooperação, principalmente nos setores de saúde e educação.

Concretamente, o ministro destacou a ajuda da Venezuela nos planos de alfabetização em território boliviano, depois de "muitos Governos terem descuidado das pessoas que não tiveram oportunidade de ir à escola e de aprender a ler e escrever".

Cuba, por sua vez, oferece apoio à implantação de hospitais e em cirurgias oftalmológicas gratuitas para mais de 200 mil bolivianos.

"O povo boliviano sabe qual é a relação com Cuba e Venezuela", disse Choquehuanca, que chamou os dois países de "irmãos".

Na terça-feira, os EUA acusaram Venezuela e Cuba de tentarem desestabilizar a democracia na Bolívia, na Nicarágua e, "de forma mais vacilante", no Equador, em um relatório apresentado no Senado americano pelo diretor de Inteligência Nacional do país, Michael McConnell.

Estatal da Venezuela ultrapassa Shell nos EUA

A estatal venezuelana PDVSA ultrapassou a Shell e tornou-se a maior empresa estrangeira na distribuição de combustíveis nos Estados Unidos, com 13.682 postos de atendimento. Os dados foram divulgados pela agência de informações sobre energia dos Estados Unidos (Energy Information Agency - EIA), que traz um balanço da presença de capital estrangeiro no mercado de energia naquele país até o final de 2005. A Shell, que tinha 15.821 lojas no final de 2004, reduziu a sua rede para 13.500 postos no final daquele ano, enquanto a PDVSA manteve a sua rede praticamente intacta, com redução de apenas 12 unidades no período. A PDVSA atua na distribuição de combustíveis nos Estados Unidos através da sua controlada Citgo Petroleum.

Ao todo, segundo a EIA, os Estados Unidos contavam com uma rede de 167.476 postos no final de 2005, dos quais 47.628 pertencentes a grupos estrangeiros, o que representava cerca de 28,4% do total. Essa participação tem se reduzido gradualmente, já que em 2003 os estrangeiros respondiam por 31,4% do abastecimento, caindo para 30,6% no final de 2004 e os 28,4% em 2005. Em número de empresas, os EUA contavam com 9.011 companhias atuando na distribuição de derivados de petróleo, das quais 2.846 eram estrangeiras, o que corresponde a 31,7% do total. A terceira maior rede estrangeira atuando nos EUA é a BP, com 12.800 postos, com redução de 9,9% em relação ao ano anterior.

Além de manter a rede de postos praticamente intacta, a estatal venezuelana foi a única grande empresa estrangeira que aumentou a capacidade de refinar petróleo no mercado americano. Em 2005, a PDVSA tinha capacidade de processar 1,271 milhão de barris por dia, com aumento de 8,0% em relação ao final de 2004. A maior empresa estrangeira no segmento, porém, é a BP, que tinha capacidade de refinar 1,476 milhão de barris diários. Ao contrário da PDVSA, a BP reduziu em 1,9% a sua capacidade de processamento de petróleo nos Estados Unidos. Ao todo, no final de 2005, as refinarias americanas processavam cerca de 17,339 milhões de barris por dia, com aumento de 1,2% em relação ao ano anterior. As empresas estrangeiras processavam 4,848 milhões de barris diários, com aumento de 3,5% em relação ao final de 2004.