terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Chávez recebe Ortega, fala de eleições e admite falhas em seu governo

CARACAS (AFP) — O presidente venezuelano Hugo Chávez admitiu neste domingo o desabastecimento de alimentos e as falhas no sistema de saúde de seu país durante seu programa semanal "Alô, presidente!", durante o qual fez uma avaliação visando às eleições de governadores e prefeitos em novembro de 2008 e conversou com seu Daniel Ortega, presidente da Nicarágua.

Chávez se disse disposto a realizar um referendo revogatório em 2010, na metade de seu mandato, como também fazer uma segunda consulta para que seja aprovada uma emenda constitucional que permita a reeleição do presidente sem limite de mandatos.

"Se chegar um governo contra-revolucionário, virá a guerra", advertiu Chávez.

O presidente insistiu na questão da ameaça de uma guerra ao mencionar a "batalha eleitoral pelos governos e prefeituras".

"Se a oposição conseguir triunfos nessas eleições, o ano de 2009 será um ano de guerra porque (...) o imperialismo (Estados Unidos) quer desbancar a revolução".

"Lamentarei toda a vida a derrota de 2 de dezembro", confessou, referindo-se à sua primeira derrota em uma década de governo.

Em relação aos problemas de abastecimento, disse ter aprovado a liberação de 600 milhões de dólares para um "plano excecional de desenvolvimento agrícola".

Por outro lado, Chávez e Ortega propuseram neste domingo a criação de uma estratégia de defesa que coordene as forças armadas da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), integrada também por Cuba, Bolívia e Dominica.

A medida foi proposta durante uma revisão da deterioração das relações de ambos países com a Colômbia e os Estados Unidos.

Segundo o presidente venezuelano, a "estratégia de Defesa conjunta articularia as forças armadas, aéreas, terrestres, marinhas, a guarda nacional e as forças de cooperação e corpos de inteligência".

"O inimigo é o mesmo, e se se meterem com um de nós, terão que se meter com todos nós. Vamos responder como um só", advertiu Chávez

"Tocar na Bolívia é tocar em todos nós, tocar em Cuba é tocar na Venezuela, tocar na Nicarágua, é tocar em nós", acrescentou, encomendando aos ministros da Defesa e das Relações Exteriores que elaborem o projeto de um Conselho de Defesa da Alba.

Ortega, que aprovou o projeto, fez, por sua vez, uma revisão da "luta antiimperialista" da Nicarágua desde as batalhas do caudilho Augusto César Sandino (1895-1934) contra as tropas norte-americanas.

Chávez atribuiu à "oligarquia colombiana" supostos planos para criar um conflito bélico com a Venezuela em cumplicidade com os Estados Unidos.

"Chegará o momento em que o povo colombiano se libertará dessa oligarquia, não nos meteremos a menos que eles não se metam conosco", afirmou.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Hugo Chávez - Um homem, um povo (download)

Neste livro, o actual presidente da Venezuela, Hugo Chávez Frias, reflecte sobre temas como o motivo por que escolheu a via institucional para realizar mudanças revolucionárias; as razões de uma presença militar tão marcada no processo venezuelano; as diferenças entre a actual geração de militares venezuelanos e outros exércitos latino-americanos; as relações históricas com a esquerda organizada e suas desilusões; o tipo de modelo económico que se pretende levar adiante e as razões do escasso avanço neste terreno.

Hugo Chávez fala ainda sobre as dificuldades que teve de enfrentar, os erros cometidos e a aprendizagem adquirida ao longo dos anos, não deixando também de nos apresentar a sua visão do golpe reaccionário de 11 de Abril de 2002 e o retorno do presidente ao palácio de Miraflores. [download em .pdf]

Venezuela diz que está comprando radares para substituir os americanos

Caracas, 24 jan (EFE).- O ministro da Defesa da Venezuela, o general Gustavo Rangel, anunciou hoje que "muito em breve" chegarão a seu país radares importados por Caracas para substituir os que os Estados Unidos "levaram" após o fim de um acordo conjunto antidrogas.

