sábado, 5 de janeiro de 2008

Colômbia: FARC cumpriram com libertação de reféns

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) «cumpriram» com a anunciada libertação dos seus reféns, entre eles um menino de três anos, apesar dos «obstáculos levantados por Bogotá», anunciou esta quinta-feira a agência de notícias Anncol.

As FARC «cumpriram. É o mínimo que se pode dizer. Apesar de todos os obstáculos levantados por Bogotá para impedir a entrega de três colombianos ao presidente da Venezuela, Hugo Chavez Frias», assinala um artigo divulgado na página da Internet da Anncol (Agência de notícias Nueva Colômbia), que costuma divulgar comunicados desta guerrilha marxista.

Reféns «poderão reencontrar-se com os seus entes queridos»

Acrescenta que «hoje poderão reencontrar-se com os seus entes queridos» e assinala que assim «se encerra um capítulo mais na disputa pelo intercâmbio ou troca de prisioneiros».

No final do artigo, esclarece, contudo, que «até agora não se conhece comunicado nem declaração oficial das FARC» sobre a operação que permitirá o regresso dos libertados.

Considera, ainda assim, que «este acto humanitário não pode estar sujeito aos interesses de Washington nem aos caprichos do governante colombiano», Álvaro Uribe.

«Prisioneiros de guerra por razões de conflito interno»

Salienta também que os três reféns - a ex-candidata à vice-presidência colombiana Clara Rojas, de 44 anos, um filho que ela teve em cativeiro fruto de uma relação com um guerrilheiro, e a ex-parlamentar Consuelo Gonzalez, de 57 anos - «são prisioneiros de guerra por razões de conflito interno».

Acrescenta que todos estes reféns «devem ser acolhidos por uma Lei consagrada na Carta Política que garanta o seu pronto regresso ao lugar de onde foram desarreigados» e adverte que «outros condicionalismos não são mais do que protecções fabricadas pelos beneficiários da guerra».

Um acto legislativo desta dimensão «além de aliviar o sofrimento de vítimas e familiares, abre as portas para a reconciliação nacional e para a reconstrução de uma nova Colômbia», indica Anncol.

As FARC fizeram o anúncio da libertação unilateral e sem contrapartidas, como um gesto de «desagravo» para com Chavez, a quem o presidente colombiano cancelou a sua mediação.

Nestor Kirchner viaja para Caracas

O antigo presidente argentino Nestor Kirchner deixou Buenos Aires com destino a Caracas, a fim de participar numa delegação que integra outros seis países, que vai assistir à libertação prevista para sexta-feira de três reféns das FARC.

Acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Taiana, o antigo presidente argentino foi designado pela mulher, a actual presidente Cristina Kirchner, para esta missão na Colômbia «de cooperação e solidariedade», indicou um porta-voz oficial.

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