sábado, 1 de março de 2008

Portugal e Venezuela definem acordo econômico e energético

Lisboa, 26 fev (Lusa) - O vice-ministro português do Comércio, Fernando Serrasqueiro, assinou nesta terça-feira as formas de operacionalização do acordo complementar entre Portugal e Venezuela, que permitirá aumentar em 16 vezes o valor das exportações portuguesas para o país sul-americano.

Em comunicado, o Ministério luso da Economia e da Inovação afirma que o acordo complementar entre Portugal e Venezuela "enquadrará a cooperação econômica e energética entre os dois países, a ser assinado durante a próxima visita do primeiro-ministro" a Caracas.

"O acordo possibilitará aumentar em cerca de 16 vezes o valor das exportações de Portugal para a Venezuela, num quadro financeiro e contratual estável, dando o sentido estratégico ao relacionamento entre os dois países", diz o texto.

O documento afirma ainda que já foi "transmitido à parte portuguesa o interesse na contratualização de vários projetos em diferentes setores".

"Esta definição é estabelecida de acordo com as prioridades de desenvolvimento econômico venezuelano e a oferta diversificada portuguesa trazida à Venezuela através da presença empresarial que tem acompanhado as últimas deslocações da comitiva oficial portuguesa", conclui o comunicado.

Acordo

Portugal aguarda que a Venezuela identifique os produtos abrangidos pelo acordo comercial que os dois países vão assinar durante a visita oficial do primeiro-ministro português ao país sul-americano, marcada para abril.

Segundo o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, a aplicação do referido acordo permitirá a Portugal multiplicar o montante das exportações para a Venezuela, atualmente em torno de US$ 20 milhões (R$ 50,5 milhões).

"As comissões técnicas estão a tratar dos pormenores e estamos à espera que nos sejam ditas quais as encomendas para sabermos quais os produtos", disse Serrasqueiro à Agência Lusa, acrescentando que o acordo é uma novidade para Portugal.

O representante do governo português, que desde domingo se encontra em visita de trabalho à Venezuela, elogiou o ambiente das negociações com o país.

"Da nossa parte temos visto que há um interesse em fortalecer as relações com Portugal. As negociações de alto nível continuam", afirmou.

Viagem

Além de definir os últimos detalhes do acordo que Portugal a Venezuela devem assinar em abril, Fernando Serrasqueiro está coordenando a realização de uma feira comercial portuguesa e atividades culturais.

Fernando Serrasqueiro está na Venezuela acompanhado por uma delegação empresarial, que estabeleceu contatos com empresas venezuelanas que integram a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).

No final de um encontro com empresários portugueses radicados na Venezuela, o secretário de Estado disse que o grupo sente que o acordo vai estabelecer "relações mais intensas" com empresas de Portugal.

Venezuela faz campanha contra uso de termos em inglês

Em mais uma medida de Hugo Chávez contra o "imperialismo" americano, o governo do presidente venezuelano iniciou uma campanha para eliminar o uso de vocábulos em inglês de cunho comercial e gerencial, comuns no país, diz um documento do Ministério de Comunicações. A pasta anunciou ontem que a estatal Companhia Anônima Nacional Telefones da Venezuela (Cantv), a maior telefônica do país, iniciou esta semana uma campanha em defesa do uso do castelhano.

A Cantv foi estatizada no ano passado pelo governo Chávez, que pagou o equivalente a US$ 1,3 bilhão por 79,62% das ações da empresa, que tinha entre seus acionistas o conglomerado americano Verizon. A campanha da Cantv tem como slogan "Fale castelhano, fale com orgulho". O objetivo é evitar o uso de vocábulos anglo-saxônicos de uso comum nas áreas comercial e gerencial e sua substituição por palavra equivalente em espanhol diz o comunicado do governo.

Entre outras mudanças, a Cantv proporá em sua campanha a substituição de termos como "staff" por "equipe", "sponsor" por "patrocinador", "meeting" por "reunião", "mouse" por "rato", "host" por "servidor" e "telemarketing" por "televendas".

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Chávez é nomeado presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou neste domingo que aceitava sua designação como presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), decidida por unanimidade na quinta assembléia do congresso de fundação desta legenda política.

"Não me resta nada mais além de aceitar. Eu o aceito e assumo o desafio, mas peço a ajuda de todos. Unidade, unidade, unidade. Muita discussão interna, criatividade, responsabilidade", disse Chávez em seu programa dominical "Alô Presidente".

O governante venezuelano encorajou os militantes a "trabalhar". "Um verdadeiro militante revolucionário não pode ser corrupto (...) eu não tenho nada nem quero nada para mim, absolutamente nada", disse.

Chávez pediu que os membros do PSUV assumam "sua militância com responsabilidade" e se construa "o maior partido, por sua eficiência e consciência revolucionária, na história da Venezuela".

A designação de Chávez como presidente do partido aconteceu em uma assembléia plenária a portas fechadas na qual participaram mais de 1.800 delegados na cidade de Puerto La Cruz, leste de Caracas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Venezuela: Tintas "verdes" portuguesas procuram oportunidade no acordo comercial entre Lisboa e Caracas

As empresas portuguesas Triquímica Soluções Químicas e Ambientais, S.A. e Euronavy foram contactadas pela Petróleos de Venezuela (PDVSA) para estarem presentes na Feira de Caracas, a realizar-se em Abril, com a presença prevista do primeiro-ministro, José Sócrates, onde vão ser assinados os contratos para a exportação de produtos, já estabelecidos, de Portugal para a Venezuela.

"Este acordo abre as portas para a exploração mundial do mercado petrolífero", afirmou Idílio Santos, supervisor comercial da empresa Triquímica.

Esta empresa, sediada perto do Autódromo de Estoril, nos arredores de Lisboa, aliciou o mercado petrolífero venezuelano com "o produto de tratamento para a protecção anti-corrosiva de navios e plataformas petrolíferas, acima e abaixo da linha de água", esclarece.

O produto, o Triecoprimer K1, ao fim de quatro anos de estudos e ensaios, recebeu a certificação do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES), petrolífera brasileira.

Com um produto semelhante, a Euronavy, única empresa não americana a fabricar tintas para os navios da armada dos EUA, espera fornecer o mercado venezuelano "com tintas para a pintura debaixo de água, que é tolerante à humidade e outros produtos complementares", disse à lusa Nuno Ribeiros do departamento de Operações Internacionais da Euronavy.

A presença de empresas portuguesas no mercado venezuelano, segundo a fonte da empresa Triquima, evidencia-se como uma "excelente criação de receitas e visibilidade para Portugal".

As empresas portuguesas Euronavy e Triquíma apresentam produtos de vanguarda no sector da indústria naval já reconhecidos por vários países, apresentando-se agora sob a mira do mercado petrolífero venezuelano.

A 03 de Fevereiro, os governos de Lisboa e Caracas assinaram um protocolo com o objectivo de aumentar as exportações nacionais para a Venezuela até ao valor da importação de petróleo proveniente deste país para Portugal.

Para tal, constituiu-se como base uma lista de produtos, indicada pela Venezuela, cujas áreas prioritárias são produtos alimentares, construção e engenharia civil, energias renováveis, medicamentos e construção naval.

CZS.

Lusa/Fim.

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Cristina Kirchner se reunirá com Chávez em março

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, prevê viajar para a Venezuela no próximo dia 5 de março para se reunir com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

A chefe de Estado argentina planeja realizar uma breve visita à Venezuela para assinar acordos comerciais, embora a viagem "deva ser confirmada ainda de forma oficial", informaram os porta-vozes do governo a meios de comunicação locais.

Durante o encontro, ambos os líderes firmariam pactos para trocar energia por alimentos e manufaturas vinculadas ao setor agropecuário.

A Argentina elevará os envios de carne bovina à Venezuela em mil toneladas mensais, além de aumentar suas exportações a Caracas de leite e farinha de trigo, entre outros produtos.

Em troca, o governo venezuelano manterá seus envios --como vem fazendo desde 2004-- de combustível para calefação doméstica.

Esses dispositivos foram estipulados esta semana durante uma reunião de negócios realizada na capital venezuelana por delegações governamentais dos dois países.

A presidente argentina deve permanecer por apenas algumas horas na Venezuela, já que depois partirá a Santo Domingo para participar da próxima cúpula do Grupo do Rio, que acontecerá entre 3 e 7 de março.

O Grupo do Rio --criado em 1986, no Rio de Janeiro-- promove consultas políticas em alto nível e com um grau mínimo de institucionalização para contenção de processos que colocam em risco a ordem democrática entre seus países-membros, incluindo o Brasil.

A visita da presidente da Argentina à Venezuela é anunciada depois de ambos os países terem se envolvido no chamado "caso da mala", em agosto do ano passado.

Na ocasião, a Alfândega argentina confiscou US$ 800 mil do empresário venezuelano Guido Antonini Wilson, que tentava entrar em Buenos Aires sem declarar a quantia.

O empresário viajou de Caracas a Buenos Aires a bordo de um avião fretado pela estatal Enarsa (Energia Argentina), no qual viajavam também funcionários da PdVSA (Petróleos de Venezuela SA), às vésperas de uma visita à Argentina do presidente venezuelano, Hugo Chávez.

A Justiça dos EUA chegou a suspeitar de que os US$ 800 mil apreendidos com Wilson estavam destinados a financiar a campanha eleitoral da atual presidente da Argentina.

Colômbia e EUA são "campeões mundiais do narcotráfico", diz Chávez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste sábado que as autoridades dos Estados Unidos e da Colômbia são os verdadeiros "campeões mundiais do narcotráfico", mas que acusam as da Venezuela, e ele pessoalmente, para "se esconderem".

Os dirigentes dos dois países "administram todos os mecanismos financeiros ilícitos", mas acusam a Venezuela "de ser um paraíso para o narcotráfico e o terrorismo" como uma forma de pretender "lavar as mãos e de se esconder", afirmou Chávez.

A acusação do presidente, durante uma reunião pela fundação do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), aconteceu um dia depois de o governo assegurar que, durante a gestão do presidente dos EUA, George W. Bush, a distribuição e o consumo de drogas naquele país triplicaram.

Isso foi possível, segundo uma nota do governo venezuelano, graças à "cumplicidade" de funcionários de Washington.

O governo de Chávez respondeu assim ao embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, William Brownfield, que afirmou na sexta-feira que a quantidade de drogas que passa pela Venezuela "multiplicou por 15" desde 2002.

