quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Chávez lança "ofensiva" e pede "eficácia" do Governo

Caracas, 6 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decretou neste domingo o início de uma "grande ofensiva", que inclui a "correção e o recomeço" dos planos oficiais, um mês após sua primeira derrota eleitoral em oito anos de Governo e a quase um ano das eleições regionais e municipais.

O presidente reiterou que o socialismo é o único caminho para a paz e alertou sobre as ameaças de guerra civil que faria com que a "revolução" perdesse espaços já conquistados nas eleições previstas para o fim do ano.

Também insistiu em que a "revolução socialista" respeita a propriedade privada, e que "todos têm lugar nesse processo: os empresários, as classes médias, os movimentos sociais".

"Começou a revisão, retificação e recomeço" decretou Chávez em seu programa de rádio e televisão dominical "Alô Presidente".

O chefe de Estado renovou esta semana a metade de seus 24 ministros e nomeou outro vice-presidente, com a intenção de dar mais "eficácia" a sua gestão governamental, iniciada pela primeira vez em 1999.

Após a "revisão de tudo" será determinado "o que está mal" para passar à "retificação e depois, o recomeço do Governo, dos programas e planos a todos os níveis", disse.

Chávez voltou a reconhecer que em 2007 sua Administração reprovou várias matérias, entre as quais mencionou a luta contra a inflação, e falou sobre a necessidade de acelerar a solução de problemas como o desabastecimento de alimentos básicos.

A inflação fechou 2007 a 22,5%, 10,5 pontos acima da previsão oficial, enquanto o falta de alimentos básicos, como o leite e os grãos, chegou a 25%, de acordo com cálculos privados.

Ao defender o sistema socialista, Chávez pediu que seus aliados "aprofundem a batalha" para a instaurá-lo no país.

"Perdi a invencibilidade!", exclamou sobre a derrota no plebiscito para aprovar a reforma da Constituição, que incluía a reeleição presidencial ilimitada.

Após reiterar que só lhe restam cinco anos de Governo, ressaltou que seu primeiro fracasso eleitoral foi uma grande lição que revelou a falta de organização e de consciência nas fileiras revolucionárias.

Por isso, a organização do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) deve se concretizar o mais breve possível.

O PSUV é imprescindível para enfrentar com sucesso as próximas eleições regionais e municipais, nas quais a "revolução é obrigada não só a manter os espaços conquistados, mas a ampliá-los", disse.

Pelo menos 21 dos 24 estados venezuelanos são governados por políticos partidários do Governo, assim como a maioria dos 337 municípios.

Chávez alegou que a "contra-revolução" utilizaria os estados ou municípios que conseguisse recuperar "para ativar a guerra".

Ele disse que além de instalar o PSUV, o Governo deve fazer alianças com os partidos simpatizantes que se negaram a se integrar ao PSUV, "com os movimentos sociais, com a classe média, os empresários".

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