A Venezuela "está trabalhando ativamente para adquirir novos sistemas de radares" que chegarão "muito em breve" da China e Rússia, declarou Rangel.

"Funcionavam na Venezuela radares americanos, mas essa gente os levou", reiterou em alusão aos agentes da Agência Antidrogas Americana (DEA).

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou em agosto de 2005 às instâncias antidrogas de seu país que colocassem fim ao trabalho conjunto com a DEA, após acusá-la de se transformar em outro "cartel" da droga e de efetuar atividades de espionagem política.

Essas "infiltrações de inteligência ameaçavam a segurança e a defesa do país", disse Rangel.

O ministro acrescentou que os agentes da DEA diziam aos venezuelanos para deixar os traficantes "correr" para os Estados Unidos, onde seriam presos.

Além disso, assegurou que de cada 50 toneladas de droga detectada na Venezuela os Estados Unidos confiscavam entre 20 e 30 toneladas.

"O que era feito com o restante?", questionou Rangel. EFE ar/mh

Para Israel, aproximação entre Venezuela e Irã abre porta para terrorismo na América Latina

BRASÍLIA - A embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, revelou nesta quarta-feira que o governo de seu país alertou o governo brasileiro para os riscos da aproximação entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Segundo a embaixadora, o governo de Israel considera que essa aproximação poderá abrir a porta para a implantação de células terroristas na América Latina.

- Já compartilhamos nossa preocupação com o governo brasileiro. É preciso estar atento. Atrás dos acordos comerciais e culturais (entre Venezuela e Irã) pode haver uma influência para ações de terrorismo. E na relação entre esses dois países tem mais do que petróleo - disse a embaixadora.

Sem meias palavras, ela disse que o presidente venezuelano já deu sinais claros de que pode abrir essa porta para pessoas ligadas a atividades terroristas.

- Ele já deu declarações contra Israel e Ahmadinejad já pregou que Israel deve ser apagado do mapa.

" É preciso estar atento. Atrás dos acordos comerciais e culturais (entre Venezuela e Irã) pode haver uma influência para ações de terrorismo "

Na avaliação do governo israelense, o Irã pode vir a se aproveitar do estreitamento das relações com Chávez e outros países da região como Equador, Bolívia e Nicaragua para difundir suas idéias na região.

- A partir dessa relação (com a Venezuela), eles podem aproveitar a infra-estrutura local para usar em outras coisas. E hoje, o terrorismo internacional usa estruturas em outras regiões fora do Oriente Médio. Não podemos esquecer das ligações do Irã com o terrorismo no passado. Podemos dizer que o Hezbolah é o braço direito do Irã.

Tzipora Rimon disse ainda que o governo de seu país vê com desconfiança o relatório do governo dos Estados Unidos que afastou os riscos de o Irã ter condições de produzir hoje armas nucleares.

- Existe esse relatório, mas existem muitos outros. E esse relatório (dos EUA) não foi feito por Deus. As informações que temos é que em um ou dois anos eles terão condições de fazer isso, o que põe em risco não só Israel mas também é motivo de preocupação para outros países do Oriente Médio.

Brasil e Venezuela discutem cooperação em pesquisa agropecuária

Brasília - Representantes do Brasil e da Venezuela começaram a definir no dia 22 de janeiro, em Caracas, a instalação do projeto de cooperação técnica para o fortalecimento da pesquisa agropecuária.

Técnicos da Assessoria de Relações Internacionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) reuniram-se com o presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrícola da Venezuela (Inia), Yván Gil, a fim de estabelecer recursos e alocação de pessoal especializado para o trabalho de cooperação.