"O governo venezuelano rejeita energicamente as acusações do tristemente célebre ex-embaixador dos Estados Unidos na Venezuela", que desta forma evidencia "a agressividade irracional" que atribui à "fase terminal" do governo Bush, que "insiste em atacar da Colômbia o governo e o povo" da Venezuela.

Ele acrescentou que o governo de Chávez "não permitirá que os Estados Unidos, principal causador da praga do narcotráfico internacional, aponte a Venezuela como culpado de vícios gerados pela decomposição social e a corrupção moral a que conduz o irracional modelo de organização sócio-econômico do país."

Chávez disse que as declarações de Brownfield se somam "às agressões" que outros funcionários americanos lançaram contra a Venezuela da Colômbia" em janeiro, entre eles "o fracassado Czar Antidrogas, John Walters, e o chefe de Estado-Maior, Michael Mullen".

"O governo venezuelano pede às autoridades colombianas que solicitem aos funcionários do Governo dos Estados Unidos presentes na Colômbia que suspendam seus sistemáticos ataques e ofensas, da Colômbia, contra nosso país", afirmou.

O embaixador da Colômbia na Venezuela, Fernando Marín, recebeu hoje da Chancelaria venezuelana uma "observação verbal" pelo silêncio de Bogotá diante das declarações de funcionários americanos contra a administração de Chávez, segundo a imprensa.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Juventude bolivariana prepara mobilização em frente de embaixada dos EUA

Caracas, ABN: O movimento estudantil bolivariano irá levar a cabo nos próximos dias uma mobilização em frente da Embaixada dos Estados Unidos em Caracas, em repudio pela agressão estrangeira contra o povo venezuelano, anunciou o presidente da Federação Bolivariana de Estudantes, Carlos Sierra.

Sierra anunciou a convocatória desta manifestação durante a realização da vigília em apoio da PDVSA, no exterior das instalações da sede principal da industria petroleira nacional, em La Campiña.

“Vamos ocupar todas as instalações do governo estadunidense, todas as instalações das multinacionais ligadas à Exxon Móbil. Não vamos permitir a agressão estrangeira” expressou o presidente da Federação Bolivariana de Estudantes.
O dirigente da juventude bolivariana indicou ainda que nesta sexta-feira serão definidos os detalhes da mobilização.

Venezuela recebe apoio da Opep para enfrentar Exxon

A Venezuela está recebendo aconselhamento e apoio moral dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na disputa judicial com a norte-americana ExxonMobil, relativa à compensação pela nacionalização de suas instalações petrolíferas na Venezuela.

"Contratamos da Opep a nossa equipe de juristas e agora estamos contando com seus conselhos para enfrentar esta situação", disse o ministro do Petróleo e da Energia da Venezuela, Rafael Ramirez numa entrevista à emissora local de TV Televen. "Houve um sentido de solidariedade com a Venezuela já que, mais uma vez, somos um país produtor de petróleo", afirmou o ministro.

Ramirez revelou que a Venezuela buscou o aconselhamento na última reunião da Opep, em fevereiro. "Já esperávamos que nosso país poderia enfrentar esta situação com uma companhia como a ExxonMobil," disse.

A estatal venezuelana de petróleo, PDVSA, interrompeu ontem todos os embarques para ExxonMobil e suspendeu as relações comerciais com a maior petrolífera do mundo. A PDVSA descreveu a decisão como uma retaliação à medida recente da Exxon de congelar US$ 12 bilhões de ativos da Venezuela ao redor do mundo. A ExxonMobil buscava compensação pelos ativos que o presidente Hugo Chávez nacionalizou no ano passado. As informações são da Dow Jones.

Venezuela suspende fornecimento de petróleo para Exxon Mobil

CARACAS - A Venezuela suspendeu na terça-feira as exportações de petróleo para a Exxon Mobil, intensificando a briga do governo do país com a gigante petrolífera norte-americana, em torno da compensação para um projeto de petróleo pesado nacionalizado pelo presidente Hugo Chávez.

A petrolífera estatal venezuelana PDVSA informou que suspendeu as relações comerciais e cortou o fornecimento de petróleo e derivados para a empresa norte-americana.

"Diante da perturbação legal-econômica iniciada pela Exxon Mobil contra a PDVSA, e como ato de reciprocidade, a PDVSA decidiu suspender as relações comerciais", informou a empresa venezuelana em comunicado.

Em 2007 o governo de Chávez aumentou o controle estatal sobre vários projetos na região petrolífera de Orinoco e forçou a saída do país da Exxon Mobil e da ConocoPhilips.

Na semana passada, a Exxon Mobil anunciou que conseguiu na Justiça o congelamento temporário de até 12 bilhões de dólares de ativos petrolíferos da Venezuela no exterior.

No comunicado, a PDVSA afirma que respeitará os contratos vigentes que regem investimentos compartilhados entre o governo venezuelano e a Exxon, mas se reserva ao direito de romper contratos cujos termos permitam um rompimento.

A Exxon informou que não pode comentar a notícia imediatamente.

Mais cedo na terça-feira, a Exxon Mobil informou que estava interessada em manter conversações substanciais com a Venezuela, para negociar uma compensação justa pelo projeto de Orinoco.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

EUA infiltram paramilitares na Venezuela, diz Chávez

CARACAS (Reuters) - O último plano do "império" norte-americano para desestabilizar a revolução venezuelana é infiltrar paramilitares no país sul-americano, com a colaboração de Bogotá, para armar bandos de delinquentes, denunciou no domingo o presidente venezuelano Hugo Chávez.

O mandatário costuma denunciar variadas estratégias de seu arqui-inimigo Washington para invadir o país petroleiro e de inclusive tentar matá-lo, apesar de não apresentar provas a esse respeito. Recentemente, Chávez acusou os Estados Unidos e a Colômbia de prepararem uma agressão militar contra a Venezuela.

Chávez afirmou que serão denunciadas perante "instâncias internacionais" um plano para trazer ao país paramilitares, que já estariam operando em Estados fronteiriços com a Colômbia e também na capital Caracas.

"(Os paramilitares) chegam até Caracas. Mas não andam com fuzis, nem andam uniformizados, não", disse o presidente em seu programa dominical de rádio e televisão, "Alô, Presidente", transmitido a partir de seu Estado natal, Barinas, no sudoeste do país.

"Andam fazendo trabalho nos bairros, vendendo cocaína, digamos assim, por preços abaixo do mercado, muito barata, para ganhar os bandos, os delinquentes dos bairros, e ir armando-os com armas de guerra", acrescentou Chávez, que assegurou que a base de operações do plano é a Colômbia.

As relações diplomáticas entre Caracas e Bogotá passam por seu pior momento na história recente depois que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, colocou fim no mês de novembro último ao trabalho de intermediação que Chávez realizava na busca por um acordo com a guerrilha das Farc.

A polêmica entre ambos os mandatários se avivou quando o presidente venezuelano pediu há duas semanas que a comunidade internacional deixe de classificar como "terrorista" as Farc e o Exército de Libertação Nacional, o que foi rechaçado categoricamente pela Colômbia.

Recentemente, Chávez ordenou ao Exército que reforçasse sua presença na fronteira com o país vizinho, afim de reduzir o contrabando de alimentos e combustíveis.

Além disso, o governo venezuelano acusou nesta semana a Exxon Mobil de querer desestabilizar o país, depois que a petrolífera norte-americana anunciou nesta semana ter conseguido congelar ativos da estatal PDVSA em sua batalha legal contra Caracas pela nacionalização de um projeto de petróleo pesado em 2007.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Venezuela vai indemnizar Total por alienação de acções

A Venezuela vai indemnizar com 834 milhões de dólares em petróleo, o grupo francês Total, por ter reduzido sua participação no consórcio Sincor, beneficiando assim a companhia estatal Petróleos de Venezuela, segundo informou hoje uma porta-voz da petrolífera francesa, citada pela agência AFP.

Susana Teodoro

O caso remonta a um acordo assinado em Junho entre o governo venezuelano e quatro companhias (a Total, a norueguesa Statoil, a americana Chevron e a britânica BP), que aceitaram que a estatal venezuelana se tornasse a accionista maioritária, tendo assim controle de várias empresas da faixa petroleira de Orinoco.

Sincor é fruto da associação entre a Petróleos de Venezuela, a Total e a Statoil, com o objectivo de processar o produto na faixa de Orinoco. Nesta companhia, a Total reduziu sua participação de 47% para 30,3% e a norueguesa de 15% para 9,67%, enquanto a Petróleos de Venezuela passou de 38% a 60%.

Venezuela promete combater "terrorismo judicial" da Exxon


CARACAS (Reuters) - A Venezuela disse na sexta-feira que combaterá o "terrorismo judicial" da ExxonMobil e que é "completamente falso" que a estatal PDVSA tenha 12 bilhões de dólares congelados por causa de processos judiciais movidos pela petrolífera norte-americana.

O ministro da Energia, Rafael Ramírez, afirmou que a Exxon, maior empresa dos Estados Unidos, quer desestabilizar a Venezuela e criar pânico sobre suas finanças e que as exportações, o fluxo de caixa e as operações diárias da PDVSA não serão afetadas pelas medidas judiciais.

"Estamos surpresos que uma empresa que se vangloria de ter tais níveis de seriedade e operações em todo o mundo pretenda nos ter em uma situação de terrorismo judicial, de terrorismo legal", disse Ramírez, também presidente da PDVSA, a jornalistas.

Os títulos da dívida venezuelana continuavam perdendo valor na sexta-feira, depois de desabarem na véspera, quando o mercado se viu sacudido por uma decisão judicial favorável à Exxon que congelava ativos e contas bancárias da PDVSA.

A empresa norte-americana exige da Venezuela uma milionária indenização pela nacionalização, em 2007, de um projeto petrolífero operado por ela no país sul-americano.

O ministro garantiu que a Venezuela "não tem congelado nenhum ativo", embora tenha admitido que a decisão embargou "temporariamente" cerca de 300 milhões de dólares.

"Não vamos ceder diante disso, vamos derrotá-los no terreno [judicial] em que está proposto", acrescentou Ramírez, mostrando-se confiante em derrubar a medida cautelar e em vencer um processo de arbitragem aberto pela Exxon.

Na próxima semana, a Venezuela apresentará seus argumentos contra a decisão no tribunal de Nova York que congelou os 300 milhões de dólares.

Ramírez disse que as sentenças favoráveis à Exxon em tribunais do Reino Unido, da Holanda e das Antilhas Holandesas não afetam a PDVSA porque a empresa não possui nesses países ativos de 12 bilhões de dólares, a cifra fixada pelos juízes para ser embargada.

