José Sócrates classifica a Venezuela um «país irmão» devido aos portugueses que para lá imigraram nos últimos anos. O presidente Hugo Chávez classifica a comunidade portuguesa na Venezuela como trabalhadora e alegre. Os dois líderes encontraram-se em São Bento, residência oficial do primeiro-ministro português. | ||||||
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Nas breves declarações políticas feitas antes do jantar, Hugo Chávez falou a seguir a José Sócrates, que classificou a Venezuela como um país irmão.
«Partilhamos uma história comum nas últimas décadas [durante as quais meio milhão de portugueses emigraram para a Venezuela], e o Governo português aqui está para construir com o povo venezuelana uma relação que esteja à altura da sua história», disse Sócrates salientando «a honra» que é receber Chavez em Portugal.
Logo nas suas primeiras palavras Hugo Chávez revelou o seu estilo informal, provocando risos entre os diplomatas dos dois países, ao fazer uma pergunta directa ao primeiro-ministro português:
«Quanto tempo falaste tu? Cinco minutos?», questionou o chefe de Estado venezuelano, dando assim a entender que não queria quebrar o protocolo, falando mais do que o anfitrião, o chefe do Governo português.
Além de cumprimentar José Sócrates, o presidente venezuelano deixou também uma saudação especial a "Mário" [Soares], que também esteve presente no jantar de São Bento.
Depois, como Sócrates tinha abordado na sua anterior intervenção questões relacionadas com a comunidade portuguesa, o chefe de Estado Venezuelano referiu-se também ao tema.
Chávez vincou então que os cidadãos lusos são vistos com «afecto» pela generalidade dos cidadãos venezuelanos, sobretudo por estarem ligados a serviços como «as padarias, os talhos, as mercearias e os restaurantes».
«Especializaram-se em algo que dá alegria, porque barriga cheia é coração contente. Tu sabes Sócrates, os portugueses constituem uma comunidade de trabalho e de muito afecto», disse.
Chávez considerou ainda os portugueses «parecidos com os venezuelanos, porque falam bastante, são de riso fácil, dão o coração e são de afecto sincero».
Chavez quer reforçar relações com Portugal
Neste contexto, o chefe de Estado venezuelano deixou garantias de que o seu Governo trabalhará para assegurar «tranquilidade» e «segurança» à comunidade portuguesa residente no seu país. «Vamos dar atenção a esses problemas», acrescentou.
Segundo Chávez, as relações políticas e comerciais entre os dois países «estão actualmente muito abaixo dessa união e amizade entre os povos português e venezuelano».
«Chegou o momento de começarmos a trabalhar juntos nas áreas económica, comercial, social e energética, para assim sermos coerentes com o nosso passado comum», frisou.