Elízio Contine, chefe da Assessoria da Embrapa, disse que está previsto ainda para este primeiro semestre o início da cooperação. "A previsão é de que algum técnico da Embrapa esteja na Venezuela no final de fevereiro, para articular ações com as instituições de pesquisa de lá", disse. Ele explicou que essa cooperação é negociada "há algum tempo, ainda no ano passado, e agora começam a ser definidos os aspectos operacionais".

Inicialmente os esforços da cooperação técnica serão para a produção de leite, carnes e culturas de mandioca e café. “Ainda não foi definida uma prioridade, que pode ser o leite, porque a Venezuela precisa. A Embrapa Gado de Leite dará suporte às ações no país. Na África, também, nossa estratégia é ter alguns articuladores lá, com o suporte da estrutura da Embrapa aqui no Brasil”, acrescentou.

Para o ajuste dessa parceria, Elízio Contine informou que a missão da Embrapa deverá permanecer em Caracas até o início de fevereiro. "Vamos fazer um plano de trabalho e das negociações, definir onde ficará localizada a pequena estrutura da Embrapa, como vamos atuar, o plano de trabalho a ser utilizado", concluiu.| Por: Priscila Galvão/ABr

Venezuela quer inserir comunidade lusa em acordos bilaterais

Caracas, 24 jan (Lusa) - O governo venezuelano quer que a comunidade portuguesa participe nos diferentes acordos que Portugal e a Venezuela estão a negociar, porque vão permitir complementar as potencialidades em benefício deles e dos dois países, revelou o ministro das Relações Exteriores.

"Tem havido uma linha muito clara de comunicação com a comunidade portuguesa, para que toda ela se incorpore aos acordos de cooperação entre a Venezuela e Portugal", disse.

Nicolás Madura falava à saída de um encontro com Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor de Portugal, no âmbito de uma visita que realiza à Venezuela para concretizar negociações destinadas a reequilibrar a balança comercial portuguesa, que pelas importações petrolíferas se inclina a favor de Caracas.

"Chegou o momento da cooperação, de que a comunidade - que já faz parte da forma de ser dos venezuelanos - tenha a certeza de que estes acordos vão beneficiá-la também, a todos, e vão permitir a complementaridade das potencialidades produtivas de ambos países", disse.

Destacou ainda que "a comunidade portuguesa tem importantes setores empresarias que vão ser convocados para que participem diretamente nestes acordos".

"[Portugal] é muito importante para nós e cada vez vai ser mais importante porque vão abrir-se oportunidades e janelas de cooperação que vão permitir à comunidade portuguesa prosperar mais ainda no nosso país e conseguir um nível de maior comunhão com os destinos da Venezuela", afirmou Madura.

O ministro venezuelano afirmou que o seu governo espera "para o mês de março, numa data a anunciar proximamente, a visita do primeiro ministro (de Portugal) José Sócrates à Venezuela".

Nessa momento, acrescentou, "haverá importantes reuniões de trabalho" para assinar os acordos cujas negociações estão em curso.

Precisou ainda que estão a trabalhar, de uma maneira dinâmica "num acordo energético e produtivo, em que a Venezuela subministrará um conjunto de produtos energéticos a Portugal, para contribuir com a sua segurança energética e obterá uma porcentagem dessa fatura através de produtos alimentícios e através de transferência de tecnologia".

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Venezuela diz que relatório da ONU desmente acusações dos EUA sobre drogas

Caracas, 22 jan (EFE) - O Governo venezuelano lembrou hoje que, segundo a ONU, em 2007 o país foi o terceiro com maiores apreensões de droga, em resposta a opiniões contrárias do Executivo dos Estados Unidos.
O presidente do Escritório Nacional Antidrogas (ONA), coronel Néstor Reverol, respondeu hoje a John Walters, o chefe do departamento antidrogas dos EUA - que afirmou que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, está se transformando em um grande facilitador do tráfico de cocaína à Europa e a outras regiões.