Em nota divulgada na sexta-feira, a agência de classificação de risco Fitch disse que as medidas judiciais quase não terão impacto em curto prazo nas operações petrolíferas da Venezuela, na sua capacidade de crédito ou na sua flexibilidade financeira.

O presidente Hugo Chávez determinou em 2007 que o governo assumisse o controle operacional e acionário de quatro usinas beneficiadoras de petróleo pesado na bacia do Orinoco, o que fez a Exxon e a ConocoPhillips deixarem o país.

As multinacionais então abriram processo de arbitragem contra a Venezuela para conseguir uma indenização a preço de mercado por seus ativos na bacia do Orinoco, embora a Conoco tenha adotado uma postura menos agressiva que a Exxon no processo.

Governo boliviano defende apoio de Venezuela e Cuba à democracia no país

La Paz, 7 fev (EFE).- O Governo boliviano defendeu hoje o apoio da Venezuela e de Cuba à democracia na Bolívia e questionou os relatórios dos órgãos de Inteligência dos Estados Unidos sobre as tentativas de desestabilizar o país andino.

Em entrevista coletiva concedida hoje, o ministro das Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca, disse não saber "o que esses organismos de Inteligência dos EUA chamam de desestabilização.

Não sei de onde tiraram essas informações".

Choquehuanca destacou que Venezuela e Cuba estão apoiando "a democratização e a própria democracia" na Bolívia através de vários programas de cooperação, principalmente nos setores de saúde e educação.

Concretamente, o ministro destacou a ajuda da Venezuela nos planos de alfabetização em território boliviano, depois de "muitos Governos terem descuidado das pessoas que não tiveram oportunidade de ir à escola e de aprender a ler e escrever".

Cuba, por sua vez, oferece apoio à implantação de hospitais e em cirurgias oftalmológicas gratuitas para mais de 200 mil bolivianos.

"O povo boliviano sabe qual é a relação com Cuba e Venezuela", disse Choquehuanca, que chamou os dois países de "irmãos".

Na terça-feira, os EUA acusaram Venezuela e Cuba de tentarem desestabilizar a democracia na Bolívia, na Nicarágua e, "de forma mais vacilante", no Equador, em um relatório apresentado no Senado americano pelo diretor de Inteligência Nacional do país, Michael McConnell.

Estatal da Venezuela ultrapassa Shell nos EUA

A estatal venezuelana PDVSA ultrapassou a Shell e tornou-se a maior empresa estrangeira na distribuição de combustíveis nos Estados Unidos, com 13.682 postos de atendimento. Os dados foram divulgados pela agência de informações sobre energia dos Estados Unidos (Energy Information Agency - EIA), que traz um balanço da presença de capital estrangeiro no mercado de energia naquele país até o final de 2005. A Shell, que tinha 15.821 lojas no final de 2004, reduziu a sua rede para 13.500 postos no final daquele ano, enquanto a PDVSA manteve a sua rede praticamente intacta, com redução de apenas 12 unidades no período. A PDVSA atua na distribuição de combustíveis nos Estados Unidos através da sua controlada Citgo Petroleum.

Ao todo, segundo a EIA, os Estados Unidos contavam com uma rede de 167.476 postos no final de 2005, dos quais 47.628 pertencentes a grupos estrangeiros, o que representava cerca de 28,4% do total. Essa participação tem se reduzido gradualmente, já que em 2003 os estrangeiros respondiam por 31,4% do abastecimento, caindo para 30,6% no final de 2004 e os 28,4% em 2005. Em número de empresas, os EUA contavam com 9.011 companhias atuando na distribuição de derivados de petróleo, das quais 2.846 eram estrangeiras, o que corresponde a 31,7% do total. A terceira maior rede estrangeira atuando nos EUA é a BP, com 12.800 postos, com redução de 9,9% em relação ao ano anterior.

Além de manter a rede de postos praticamente intacta, a estatal venezuelana foi a única grande empresa estrangeira que aumentou a capacidade de refinar petróleo no mercado americano. Em 2005, a PDVSA tinha capacidade de processar 1,271 milhão de barris por dia, com aumento de 8,0% em relação ao final de 2004. A maior empresa estrangeira no segmento, porém, é a BP, que tinha capacidade de refinar 1,476 milhão de barris diários. Ao contrário da PDVSA, a BP reduziu em 1,9% a sua capacidade de processamento de petróleo nos Estados Unidos. Ao todo, no final de 2005, as refinarias americanas processavam cerca de 17,339 milhões de barris por dia, com aumento de 1,2% em relação ao ano anterior. As empresas estrangeiras processavam 4,848 milhões de barris diários, com aumento de 3,5% em relação ao final de 2004.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Chávez recebe Ortega, fala de eleições e admite falhas em seu governo

CARACAS (AFP) — O presidente venezuelano Hugo Chávez admitiu neste domingo o desabastecimento de alimentos e as falhas no sistema de saúde de seu país durante seu programa semanal "Alô, presidente!", durante o qual fez uma avaliação visando às eleições de governadores e prefeitos em novembro de 2008 e conversou com seu Daniel Ortega, presidente da Nicarágua.

Chávez se disse disposto a realizar um referendo revogatório em 2010, na metade de seu mandato, como também fazer uma segunda consulta para que seja aprovada uma emenda constitucional que permita a reeleição do presidente sem limite de mandatos.

"Se chegar um governo contra-revolucionário, virá a guerra", advertiu Chávez.

O presidente insistiu na questão da ameaça de uma guerra ao mencionar a "batalha eleitoral pelos governos e prefeituras".

"Se a oposição conseguir triunfos nessas eleições, o ano de 2009 será um ano de guerra porque (...) o imperialismo (Estados Unidos) quer desbancar a revolução".

"Lamentarei toda a vida a derrota de 2 de dezembro", confessou, referindo-se à sua primeira derrota em uma década de governo.

Em relação aos problemas de abastecimento, disse ter aprovado a liberação de 600 milhões de dólares para um "plano excecional de desenvolvimento agrícola".

Por outro lado, Chávez e Ortega propuseram neste domingo a criação de uma estratégia de defesa que coordene as forças armadas da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), integrada também por Cuba, Bolívia e Dominica.

A medida foi proposta durante uma revisão da deterioração das relações de ambos países com a Colômbia e os Estados Unidos.

Segundo o presidente venezuelano, a "estratégia de Defesa conjunta articularia as forças armadas, aéreas, terrestres, marinhas, a guarda nacional e as forças de cooperação e corpos de inteligência".

"O inimigo é o mesmo, e se se meterem com um de nós, terão que se meter com todos nós. Vamos responder como um só", advertiu Chávez

"Tocar na Bolívia é tocar em todos nós, tocar em Cuba é tocar na Venezuela, tocar na Nicarágua, é tocar em nós", acrescentou, encomendando aos ministros da Defesa e das Relações Exteriores que elaborem o projeto de um Conselho de Defesa da Alba.

Ortega, que aprovou o projeto, fez, por sua vez, uma revisão da "luta antiimperialista" da Nicarágua desde as batalhas do caudilho Augusto César Sandino (1895-1934) contra as tropas norte-americanas.

Chávez atribuiu à "oligarquia colombiana" supostos planos para criar um conflito bélico com a Venezuela em cumplicidade com os Estados Unidos.

"Chegará o momento em que o povo colombiano se libertará dessa oligarquia, não nos meteremos a menos que eles não se metam conosco", afirmou.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Hugo Chávez - Um homem, um povo (download)

Neste livro, o actual presidente da Venezuela, Hugo Chávez Frias, reflecte sobre temas como o motivo por que escolheu a via institucional para realizar mudanças revolucionárias; as razões de uma presença militar tão marcada no processo venezuelano; as diferenças entre a actual geração de militares venezuelanos e outros exércitos latino-americanos; as relações históricas com a esquerda organizada e suas desilusões; o tipo de modelo económico que se pretende levar adiante e as razões do escasso avanço neste terreno.

Hugo Chávez fala ainda sobre as dificuldades que teve de enfrentar, os erros cometidos e a aprendizagem adquirida ao longo dos anos, não deixando também de nos apresentar a sua visão do golpe reaccionário de 11 de Abril de 2002 e o retorno do presidente ao palácio de Miraflores. [download em .pdf]

Venezuela diz que está comprando radares para substituir os americanos

Caracas, 24 jan (EFE).- O ministro da Defesa da Venezuela, o general Gustavo Rangel, anunciou hoje que "muito em breve" chegarão a seu país radares importados por Caracas para substituir os que os Estados Unidos "levaram" após o fim de um acordo conjunto antidrogas.

A Venezuela "está trabalhando ativamente para adquirir novos sistemas de radares" que chegarão "muito em breve" da China e Rússia, declarou Rangel.

"Funcionavam na Venezuela radares americanos, mas essa gente os levou", reiterou em alusão aos agentes da Agência Antidrogas Americana (DEA).

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou em agosto de 2005 às instâncias antidrogas de seu país que colocassem fim ao trabalho conjunto com a DEA, após acusá-la de se transformar em outro "cartel" da droga e de efetuar atividades de espionagem política.

Essas "infiltrações de inteligência ameaçavam a segurança e a defesa do país", disse Rangel.

O ministro acrescentou que os agentes da DEA diziam aos venezuelanos para deixar os traficantes "correr" para os Estados Unidos, onde seriam presos.

Além disso, assegurou que de cada 50 toneladas de droga detectada na Venezuela os Estados Unidos confiscavam entre 20 e 30 toneladas.

"O que era feito com o restante?", questionou Rangel. EFE ar/mh

Para Israel, aproximação entre Venezuela e Irã abre porta para terrorismo na América Latina

BRASÍLIA - A embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, revelou nesta quarta-feira que o governo de seu país alertou o governo brasileiro para os riscos da aproximação entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Segundo a embaixadora, o governo de Israel considera que essa aproximação poderá abrir a porta para a implantação de células terroristas na América Latina.

- Já compartilhamos nossa preocupação com o governo brasileiro. É preciso estar atento. Atrás dos acordos comerciais e culturais (entre Venezuela e Irã) pode haver uma influência para ações de terrorismo. E na relação entre esses dois países tem mais do que petróleo - disse a embaixadora.

Sem meias palavras, ela disse que o presidente venezuelano já deu sinais claros de que pode abrir essa porta para pessoas ligadas a atividades terroristas.

- Ele já deu declarações contra Israel e Ahmadinejad já pregou que Israel deve ser apagado do mapa.