"Chama a atenção que as autoridades americanas dizem que, pelo terceiro ano consecutivo, a Venezuela não colabora com a luta antidrogas e que, ao mesmo tempo, a ONU tenha certificado que, também pelo terceiro ano consecutivo, a Venezuela é o terceiro país com maiores apreensões de droga no mundo", reforçou Reverol.

Segundo Reverol, também chama a atenção que o próprio Walters afirmasse até 2002 que a Venezuela colaborava com os EUA na luta antidrogas, mas suas considerações começaram a mudar depois que, em 2005, os convênios com os americanos foram suspensos.

O coronel sustentou que o Governo venezuelano tachou as declarações de Walter de irresponsáveis, sem fundamento e orientadas a gerar uma matriz de opinião negativa em níveis nacional e internacional.

A ONA informou, na semana passada, que as apreensões de droga na Venezuela caíram para 57,5 toneladas durante 2007 - uma redução de 12,5 toneladas em relação ao ano anterior.

"Embora a apreensão de entorpecentes tenha decrescido um pouco em relação aos números de 2006, é importante destacar o desmantelamento de treze laboratórios em 2007, fato que significou um golpe à produção da cocaína", segundo Reverol.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O nascimento do PSUV na Venezuela

O dia 12 de janeiro entrou para a história da Venezuela. Nesta data, no simbólico Quartel San Carlos – onde já estiveram encarcerados vários heróis deste sofrido povo, como o líder negro José Leonardo, que liderou a revolta dos escravos contra os colonizadores espanhóis, e o próprio comandante Hugo Chávez, quando encabeçou a rebelião militar de 1992, e que hoje sedia um majestoso centro de cultura -, ocorreu o congresso fundacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU). O evento, que contou com a participação de 1.676 delegados eleitos em todo país, foi assistido por mais de 20 delegações estrangeiras. Do Brasil, PCdoB, PT, PCB e MST se fizeram representar e participaram de intensas e ricas atividades.

Conforme explicou Jorge Rodrigues, ex-vice presidente do país, coordenador do processo congressual e presidente provisório do novo partido, o PSUV surgiu como necessidade de dar maior organicidade aos milhões de venezuelanos que se identificam com a revolução bolivariana. Antes disso, os “chavistas” não contavam com um instrumento partidário próprio, mas apenas com uma legenda eleitoral, o Movimento Quinta República (MVR), nascido às vésperas de surpreendente vitória de Hugo Chávez nas eleições do final de 1998. “Realizamos uma revolução sem partido, mas agora iniciamos o trabalho de parto de um partido socialista e revolucionário”, explicou Rodrigues à atenta delegação estrangeira. Bem humorado e didático, ele fez uma “breve resenha” sobre o acelerado e sui generis processo de construção do PSUV.

Experiência complexa e original

“A revolução bolivariana tem pressa, essa é uma de suas marcas. Logo após expressiva vitória de Chávez nas eleições de dezembro de 2006, com 63% dos votos, o comandante fez um discurso sobre a urgência da construção de um partido forte, que represente todos os venezuelanos que apóiam o socialismo. Em apenas seis semanas, 5.722 milhões se filiaram ao novo partido, cerca de 36% dos eleitores do país. A meta era filiar 3 milhões, mas ela foi superada de forma impressionante. A partir daí iniciou-se o trabalho de estruturação do partido, com a construção dos núcleos, os batalhões socialistas, com no máximo 300 filiados. Foram criados 14.363 batalhões no país, reunindo pessoas que se conhecem, que são vizinhos, que apóiam a revolução bolivariana, mas que nunca tinham se organizado para discutir política”.

Segundo informou, “os batalhões socialistas realizam assembléias semanais, todos os sábados, quase que religiosamente. Em 29 de setembro, eles reuniram mais de 1,5 milhão de aspirantes a militantes do PSUV e elegeram um porta-voz, um suplente e cinco coordenadores de comissões (ideológica, propaganda, logística, defesa territorial e trabalho social). Eles são porta-vozes, devem expressar os anseios dos filiados, e não representantes afastados da base. Hoje temos mais de 100 mil integrantes nestas comissões, que atuam de forma organizada e são a vanguarda da construção de um partido altamente democrático. Em 20 de outubro, as assembléias elegeram os 1.676 delegados ao nosso congresso fundacional”.