" É preciso estar atento. Atrás dos acordos comerciais e culturais (entre Venezuela e Irã) pode haver uma influência para ações de terrorismo "

Na avaliação do governo israelense, o Irã pode vir a se aproveitar do estreitamento das relações com Chávez e outros países da região como Equador, Bolívia e Nicaragua para difundir suas idéias na região.

- A partir dessa relação (com a Venezuela), eles podem aproveitar a infra-estrutura local para usar em outras coisas. E hoje, o terrorismo internacional usa estruturas em outras regiões fora do Oriente Médio. Não podemos esquecer das ligações do Irã com o terrorismo no passado. Podemos dizer que o Hezbolah é o braço direito do Irã.

Tzipora Rimon disse ainda que o governo de seu país vê com desconfiança o relatório do governo dos Estados Unidos que afastou os riscos de o Irã ter condições de produzir hoje armas nucleares.

- Existe esse relatório, mas existem muitos outros. E esse relatório (dos EUA) não foi feito por Deus. As informações que temos é que em um ou dois anos eles terão condições de fazer isso, o que põe em risco não só Israel mas também é motivo de preocupação para outros países do Oriente Médio.

Brasil e Venezuela discutem cooperação em pesquisa agropecuária

Brasília - Representantes do Brasil e da Venezuela começaram a definir no dia 22 de janeiro, em Caracas, a instalação do projeto de cooperação técnica para o fortalecimento da pesquisa agropecuária.

Técnicos da Assessoria de Relações Internacionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) reuniram-se com o presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrícola da Venezuela (Inia), Yván Gil, a fim de estabelecer recursos e alocação de pessoal especializado para o trabalho de cooperação.

Elízio Contine, chefe da Assessoria da Embrapa, disse que está previsto ainda para este primeiro semestre o início da cooperação. "A previsão é de que algum técnico da Embrapa esteja na Venezuela no final de fevereiro, para articular ações com as instituições de pesquisa de lá", disse. Ele explicou que essa cooperação é negociada "há algum tempo, ainda no ano passado, e agora começam a ser definidos os aspectos operacionais".

Inicialmente os esforços da cooperação técnica serão para a produção de leite, carnes e culturas de mandioca e café. “Ainda não foi definida uma prioridade, que pode ser o leite, porque a Venezuela precisa. A Embrapa Gado de Leite dará suporte às ações no país. Na África, também, nossa estratégia é ter alguns articuladores lá, com o suporte da estrutura da Embrapa aqui no Brasil”, acrescentou.

Para o ajuste dessa parceria, Elízio Contine informou que a missão da Embrapa deverá permanecer em Caracas até o início de fevereiro. "Vamos fazer um plano de trabalho e das negociações, definir onde ficará localizada a pequena estrutura da Embrapa, como vamos atuar, o plano de trabalho a ser utilizado", concluiu.| Por: Priscila Galvão/ABr

Venezuela quer inserir comunidade lusa em acordos bilaterais

Caracas, 24 jan (Lusa) - O governo venezuelano quer que a comunidade portuguesa participe nos diferentes acordos que Portugal e a Venezuela estão a negociar, porque vão permitir complementar as potencialidades em benefício deles e dos dois países, revelou o ministro das Relações Exteriores.

"Tem havido uma linha muito clara de comunicação com a comunidade portuguesa, para que toda ela se incorpore aos acordos de cooperação entre a Venezuela e Portugal", disse.

Nicolás Madura falava à saída de um encontro com Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor de Portugal, no âmbito de uma visita que realiza à Venezuela para concretizar negociações destinadas a reequilibrar a balança comercial portuguesa, que pelas importações petrolíferas se inclina a favor de Caracas.

"Chegou o momento da cooperação, de que a comunidade - que já faz parte da forma de ser dos venezuelanos - tenha a certeza de que estes acordos vão beneficiá-la também, a todos, e vão permitir a complementaridade das potencialidades produtivas de ambos países", disse.

Destacou ainda que "a comunidade portuguesa tem importantes setores empresarias que vão ser convocados para que participem diretamente nestes acordos".

"[Portugal] é muito importante para nós e cada vez vai ser mais importante porque vão abrir-se oportunidades e janelas de cooperação que vão permitir à comunidade portuguesa prosperar mais ainda no nosso país e conseguir um nível de maior comunhão com os destinos da Venezuela", afirmou Madura.

O ministro venezuelano afirmou que o seu governo espera "para o mês de março, numa data a anunciar proximamente, a visita do primeiro ministro (de Portugal) José Sócrates à Venezuela".

Nessa momento, acrescentou, "haverá importantes reuniões de trabalho" para assinar os acordos cujas negociações estão em curso.

Precisou ainda que estão a trabalhar, de uma maneira dinâmica "num acordo energético e produtivo, em que a Venezuela subministrará um conjunto de produtos energéticos a Portugal, para contribuir com a sua segurança energética e obterá uma porcentagem dessa fatura através de produtos alimentícios e através de transferência de tecnologia".

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Venezuela diz que relatório da ONU desmente acusações dos EUA sobre drogas

Caracas, 22 jan (EFE) - O Governo venezuelano lembrou hoje que, segundo a ONU, em 2007 o país foi o terceiro com maiores apreensões de droga, em resposta a opiniões contrárias do Executivo dos Estados Unidos.
O presidente do Escritório Nacional Antidrogas (ONA), coronel Néstor Reverol, respondeu hoje a John Walters, o chefe do departamento antidrogas dos EUA - que afirmou que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, está se transformando em um grande facilitador do tráfico de cocaína à Europa e a outras regiões.

"Chama a atenção que as autoridades americanas dizem que, pelo terceiro ano consecutivo, a Venezuela não colabora com a luta antidrogas e que, ao mesmo tempo, a ONU tenha certificado que, também pelo terceiro ano consecutivo, a Venezuela é o terceiro país com maiores apreensões de droga no mundo", reforçou Reverol.

Segundo Reverol, também chama a atenção que o próprio Walters afirmasse até 2002 que a Venezuela colaborava com os EUA na luta antidrogas, mas suas considerações começaram a mudar depois que, em 2005, os convênios com os americanos foram suspensos.

O coronel sustentou que o Governo venezuelano tachou as declarações de Walter de irresponsáveis, sem fundamento e orientadas a gerar uma matriz de opinião negativa em níveis nacional e internacional.

A ONA informou, na semana passada, que as apreensões de droga na Venezuela caíram para 57,5 toneladas durante 2007 - uma redução de 12,5 toneladas em relação ao ano anterior.

"Embora a apreensão de entorpecentes tenha decrescido um pouco em relação aos números de 2006, é importante destacar o desmantelamento de treze laboratórios em 2007, fato que significou um golpe à produção da cocaína", segundo Reverol.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O nascimento do PSUV na Venezuela

O dia 12 de janeiro entrou para a história da Venezuela. Nesta data, no simbólico Quartel San Carlos – onde já estiveram encarcerados vários heróis deste sofrido povo, como o líder negro José Leonardo, que liderou a revolta dos escravos contra os colonizadores espanhóis, e o próprio comandante Hugo Chávez, quando encabeçou a rebelião militar de 1992, e que hoje sedia um majestoso centro de cultura -, ocorreu o congresso fundacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU). O evento, que contou com a participação de 1.676 delegados eleitos em todo país, foi assistido por mais de 20 delegações estrangeiras. Do Brasil, PCdoB, PT, PCB e MST se fizeram representar e participaram de intensas e ricas atividades.

Conforme explicou Jorge Rodrigues, ex-vice presidente do país, coordenador do processo congressual e presidente provisório do novo partido, o PSUV surgiu como necessidade de dar maior organicidade aos milhões de venezuelanos que se identificam com a revolução bolivariana. Antes disso, os “chavistas” não contavam com um instrumento partidário próprio, mas apenas com uma legenda eleitoral, o Movimento Quinta República (MVR), nascido às vésperas de surpreendente vitória de Hugo Chávez nas eleições do final de 1998. “Realizamos uma revolução sem partido, mas agora iniciamos o trabalho de parto de um partido socialista e revolucionário”, explicou Rodrigues à atenta delegação estrangeira. Bem humorado e didático, ele fez uma “breve resenha” sobre o acelerado e sui generis processo de construção do PSUV.

Experiência complexa e original

“A revolução bolivariana tem pressa, essa é uma de suas marcas. Logo após expressiva vitória de Chávez nas eleições de dezembro de 2006, com 63% dos votos, o comandante fez um discurso sobre a urgência da construção de um partido forte, que represente todos os venezuelanos que apóiam o socialismo. Em apenas seis semanas, 5.722 milhões se filiaram ao novo partido, cerca de 36% dos eleitores do país. A meta era filiar 3 milhões, mas ela foi superada de forma impressionante. A partir daí iniciou-se o trabalho de estruturação do partido, com a construção dos núcleos, os batalhões socialistas, com no máximo 300 filiados. Foram criados 14.363 batalhões no país, reunindo pessoas que se conhecem, que são vizinhos, que apóiam a revolução bolivariana, mas que nunca tinham se organizado para discutir política”.

Segundo informou, “os batalhões socialistas realizam assembléias semanais, todos os sábados, quase que religiosamente. Em 29 de setembro, eles reuniram mais de 1,5 milhão de aspirantes a militantes do PSUV e elegeram um porta-voz, um suplente e cinco coordenadores de comissões (ideológica, propaganda, logística, defesa territorial e trabalho social). Eles são porta-vozes, devem expressar os anseios dos filiados, e não representantes afastados da base. Hoje temos mais de 100 mil integrantes nestas comissões, que atuam de forma organizada e são a vanguarda da construção de um partido altamente democrático. Em 20 de outubro, as assembléias elegeram os 1.676 delegados ao nosso congresso fundacional”.

O próprio Rodrigues admite que a “tarefa de construir um partido de quadros e de massas é complexa e apresenta inúmeras dificuldades”, mas ele está otimista com “o início do trabalho de parto”. A partir do congresso fundacional, os aspirantes a militante do partido discutirão durante dois meses os documentos partidários. “Definirão as bases programáticas, os estatutos e as tarefas políticas do PSUV. O objetivo é erguer um partido forte, o maior do país, com muita ternura e tolerância, mas também com muita firmeza. Os inimigos da revolução são poderosos e não descansam. O referendo da reforma constitucional mostrou que não podemos vacilar. A nossa revolução é pacífica, democrática, mas ela também é armada e não vai sucumbir diante de qualquer agressão. Sem um partido socialista forte, a revolução não avançará”.

“Revolução não depende de um homem”

O otimismo de Rodrigues ficou expresso no ato de abertura do congresso fundacional, que foi carregado de emoção, ao ritmo de canções revolucionárias. Coube ao presidente Hugo Chávez o principal discurso da noite. Em tom de brincadeira, ele disse que “será uma fala curta”, todos riram, e o discurso durou mais de três horas, acompanhado silenciosa e atentamente pelos presentes. Foi uma aula de política e ousadia. Após elogiar a realização do evento no Quartel San Carlos, “o presídio dos revolucionários”, e fazer uma menção carinhosa aos militantes do Partido Comunista da Venezuela (PCV) “torturados e assassinados neste cárcere”, Chávez apresentou algumas propostas para a construção do PSVU.

Com base em citações de Fidel Castro, Che Guevara e Antonio Gramsci, ele defendeu que o partido tenha uma ética revolucionária e seja formado por “trabalhadores dedicados, exemplos de pessoas honestas com uma vida limpa”. Ele insistiu também na necessidade do funcionamento coletivo e democrático, que evite personalismos e carreirismos. “Do partido depende o futuro da revolução. Ela não pode depender de um homem, de uma cúpula ou de uma vanguarda esclarecida. Precisa contar com milhões. Do contrário, ela ficará vulnerável”. Em tom autocrítico, ele admitiu que a ausência deste instrumento político é a principal debilidade da revolução bolivariana. Após citar várias conquistas políticas, econômicas e sociais, Chávez afirmou: “Conquistamos importantes avanços, mas não podemos negar nossos erros, limitações e falhas”.

Lições da derrota no referendo

Entre outras idéias, Chávez defendeu que o partido invista na formação do militante. “Sem conhecimento, sem estudo, a revolução não avançará. Só o conhecimento gera consciência”. Propôs ainda que o PSUV priorize as bases e valorize a militância, atuando de forma “radicalmente democrática”. “Não queremos novas oligarquias. O partido deve fortalecer os valores revolucionários, não pode aceitar corrupto... Deve ser uma escola forjadora de consciências e vontades para subverter a ordem capitalista... A consciência é o único motor que pode mover a vontade mais férrea”. Defendeu que o partido atue no curso das lutas políticas – “ vocês agora são atores políticos” – e tenha como perspectiva o socialismo. “Falaram que o socialismo morreu e que o marxismo era o diabo. Muitos até abandonaram o socialismo, traíram, com exceção de Cuba de Fidel Castro. Mas o socialismo do século 21 é o nosso maior desafio”. Propôs ainda uma ativa política internacionalista, que resulte “na união das forças de esquerda da América Latina”.

Num dos momentos mais ricos da sua exposição, Chávez analisou a dura derrota no referendo da reforma constitucional, realizado em dezembro. Numa autocrítica profunda e madura, afirmou com todas as letras que foi o principal responsável pela primeira derrota após nove anos de vitórias consecutivas. “Eu assumo minhas responsabilidades. Errei no momento estratégico do referendo. Não era a melhor hora, o povo não estava convencido das mudanças propostas”. Referindo-se novamente de forma elogiosa ao PCV e ao Partido Pátria para Todos (PPT), reconheceu que foi sectário no trato com estas organizações, “inclusive fazendo bromas” (ironias), e disse que era imperioso valorizar as alianças. “Sem alianças, a revolução não avança, ensinou Lênin”. Bastante aplaudido, afirmou que “é necessário declarar guerra ao sectarismo” e propôs o retorno do diálogo “com o PCV, PPT, as camadas médias e setores da burguesia nacional”.

“Uh, ah, Chávez no se va”

Para ele, o PSUV deve encarar o que chamou da “batalha dos três erres. Revisão, retificação e reimpulso revolucionário”. Quanto à reeleição presidencial, Chávez provocou os presentes: “Eu perdi o referendo e a partir de 2 de fevereiro de 2013 já não estarei mais no Palácio Miraflores”. A reação foi imediata: “Uh, ah, Chávez no se va”. Vários delegados gritaram que iniciarão uma campanha de coleta de assinaturas em defesa da reeleição, mas Chávez solicitou cuidado com a idéia para não se errar novamente no momento oportuno. “A nossa próxima batalha é a eleição de outubro de 2008. Não podemos deixar a direita ocupar postos importantes. Isto colocaria em risco nosso projeto bolivariano, socialista... Não é tempo de acelerar artificialmente. É tempo de consolidar”. Pela terceira vez, Chávez citou o PCV e o PPT e pregou a formação de um Pólo Patriótico, sem sectarismos, no que foi bastante aplaudido.

Além destes dois eventos, as delegações estrangeiras ainda participaram de um jantar com o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, e a presidente da Assembléia Nacional, deputada Cilia Flores, e de uma reunião de troca de experiências com o primeiro vice-presidente da República, o deputado Roberto Hernandes Rodrigues. Nos relatos dos dirigentes de esquerda da Bolívia, Equador, Uruguai, Chile, México, entre outros, ficou patente que há uma mudança de ventos na América Latina mais favorável às lutas dos povos. Mas, como ressaltaram os latino-americanos e, principalmente, os representantes da França, Itália, Alemanha e de outros países da Europa, o momento ainda é de acúmulo de forças. A direita tenta retomar a ofensiva e atua com muita agressividade. Chamou atenção que todos, sem exceção, enfatizaram o papel nocivo da mídia hegemônica, o principal partido da direita no mundo.

José Reinaldo Carvalho é secretário de relações internacionais do PCdoB e Altamiro Borges é secretário de comunicação. Ambos representaram a direção nacional do PCdoB em Caracas a convite do PSUV.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Portugal vai fornecer vários produtos à Venezuela

Mais de uma dezena de empresas portuguesas vão passar a fornecer diversos produtos à Venezuela num espaço de tempo muito curto. Os contactos intensificaram-se nos últimos tempos e este fim-de-semana parte para Caracas uma delegação oficial, liderada pelo Secretário de Estado do Comércio, mas que integra 12 empresários de diferentes sectores da economia portuguesa.

Esta investida comercial de Portugal já tinha sido referida publicamente pelo presidente da Venezuela. Tal como o DIÁRIO de Notícias da Madeira e o Correio da Venezuela divulgaram em exclusivo, na passado domingo, Hugo Chávez elogiou a postura do Primeiro Ministro português, com quem estivera em contacto telefónico, anunciando que Portugal iria fornecer diversos produtos como cereais, leite e alimentos em geral, áreas em que a Venezuela tem sentido grandes dificuldades nos últimos tempos.

Conforme apurou o DIÁRIO de Notícias da Madeira, o leque de trocas comerciais deverá ser muito mais abrangente, já que se deslocam a Caracas empresários de outros sectores, como a construção civil e tecnologias.

Depois de uma primeira investida em Novembro do ano passado, o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidorm, Fernando Serrasqueiro, volta agora a Caracas para ultimar detalhes. No final do ano passado, também a GALP e a PDVSA estabeleceram importantes protocolos na área petrolífera.

Na mensagem à nação, a passada semana, na Assembleia Nacional, o presidente Hugo Chávez teceu elogios a Portugal e ao primeiro-ministro José Sócrates. Chávez disse que falou com Sócrates no dia 10 e que, durante essa conversa, o primeiro-ministro expressou a vontade de concretizar rapidamente uma visita à Venezuela. Pelo teor da conversa, Chávez garante que Sócrates deverá visitar Caracas ainda durante o primeiro trimestre deste ano. "Portugal é um dos países que conta com uma significativa colónia de imigrantes em Venezuela e com essa visita se afirmarão ainda mais os laços de amizade que vem sendo renovado entre Caracas e Lisboa", explicou Hugo Chávez.

Venezuela considera acusação colombiana 'inaceitável'

A chancelaria venezuelana considerou "inaceitável" a acusação de ingerência feita por Bogotá em relação a questões internas da Colômbia, que prepara um protesto contra o pedido do presidente Hugo Chávez para que as Farc não sejam mais consideradas como um grupo terrorista pela comunidade internacional.

"É insólito e inaceitável que o comissário governamental para a paz na Colômbia, Luis Carlos Restrepo, acuse o governo bolivariano de ingerência nos assuntos internos de seu país", declarou o vice-chanceler Jorge Valero em nota divulgada nesta quarta-feira.

Horas antes, Restrepo havia anunciado que Bogotá fará um protesto formal contra a iniciativa de Chávez de pedir que seja retirada a qualificação de terrorista das guerrilhas colombianas das Farc e do ELN.

Restrepo disse que a Colômbia considera o pedido de Chávez como uma "ingerência nas questões internas da Colômbia".

Valero, que também é representante da Venezuela na OEA, disse que a proposta de Chávez sobre o tratamento dado aos guerrilheiros tem "o propósito superior de humanizar o conflito armado no país irmão da Colômbia".

O vice-chanceler venezuelano afirmou que seu governo espera a nota de protesto verbal da Colômbia para elaborar uma resposta oportuna.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Chávez quer aliança com Brasil e México para explorar petróleo

TEGUCIGALPA (Reuters) - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, alertou na terça-feira que os principais consumidores mundiais de petróleo enfrentam queda no fornecimento da commodity e afirmou que a Venezuela espera trabalhar em conjunto com o Brasil e o México para aumentar as reservas da região.

Em visita oficial a Honduras, um dia depois de comparecer à posse de Alvaro Colom como novo presidente da Guatemala, Chávez disse que o mundo desenvolvido precisa encontrar formas de reduzir seu consumo de combustíveis não-renováveis.

"Os Estados Unidos, por exemplo, infelizmente têm muito pouco tempo de sobra, reservas muito pequenas de petróleo próprio", disse Chávez em discurso ao lado do presidente hondurenho, Manuel Zelaya.

"Outros grandes países consumidores também têm reservas muito pequenas. Os Estados Unidos consomem 20 milhões de barris por dia. Você percebe o desequlíbrio?", acrescentou.

A Venezuela está entre os cinco principais fornecedores --ao lado de Canadá e México-- de petróleo para os Estados Unidos, que abocanha 25 por cento do consumo mundial.

O aperto no abastecimento e a crescente demanda levaram os preços mundiais do petróleo ao recorde histórico de 100,09 dólares o barril no início deste mês.

"Um dia o petróleo irá acabar", disse Chávez. "É por isso que não apenas alertamos quando os preços do petróleo estão em pauta, nós dizemos: 'vocês têm que lidar com a questão do consumo'."

Chávez disse ter discutido, na posse de Colom, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o presidente mexicano, Felipe Calderón, formas de unir forças no setor de exploração de petróleo.

"Nós conversamos...buscando uma maneira de nos tornarmos parceiros, para formar uma aliança entre as empresas estatais Pemex, Petrobras e PDVSA para criar novas maneiras de aumentar as reservas", disse Chávez.