O próprio Rodrigues admite que a “tarefa de construir um partido de quadros e de massas é complexa e apresenta inúmeras dificuldades”, mas ele está otimista com “o início do trabalho de parto”. A partir do congresso fundacional, os aspirantes a militante do partido discutirão durante dois meses os documentos partidários. “Definirão as bases programáticas, os estatutos e as tarefas políticas do PSUV. O objetivo é erguer um partido forte, o maior do país, com muita ternura e tolerância, mas também com muita firmeza. Os inimigos da revolução são poderosos e não descansam. O referendo da reforma constitucional mostrou que não podemos vacilar. A nossa revolução é pacífica, democrática, mas ela também é armada e não vai sucumbir diante de qualquer agressão. Sem um partido socialista forte, a revolução não avançará”.

“Revolução não depende de um homem”

O otimismo de Rodrigues ficou expresso no ato de abertura do congresso fundacional, que foi carregado de emoção, ao ritmo de canções revolucionárias. Coube ao presidente Hugo Chávez o principal discurso da noite. Em tom de brincadeira, ele disse que “será uma fala curta”, todos riram, e o discurso durou mais de três horas, acompanhado silenciosa e atentamente pelos presentes. Foi uma aula de política e ousadia. Após elogiar a realização do evento no Quartel San Carlos, “o presídio dos revolucionários”, e fazer uma menção carinhosa aos militantes do Partido Comunista da Venezuela (PCV) “torturados e assassinados neste cárcere”, Chávez apresentou algumas propostas para a construção do PSVU.

Com base em citações de Fidel Castro, Che Guevara e Antonio Gramsci, ele defendeu que o partido tenha uma ética revolucionária e seja formado por “trabalhadores dedicados, exemplos de pessoas honestas com uma vida limpa”. Ele insistiu também na necessidade do funcionamento coletivo e democrático, que evite personalismos e carreirismos. “Do partido depende o futuro da revolução. Ela não pode depender de um homem, de uma cúpula ou de uma vanguarda esclarecida. Precisa contar com milhões. Do contrário, ela ficará vulnerável”. Em tom autocrítico, ele admitiu que a ausência deste instrumento político é a principal debilidade da revolução bolivariana. Após citar várias conquistas políticas, econômicas e sociais, Chávez afirmou: “Conquistamos importantes avanços, mas não podemos negar nossos erros, limitações e falhas”.

Lições da derrota no referendo

Entre outras idéias, Chávez defendeu que o partido invista na formação do militante. “Sem conhecimento, sem estudo, a revolução não avançará. Só o conhecimento gera consciência”. Propôs ainda que o PSUV priorize as bases e valorize a militância, atuando de forma “radicalmente democrática”. “Não queremos novas oligarquias. O partido deve fortalecer os valores revolucionários, não pode aceitar corrupto... Deve ser uma escola forjadora de consciências e vontades para subverter a ordem capitalista... A consciência é o único motor que pode mover a vontade mais férrea”. Defendeu que o partido atue no curso das lutas políticas – “ vocês agora são atores políticos” – e tenha como perspectiva o socialismo. “Falaram que o socialismo morreu e que o marxismo era o diabo. Muitos até abandonaram o socialismo, traíram, com exceção de Cuba de Fidel Castro. Mas o socialismo do século 21 é o nosso maior desafio”. Propôs ainda uma ativa política internacionalista, que resulte “na união das forças de esquerda da América Latina”.