Cuba abre espaço para propaganda de Chávez


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Havana nesta segunda-feira (14) com objetivo de aumentar a presença brasileira em Cuba. Mas o venezuelano Hugo Chávez já se instalou na ilha comunista e faz propaganda disso.

A Venezuela fornece gasolina subsidiada, que sai por um valor pouco superior a R$ 1 (US$ 0,60) o litro, e tem acordos em outras áreas, como vigilância sanitária e treinamento de médicos.
Mas a presença não se limita a acordos bilaterais. Chávez divulga, em Havana, seu programa de rádio: o “Alo Presidente”. Nos cartazes expostos pela cidade, o presidente aparece dando um largo sorriso abaixo da inscrição em espanhol “Bem-vindo à sua terra, irmão”.

Neste programa de rádio, que só pega em Cuba via satélite ou com um potente receptor, Chávez já entrevistou Fidel Castro depois que o líder cubano licenciou-se do poder para cuidar da própria saúde. Nesse meio tempo, enquanto o presidente da Venezuela tentava aprofundar sua revolução bolivariana, houve a aproximação com Cuba e Chávez tornou-se interlocutor do presidente licenciado.
“Graças ao Chávez podemos ter acesso a gasolina. Antes tínhamos repetidas falta do combustível. E esse acordo permitiu reduzir a pressão que passávamos”, disse o taxista Toni Martini. E ressalva: “O Brasil é parceiro e amigo de Cuba, mas a gente não vê a face do presidente Lula por Havana como a gente vê a do Chávez”, completou.

Mas alguns cubanos o vêem com ressalvas. “Cuba precisa de apoio [de outros países], sobretudo com o bloqueio norte-americano. Mas não sei se ele quer ajudar-nos ou apenas fazer propaganda”, disse a dona-de-casa Yamisel Perera, que vive em Santiago de Cuba e veio a Havana visitar a família.

Além disso, Chávez patrocina televisão a cabo em Cuba e coloca dois canais venezuelanos transmitindo 24 horas para a ilha comunista. Um deles dedica a programação a notícias do país e jogos de beisebol, o esporte número 1 de Cuba. O outro passa repetidas inserções com discursos e a agenda do presidente.
A presença publicitária de venezuelana não se limita a Chávez. A tradicional sorveteria Coppelia expõe em um de seus quiosques uma foto autografada pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, com a data de 22 de setembro do ano passado. Na foto pode-se ler: “Com afeto bolivariano para vocês e para o povo cubano”.

Lula chega a Cuba acompanhado dos ministros José Gomes Temporão (Saúde), Miguel Jorge (Desenvolvimento), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Educação), além do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

França e Venezuela debatem forma de libertar Ingrid Betancourt

GUATEMALA - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e a secretária de Estado para as Relações Exteriores e os Direitos Humanos da França, Rama Yade, discutiram nesta segunda-feira na Guatemala as fórmulas para conseguir a libertação da franco-colombiana Ingrid Betancourt.

A ex-candidata à Presidência colombiana foi seqüestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em fevereiro de 2002, durante a sua campanha eleitoral.

Chávez e Yade, que estiveram na Guatemala para assistir à posse do presidente Álvaro Colom, se reuniram num hotel para discutir o tema.

- Passamos horas e horas falando com a representante do Governo francês - disse Chávez a jornalistas.

- Avaliamos fórmulas para conseguir a libertação de Ingrid Betancourt, e de todos os que estão nas montanhas - seqüestrados pelas Farc, acrescentou.

O governante venezuelano intermediou na semana passada na libertação das políticas colombianas Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, seqüestradas pelas Farc. Ele disse que continuará "lutando para libertar todos os seqüestrados".

- Eu faço isto porque acredito na paz e na vida. Além de qualquer crítica ou comentário sarcástico, nós estamos trabalhando pela paz e pela vida - ressaltou.

Sobre seu pedido aos Governos do mundo de tirar as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), outro grupo armado colombiano, da lista de organizações terroristas, Chávez disse que "isso é só uma parte do problema".

- O mais importante é que agora todo o mundo está falando da guerra da Colômbia e da possibilidade de paz - opinou.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Chávez participa da fundação do Partido Socialista Unido da Venezuela

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, inaugurou neste sábado (12) o congresso de fundação do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cuja criação vem sido exigida há um ano por seus aliados por considerá-lo fundamental para instaurar o socialismo em seu país.

Cerca de 20 organizações sociais e partidos "chavistas" já desaparecidos se integraram ao PSUV, exceto uma minoria à qual Chávez pediu desculpas hoje por tê-los desqualificado previamente por não terem se somado a sua proposta.

Entre estes citou o histórico Partido Comunista Venezuelano (PCV), que integrará o que Chávez chamou de "um pólo de esquerda" ainda não definido.

Quase seis milhões de venezuelanos se inscreveram no ano passado como "aspirantes a militantes" do PSUV, número questionado por opositores ao governante que, por exemplo, lembraram que a proposta de reformar a Constituição não obteve esse número de votos no referendo que em dezembro do ano passado a rejeitou.

Chávez repetiu hoje o anúncio que fez nesta sexta-feira sobre a possibilidade de convocar um referendo revogatório de seu mandato em 2009 ou 2010 e colocar então uma "pequena emenda" constitucional que decida mais uma vez sobre a reeleição indefinida.

"Como tenho poder de convocar referendos, até poderia convocar, com caráter vinculativo, um referendo contra mim mesmo que pergunte ao povo se ele está de acordo em pôr fim ao período de Chávez, e com uma pequena emenda na Constituição para permitir a reeleição indefinida", disse ontem em discurso ao plenário do Legislativo.

A Constituição venezuelana permite a realização de um referendo revogatório na metade do mandato de qualquer cargo escolhido pela população, o que no caso de Chávez acontecerá no final de 2009, já que ele foi reeleito em dezembro de 2006.

"Eu não me considero imprescindível, mas acho que precisamos, e se o povo quiser, posso ficar alguns anos a mais no Governo", acrescentou.

A reeleição presidencial sem limites esteve entre as reformas constitucionais que Chávez submeteu a plebiscito em dezembro, quando sofreu sua primeira derrota eleitoral em nove anos de Governo.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Ex-reféns das Farc passam primeira noite de liberdade na Venezuela

CARACAS (AFP) — As ex-reféns colombianas, Clara Rojas e Consuelo González, entregues na quinta-feira pela guerrilha das Farc, passaram sua primeira noite em liberdade em um hotel de Caracas junto com seus familiares, após terem sido mantidas em cativeiro por seis anos.

Depois de terem sido recebidas na selva de Guaviare (sudeste da Colômbia) por uma comissão venezuelana e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, as duas mulheres voaram para a Venezuela e se reencontraram com seus familiares mais próximos no aeroporto internacional Simón Bolívar, de Caracas.

"Isso é como voltar a viver. Às vezes acho que é um sonho", disse González, ao tomar nos braços sua neta de dois anos, que ela não conhecia.

Entre abraços, beijos e lágrimas, as duas famílias se dirigiram imediatamente para o palácio presidencial de Miraflores, onde se reuniram com o presidente venezuelano Hugo Chávez por cerca de uma hora.

Clara Rojas e Consuelo González foram em seguida para o hotel cinco estrelas onde estão hospedados seus familiares desde 27 de dezembro e lá passaram sua primeira noite em liberdade.

Nesta sexta-feira, as duas famílias permaneciam em seus quartos e nenhum deles desceu para tomar o café da manhã, indicaram funcionários do hotel à AFP.

O movimento no hotel era pequeno e os funcionários não davam detalhes sobre as libertadas, porque "são hóspedes protegidas".

A imprensa venezuelana saudou a libertação das duas mulheres com grandes manchetes e fotos do encontro com suas famílias. O jornal governista Vea publicou em troca em sua primeira página uma grande foto do líder das Farc, Manuel Marulanda, com a seguinte manchete: "Marulanda cumpriu com Chávez".

O presidente venezuelano insiste há vários meses para que seu colega colombiano Alvaro Uribe o autorize a realizar uma reunião com Marulanda, como ponto crucial para a libertação de mais reféns e para o início de um processo de paz.

A senadora colombiana Piedad Córdoba, que acompanhou a entrega das reféns em Guaviare, disse na noite de quinta-feira que Rojas e González pretendiam conceder uma entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, sem precisar a hora.

Na noite de quinta-feira, as duas libertadas conversaram por telefone com Uribe, que também agradeceu a Chávez por sua participação eficaz.

Clara Rojas disse à rede colombiana Caracol que para sua libertação foram obrigadas a caminhar durante vinte dias, e disse que estava "esgotada", pois não havia conseguido dormir bem.

Rojas disse também que quer voltar logo para Bogotá para buscar seu filho Emmanuel, de três anos e meio, nascido no cativeiro de uma relação consentida com um guerrilheiro.

As Farc tinham prometido libertar as duas políticas junto com Emmanuel, mas as autoridades colombianas descobriram no final do ano passado que a criança não estava em poder da guerrilha, e sim em um abrigo do governo em Bogotá.

Exames de DNA mostraram uma alta probabilidade de que o menino seja efetivamente filho de Rojas, e posteriormente as Farc confirmaram sua identidade.

Rojas, de 44 anos, havia sido seqüestrada em fevereiro de 2002 junto com a ex-candidata à presidência Ingrid Betancourt, de nacionalidade colombiana e francesa, de quem havia sido a vice em sua campanha eleitoral.

Em suas declarações à imprensa colombiana, Rojas disse que foi separada de Betancourt há três anos e a enviou mensagens para que se mantenha forte.

A ex-legisladora González, de 57 anos, era refém das Farc desde 2001. Durante seu período de cativeiro seu marido morreu e sua neta nasceu.

Venezuela: Chávez elogia decisão das Farc de tirar Emmanuel da selva

Caracas, 12/01 - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, elogiou sexta-feira a decisão da guerrilha colombiana das Farc de tirar o pequeno Emmanuel, filho da ex-refém Clara Rojas, da selva, e pediu a seu homólogo colombiano, Alvaro Uribe, que ratifique a versão de que a criança foi torturada.

"A guerrilha tomou a decisão de tirá-lo da selva e foi uma decisão justa. Emmanuel já não é um menino da selva, é um menino colombiano, é nosso Emmanuel", disse Chávez durante a apresentação de seu relatório sobre 2007, na Assembleia Nacional venezuelana.

O presidente venezuelano afirmou que Emmanuel, filho da ex-candidata à vice-presidência da Colômbia Clara Rojas, não apresenta sinais de tortura, como denunciou Uribe em 31 de Dezembro passado.

"Não há sinais de tortura, e o presidente Uribe precisa esclarecer isso ao mundo, porque ele disse o Ontário".

Chávez contou ao Congresso que as reféns libertadas Clara Rojas e Consuelo González caminharam "quase um mês" com os guerrilheiros até chegar ao local de entrega, devido à presença de militares colombianos na região.

"Em 30 e 31 de Dezembro, foram bombardeados (o grupo com as reféns) na zona por onde vinham. O comandante do grupo, que tem a liberdade de acção para cuidar da vida de sua gente, reuniu a patrulha e disse: não podemos continuar, vamos suspender a operação".

"Depois, surgiu a história do menino. Disse: oxalá seja verdade, será uma preocupação a menos, porque imaginamos uma criança na selva, caminhando".

As Farc prometeram libertar Rojas, González e Emmanuel em meados de Dezembro, mas a operação humanitária de resgate, organizada por Chávez, fracassou devido à presença do Exército colombiano na área, segundo a guerrilha.

Para Uribe, a libertação foi suspensa, porque a guerrilha não tinha Emmanuel, que já estava num orfanato em Bogotá.

Clara Rojas e Consuelo González foram libertadas, finalmente, na quinta-feira.

"Uma libertação humanitária e unilateral"

Foi assim que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) justificaram a libertação de Clara Rojas e Consuelo Gonzalez de um sequestro de mais de 6 anos.

As FARC entregaram as reféns à Cruz Vermelha nas imediações de San José de Guaviare, na selva colombiana. A ex-candidata à vice-presidência da Colômbia e a ex-parlamentar foram depois transportadas para Caracas, onde as esperava aquele que é considerado o responsável por esta libertação: Hugo Cavem.

As negociações com a mediação do presidente da Venezuela começaram em Setembro e, no processo, a diplomacia entre a Venezuela e a Colômbia ficou bastante abaladas.

As FARC não retribuíram a libertação de prisioneiros levada a cabo por Bogotá, em Junho, mas agora a guerrilha avança com esta acção chamando-a de "gesto de esperança para a paz".

O ministro do Interior venezuelano, Ramon Rodriguez Chacin, esteve na operação de resgate. "As FARC, exército do povo, tem também o nosso reconhecimento porque deram esta prova de boa vontade, deram esta satisfação ao nosso comandante em chefe, Hugo Rafael Chavez Frias e temos a certeza que é uma porta que se abre.
É no mínimo, o princípio do caminho. Vão existir mais libertações que serão "trocas", e troca quer dizer que também devem sair os guerrilheiros que estão na prisão, bem como os prisioneiros políticos. Este é o caminho, é esta a linha que nos deve conduzir à Paz".

Álvaro Uribe presidente da Colômbia foi obrigado a reconhecer o contributo de Chavez. "Estamos satisfeitos com a libertação de duas compatriotas, que foram raptadas, e nós sentimos a dor dos compatriotas sequestrados. Tenho que reconhecer que o processo liderado pelo presidente Hugo Chavez foi muito eficaz, ele que foi capaz de obter a libertação unilateral e incondicional das nossas compatriotas Consuelo Perdomo e Clara Rojas."

Em cativeiro, continuam há vários anos a ex-candidata presidencial franco-colombiana, Ingrid Betacourt, e outras 700 pessoas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

México parabeniza Colômbia e Venezuela por libertação de reféns

O governo do México parabenizou nesta quinta-feira os governos de Colômbia e Venezuela, assim como o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), pela bem-sucedida libertação de Clara Rojas e Consuelo González.

"O governo do México felicita o êxito da operação, concluída no dia de hoje, com a libertação de duas mulheres que se encontravam detidas pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) há vários anos", indicou a Secretaria de Relações Exteriores do México.

"O México expressa seu reconhecimento ao governo da Colômbia pela disposição demonstrada para a realização desta missão humanitária, em uma clara resposta aos anseios de todos os setores da sociedade colombiana", declarou.

A Chancelaria reconhece ainda o papel da CICV, "pelas gestões realizadas para concretizar a libertação, assim como o do governo da Venezuela e de todas as demais partes que apoiaram a operação".

"O governo do México faz votos para que esta ação das Farc, em resposta aos pedidos da sociedade colombiana e da comunidade internacional, contribua para conseguir a paz e a concórdia na Colômbia", acrescenta.

O México pediu também "a imediata libertação dos demais reféns que ainda permanecem em poder das Farc, e cujo sequestro lastima suas famílias e a comunidade colombiana em seu conjunto".

As reféns foram recolhidas na região da selva do Departamento colombiano de Guaviare (sudeste), e serão levadas à Venezuela para se encontrar com seus familiares.

Venezuela: Chávez anuncia construção de refinaria na Dominica

A Venezuela vai iniciar em breve a construção de uma refinaria de petróleo na ilha caraíba da Dominica, no âmbito dos esforços do governo de Caracas visando a integração económica regional, anunciou hoje, o presidente Hugo Chavez.

O presidente adiantou que a Dominica se juntará à Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA), um grupo de comércio regional que inclui também Cuba, Irão, Bolívia e Nicarágua.

Depois de se reunir com o primeiro-ministro da Dominica, Roosevelt Skerrit, Chavez comentou que a Alternativa «continua a crescer como nova área geopolítica, geo-económica» visando a construção de «um mundo melhor» para os que vivem nas Caraíbas.

Precisou que a futura refinaria será usada para distribuir petróleo venezuelano para outras ilhas das Caraíbas mas não revelou pormenores como a sua capacidade.

A Venezuela produz 2,3 milhões de barris de petróleo por dia, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

A maior parte das exportações de petróleo da Venezuela segue para os Estados Unidos mas Chavez tem incrementado lentamente as exportações para as Caraíbas e América Latina.

Duas reféns das FARC já estão na Venezuela

As duas reféns colombianas libertadas esta quinta-feira de madrugada pelos rebeldes das FARC já estão na Venezuela. As duas políticas, raptadas em 2001 e 2002, saíram da selva da Colômbia a bordo de helicópteros venezuelanos e viajaram até Caracas na companhia da Cruz Vermelha Internacional.

A boa nova, adiada há exactamente 10 dias, foi dada em Caracas pelo presidente da Venezuela, o mediador de toda a operação de libertação.

Clara Rojas, ex-candidata à vice-presidência da Colômbia, e Consuelo Gonzalez, antiga congressista colombiana, foram entregues algures na selva, pelos guerrilheiros aos delegados da missão humanitária de resgate.

No final do ano foi anunciado que seria também libertado Emmanuel, o filho que Clara Rojas teve já em cativeiro, mas a suspeita de que a criança se encontrava desde 2005 sob protecção estatal na Colômbia levou ao fracasso da operação de resgate.

Confirmada a identidade de Emmanuel, o processo voltou a andar e, desta vez, as FARC cumpriram o gesto de desagravo prometido ao presidente Chavez. Ingrid Betancourt, a ex-candidata à presidência da Colômbia, raptada com Clara Rojas há seis anos, continua em cativeiro.

Nas mãos dos rebeldes marxistas, que usam os sequestrados como moeda de troca nas negociações com o governo de Bogotá, estarão também outros 750 reféns.

PCdoB acompanhará Congresso de fundação do PSUV em Caracas

O PCdoB recebeu e aceitou um convite da Comissão Organizadora do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e do governo bolivariano daquele país para assistir a sessão inaugural do congresso de fundação do novo partido. Dois membros do Secretariado do Comitê Central do PCdoB assistirão ao evento no próximo sábado (12), em Caracas.

O PCdoB se fará representar por José Reinaldo Carvalho, secretário de relações internacionais e por Altamiro Borges, secretário de Comunicação do Comitê Central e autor do livro Venezuela: originalidade e ousadia. Publicado pela Editora Anita Garibaldi, o livro já vendeu 10.500 exemplares e está em sua terceira edição.

Em declaração ao Vermelho, José Reinaldo disse que o convite “é uma expressão da solidariedade e das relações de amizade entre os revolucionários venezuelanos e os comunistas brasileiros. A nossa presença em Caracas reforçará esses laços e servirá para que aprofundem o conhecimento dos comunistas brasileiros sobre esse rico processo de revolução popular e antiimperialista comandada pelo presidente Hugo Chávez”, agregou.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Venezuela anuncia criação de "comissão especial anticorrupção"

Caracas, 9 jan (EFE).- A procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega, anunciou hoje a formação de uma "comissão especial anticorrupção".

Ortega disse quer que "na próxima segunda-feira" já esteja constituída a comissão especial, que será integrada por 30 funcionários.

A "comissão especial" assumirá primeiramente "os atos conclusivos dos casos de suposta corrupção que atualmente são investigadas no Ministério Público", disse Ortega.

"Se você ataca um dos flagelos mais graves como é a corrupção, e pede a punição para este crime, indubitavelmente com isso estará livrando uma luta contra a impunidade", afirmou.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu em várias ocasiões durante seus nove anos de Governo uma forte luta contra a corrupção, que de acordo com setores opositores venezuelanos, acontece impunemente no país.

Em agosto, o então ministro do Interior, Pedro Carreño, reconheceu publicamente que a corrupção tinha infiltrado setores "revolucionários", e exigiu "honestidade e ética" aos seguidores de Chávez.

Os maiores escândalos de suposta corrupção nos últimos dois anos envolveram a estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), a principal empresa do país, assim como a suposta rede encarregada de facilitar terceiros contratos com o Estado em troca de milionárias comissões.

A justiça local condenou um militar na ativa e vários civis pelo desfalque de US$ 1,3 milhão na construção, em 2006, de uma central açucareira no estado de Barinas.

Chávez prioriza luta contra a insegurança, o desabastecimento e a inflação

CARACAS. — A revolução está obrigada a manter os espaços ocupados e a conquistar outros novos, aseverou neste domingo o presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao intervir em seu habitual progama Alô, presidente, que em sua edição 299ª foi feito no Centro de Formação Socialista Ezequiel Zamora, em Charallave, estado de Miranda.

Hugo ChávezApós lembrar que em 2008 se inicia o décimo aniversário da revolução Bolivariana, Chávez reiterou a denominada "Estratégia das Três R" (Revisão, Retificação e Reimpulso revolucionário), a qual chamou a tornar um processo permanente, dialético, de todos os dias. "Começa a batalha", disse.

Acompanhado pelo Gabinete ministerial em pleno, o líder venezuelano chamou a não subestimar o adversário principla do processo: o imperialismo norte-americano, que segundo expressou tenta frear a revolução e debilitá-la para depois, derrotá-la. "Não estamos enfrentando à contra-revolução interna — disse —; eles são só instrumentos do império".