Num dos momentos mais ricos da sua exposição, Chávez analisou a dura derrota no referendo da reforma constitucional, realizado em dezembro. Numa autocrítica profunda e madura, afirmou com todas as letras que foi o principal responsável pela primeira derrota após nove anos de vitórias consecutivas. “Eu assumo minhas responsabilidades. Errei no momento estratégico do referendo. Não era a melhor hora, o povo não estava convencido das mudanças propostas”. Referindo-se novamente de forma elogiosa ao PCV e ao Partido Pátria para Todos (PPT), reconheceu que foi sectário no trato com estas organizações, “inclusive fazendo bromas” (ironias), e disse que era imperioso valorizar as alianças. “Sem alianças, a revolução não avança, ensinou Lênin”. Bastante aplaudido, afirmou que “é necessário declarar guerra ao sectarismo” e propôs o retorno do diálogo “com o PCV, PPT, as camadas médias e setores da burguesia nacional”.

“Uh, ah, Chávez no se va”

Para ele, o PSUV deve encarar o que chamou da “batalha dos três erres. Revisão, retificação e reimpulso revolucionário”. Quanto à reeleição presidencial, Chávez provocou os presentes: “Eu perdi o referendo e a partir de 2 de fevereiro de 2013 já não estarei mais no Palácio Miraflores”. A reação foi imediata: “Uh, ah, Chávez no se va”. Vários delegados gritaram que iniciarão uma campanha de coleta de assinaturas em defesa da reeleição, mas Chávez solicitou cuidado com a idéia para não se errar novamente no momento oportuno. “A nossa próxima batalha é a eleição de outubro de 2008. Não podemos deixar a direita ocupar postos importantes. Isto colocaria em risco nosso projeto bolivariano, socialista... Não é tempo de acelerar artificialmente. É tempo de consolidar”. Pela terceira vez, Chávez citou o PCV e o PPT e pregou a formação de um Pólo Patriótico, sem sectarismos, no que foi bastante aplaudido.

Além destes dois eventos, as delegações estrangeiras ainda participaram de um jantar com o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, e a presidente da Assembléia Nacional, deputada Cilia Flores, e de uma reunião de troca de experiências com o primeiro vice-presidente da República, o deputado Roberto Hernandes Rodrigues. Nos relatos dos dirigentes de esquerda da Bolívia, Equador, Uruguai, Chile, México, entre outros, ficou patente que há uma mudança de ventos na América Latina mais favorável às lutas dos povos. Mas, como ressaltaram os latino-americanos e, principalmente, os representantes da França, Itália, Alemanha e de outros países da Europa, o momento ainda é de acúmulo de forças. A direita tenta retomar a ofensiva e atua com muita agressividade. Chamou atenção que todos, sem exceção, enfatizaram o papel nocivo da mídia hegemônica, o principal partido da direita no mundo.

José Reinaldo Carvalho é secretário de relações internacionais do PCdoB e Altamiro Borges é secretário de comunicação. Ambos representaram a direção nacional do PCdoB em Caracas a convite do PSUV.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Portugal vai fornecer vários produtos à Venezuela

Mais de uma dezena de empresas portuguesas vão passar a fornecer diversos produtos à Venezuela num espaço de tempo muito curto. Os contactos intensificaram-se nos últimos tempos e este fim-de-semana parte para Caracas uma delegação oficial, liderada pelo Secretário de Estado do Comércio, mas que integra 12 empresários de diferentes sectores da economia portuguesa.

Esta investida comercial de Portugal já tinha sido referida publicamente pelo presidente da Venezuela. Tal como o DIÁRIO de Notícias da Madeira e o Correio da Venezuela divulgaram em exclusivo, na passado domingo, Hugo Chávez elogiou a postura do Primeiro Ministro português, com quem estivera em contacto telefónico, anunciando que Portugal iria fornecer diversos produtos como cereais, leite e alimentos em geral, áreas em que a Venezuela tem sentido grandes dificuldades nos últimos tempos.