O presidente elogiou o processo de reconversão monetária que entrou em vigor em todo o país em 10 de janeiro passado e disse que entre os objetivos priorizados da revolução, encontrava-se da mesma maneira a luta contra a insegurança, o desabastecimento e a inflação, os quais chamou a enfrentar com firmeza.

Ninguém deve sentir-se desmotivado nem derrotado, "ainda que mais de uma vez fez falta uma derrota", proclamou, em alusão à impossibilidade de aprovar a Reforma Constitucional em 2 de dezembro, como se tinham proposto as forças bolivarianas.

Em correspondência com a ofensiva revolucionária prevista para 2008, Chávez se referiu à importância da conformação do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cujo congresso fundacional está previsto que seja instalado o próximo dia 12.

O presidente venezuelano celebrou a liberdade de Emmanuel, o filho da sequestrada ex candidata vice-presidencial colombiana Clara Rojas, concebido em seu cativério e cuja paternidade se atribui a um guerrilheiro das FARC.

"As FARC emitiram um comunicado, dando sua versão dos fatos. Mais além de qualquer versão, enfoque ou diatribe política, o mais bonito e importante é que Emmanuel está livre, isso é o mais importante", disse. "E continuamos esperando bom, os novos contatos para a libertação de Clara e de Consuelo (González)", assinalou Chávez em referência à operação humanitário que ele chefia. •

Emmanuel: Venezuela pede esclarecimento dos fatos; ex-mediadora lamenta fracasso

BOGOTÁ (AFP) — Depois que as Farc reconheceram não ter o menino Emmanuel, que haviam prometido entregar, a Colômbia afirma que o caso demonstra de que forma os guerrilheiros "enganam", enquanto a Venezuela pede que as circunstâncias sejam esclarecidas e a ex-mediadora colombiana lamenta o fracasso das negociações das quais participou.

O governo venezuelano pediu, através de um comunicado divulgado neste sábado, "o esclarecimento total das circunstâncias que cercam Emmanuel no curso das últimas semanas".

No documento, Caracas também faz votos pela libertação imediata dos outros dois reféns que seriam entregues junto com o menino Emmanuel: sua mãe, Clara Rojas, que engravidou no cativeiro de um guerrilheiro das Farc, e a ex-congressista Consuelo González, além de todos os seqüestrados em poder das Farc.

Enquanto isso, o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que com o reconhecimento da identidade de Emmanuel, "a comunidade internacional se dá conta da forma como as Farc enganam".

Por sua vez, o comissário de paz do governo, Luis Carlos Restrepo, chamou as Farc de "ladrões e bufões", pois "reconhecem sua mentira, mas agora para eles o seqüestrador é o governo".

De visita a Porto Rico, a senadora e ex-mediadora Piedad Córdoba lamentou o fracasso da gestão - da qual participou também o presidente venezuelano Hugo Chávez - que negociou a libertação dos três reféns.

Córdoba considerou que o fato inesperado de Emmanuel não estar em poder das Farc não deve atrapalhar as tentativas de libertação de Rojas e González.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia reconheceram na última sexta-feira que a criança negociada é a mesma que o presidente Alvaro Uribe havia apontado, e que estava em um orfanato estatal registrada sob o nome de Juan Davi Gomes.

O pequeno Emmanuel, de três anos e meio, é filho de Rojas, seqüestrada pelas Farc em fevereiro de 2002 junto com a ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Bettancourt, para quem trabalhava como assessora.

Horas antes do pronunciamento das Farc, as autoridades colombianas revelaram o resultado de um exame de DNA feito com amostras do menor e comparado a material genético da mãe e do irmão de Clara Rojas, o que evidenciou o estreito parentesco entre eles.

No comunicado, as Farc argumentam que tiveram que tirar Emmanuel da selva porque ele "não poderia permanecer em meio às operações bélicas do Plano Patriota (ofensiva do exército), dos bombardeios e dos combates, com a movimentação constante e as contingências da selva".

"Por isso este menino, de pai guerrilheiro, foi deixado em Bogotá sob os cuidados de pessoas honradas, enquanto era negociado o acordo humanitário", explica o comunicado, com data de 2 de janeiro e assinado pelo "secretariado' (direção) das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Além disso, os guerrilheiros acusam Uribe de ter seqüestrado Emmanuel em Bogotá, "com o infeliz propósito de sabotar sua entrega", a de sua mãe e de González a Chávez.

Em 31 de dezembro, após de esperar em vão que o grupo guerrilheiro informasse o local onde entregariam os reféns negociados, Uribe lançou a surpreendente hipótese de que na verdade as Farc não tinham o menino.

Chávez havia dito então ter recebido uma mensagem dos rebeldes, avisando que não poderiam cumprir com seu compromisso por causa de fortes operações militares na área onde entregariam os seqüestrados.

O presidente venezuelano não só duvidou da tese de Uribe, mas também o acusou de ter "dinamitado" a "operação Emmanuel", como batizou a recepção dos reféns, que seria acompanhada por delegados de Argentina, Brasil, Bolívia, Cuba, Equador, França e Suíça.

A família de Emmanuel declararam acreditar "totalmente" no resultado dos exames de DNA, e já avisaram que entrarão com processo para requerer sua custódia legal.

Apesar dos exames feitos em Bogotá, a promotoria determinou a realização de uma segunda análise com as amostras na Espanha.

O resultado desses exames ficarão prontos dentro de uma semana, informou no sábado o diretor do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Santiago de Compostela (noroeste da Espanha), Ángel Carracedo, confirmando que as amostras já haviam chegado.

Naomi Campbell entrevista Chávez para revista masculina britânica


A top model britânica Naomi Campbell, de 37 anos, vem descobrindo uma nova vocação, como entrevistadora. Para a próxima edição da revista masculina GQ, ela entrevistou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Campbell já havia entrevistado antes o piloto de Fórmula-1 Lewis Hamilton e agora vem tentando, para as próximas edições, contatos com os presidentes da França, Nicolás Sarkozy, e de Cuba, Fidel Castro.

A entrevista com Chávez foi realizada durante uma visita à Venezuela em outubro, quando ela também aproveitou para pedir ao presidente uma doação à Fundação Nelson Mandela.

Durante a entrevista, a modelo questionou Chávez sobre suas relações com Cuba e suas disputas com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a quem o venezuelano acusou de planejar matá-lo, segundo o relato publicado pelo diário The Independent.

Defesa

O venezuelano também teria aproveitado a entrevista para defender seu governo das acusações de autoritarismo e violação aos direitos humanos.

Chávez argumentou que não há prisioneiros políticos no país nem execuções extra-judiciais e que não há, em sua opinião, nenhum país no mundo com mais liberdade de expressão do que a Venezuela.

A modelo também teria perguntado, segundo outro jornal, o Guardian, se Chávez admitiria alguma vez ser fotografado sem camisa, seguindo o exemplo do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Chávez teria então respondido: "Por que não? Quer tocar meus músculos?"

No texto de apresentação da entrevista, Campbell diz que queria encontrar Chávez, a quem chamou de "anjo rebelde", para saber se era verdade o que ouviu dizer sobre ele ser "um presidente do povo".

"Eu não queria julgar nem investigar suas opiniões políticas, apesar de ele tê-las dado livremente", disse a modelo. "Eu simplesmente queria entrevistar Hugo, o homem."

Em entrevista ao Guardian, o editor da GQ, Dylan Jones, disse que foi "bastante fácil organizar a entrevista", já que Chávez "naturalmente queria encontrar Naomi".

"Quer dizer, quem é que não quer encontrar a Naomi? Mesmo ditadores socialistas têm um interesse em lindas supermodelos", afirmou Jones.

Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

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Chávez lança "ofensiva" e pede "eficácia" do Governo

Caracas, 6 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decretou neste domingo o início de uma "grande ofensiva", que inclui a "correção e o recomeço" dos planos oficiais, um mês após sua primeira derrota eleitoral em oito anos de Governo e a quase um ano das eleições regionais e municipais.

O presidente reiterou que o socialismo é o único caminho para a paz e alertou sobre as ameaças de guerra civil que faria com que a "revolução" perdesse espaços já conquistados nas eleições previstas para o fim do ano.

Também insistiu em que a "revolução socialista" respeita a propriedade privada, e que "todos têm lugar nesse processo: os empresários, as classes médias, os movimentos sociais".

"Começou a revisão, retificação e recomeço" decretou Chávez em seu programa de rádio e televisão dominical "Alô Presidente".

O chefe de Estado renovou esta semana a metade de seus 24 ministros e nomeou outro vice-presidente, com a intenção de dar mais "eficácia" a sua gestão governamental, iniciada pela primeira vez em 1999.

Após a "revisão de tudo" será determinado "o que está mal" para passar à "retificação e depois, o recomeço do Governo, dos programas e planos a todos os níveis", disse.

Chávez voltou a reconhecer que em 2007 sua Administração reprovou várias matérias, entre as quais mencionou a luta contra a inflação, e falou sobre a necessidade de acelerar a solução de problemas como o desabastecimento de alimentos básicos.

A inflação fechou 2007 a 22,5%, 10,5 pontos acima da previsão oficial, enquanto o falta de alimentos básicos, como o leite e os grãos, chegou a 25%, de acordo com cálculos privados.

Ao defender o sistema socialista, Chávez pediu que seus aliados "aprofundem a batalha" para a instaurá-lo no país.

"Perdi a invencibilidade!", exclamou sobre a derrota no plebiscito para aprovar a reforma da Constituição, que incluía a reeleição presidencial ilimitada.

Após reiterar que só lhe restam cinco anos de Governo, ressaltou que seu primeiro fracasso eleitoral foi uma grande lição que revelou a falta de organização e de consciência nas fileiras revolucionárias.

Por isso, a organização do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) deve se concretizar o mais breve possível.

O PSUV é imprescindível para enfrentar com sucesso as próximas eleições regionais e municipais, nas quais a "revolução é obrigada não só a manter os espaços conquistados, mas a ampliá-los", disse.

Pelo menos 21 dos 24 estados venezuelanos são governados por políticos partidários do Governo, assim como a maioria dos 337 municípios.

Chávez alegou que a "contra-revolução" utilizaria os estados ou municípios que conseguisse recuperar "para ativar a guerra".

Ele disse que além de instalar o PSUV, o Governo deve fazer alianças com os partidos simpatizantes que se negaram a se integrar ao PSUV, "com os movimentos sociais, com a classe média, os empresários".