Conforme apurou o DIÁRIO de Notícias da Madeira, o leque de trocas comerciais deverá ser muito mais abrangente, já que se deslocam a Caracas empresários de outros sectores, como a construção civil e tecnologias.

Depois de uma primeira investida em Novembro do ano passado, o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidorm, Fernando Serrasqueiro, volta agora a Caracas para ultimar detalhes. No final do ano passado, também a GALP e a PDVSA estabeleceram importantes protocolos na área petrolífera.

Na mensagem à nação, a passada semana, na Assembleia Nacional, o presidente Hugo Chávez teceu elogios a Portugal e ao primeiro-ministro José Sócrates. Chávez disse que falou com Sócrates no dia 10 e que, durante essa conversa, o primeiro-ministro expressou a vontade de concretizar rapidamente uma visita à Venezuela. Pelo teor da conversa, Chávez garante que Sócrates deverá visitar Caracas ainda durante o primeiro trimestre deste ano. "Portugal é um dos países que conta com uma significativa colónia de imigrantes em Venezuela e com essa visita se afirmarão ainda mais os laços de amizade que vem sendo renovado entre Caracas e Lisboa", explicou Hugo Chávez.

Venezuela considera acusação colombiana 'inaceitável'

A chancelaria venezuelana considerou "inaceitável" a acusação de ingerência feita por Bogotá em relação a questões internas da Colômbia, que prepara um protesto contra o pedido do presidente Hugo Chávez para que as Farc não sejam mais consideradas como um grupo terrorista pela comunidade internacional.

"É insólito e inaceitável que o comissário governamental para a paz na Colômbia, Luis Carlos Restrepo, acuse o governo bolivariano de ingerência nos assuntos internos de seu país", declarou o vice-chanceler Jorge Valero em nota divulgada nesta quarta-feira.

Horas antes, Restrepo havia anunciado que Bogotá fará um protesto formal contra a iniciativa de Chávez de pedir que seja retirada a qualificação de terrorista das guerrilhas colombianas das Farc e do ELN.

Restrepo disse que a Colômbia considera o pedido de Chávez como uma "ingerência nas questões internas da Colômbia".

Valero, que também é representante da Venezuela na OEA, disse que a proposta de Chávez sobre o tratamento dado aos guerrilheiros tem "o propósito superior de humanizar o conflito armado no país irmão da Colômbia".

O vice-chanceler venezuelano afirmou que seu governo espera a nota de protesto verbal da Colômbia para elaborar uma resposta oportuna.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Chávez quer aliança com Brasil e México para explorar petróleo

TEGUCIGALPA (Reuters) - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, alertou na terça-feira que os principais consumidores mundiais de petróleo enfrentam queda no fornecimento da commodity e afirmou que a Venezuela espera trabalhar em conjunto com o Brasil e o México para aumentar as reservas da região.

Em visita oficial a Honduras, um dia depois de comparecer à posse de Alvaro Colom como novo presidente da Guatemala, Chávez disse que o mundo desenvolvido precisa encontrar formas de reduzir seu consumo de combustíveis não-renováveis.

"Os Estados Unidos, por exemplo, infelizmente têm muito pouco tempo de sobra, reservas muito pequenas de petróleo próprio", disse Chávez em discurso ao lado do presidente hondurenho, Manuel Zelaya.

"Outros grandes países consumidores também têm reservas muito pequenas. Os Estados Unidos consomem 20 milhões de barris por dia. Você percebe o desequlíbrio?", acrescentou.

A Venezuela está entre os cinco principais fornecedores --ao lado de Canadá e México-- de petróleo para os Estados Unidos, que abocanha 25 por cento do consumo mundial.

O aperto no abastecimento e a crescente demanda levaram os preços mundiais do petróleo ao recorde histórico de 100,09 dólares o barril no início deste mês.

"Um dia o petróleo irá acabar", disse Chávez. "É por isso que não apenas alertamos quando os preços do petróleo estão em pauta, nós dizemos: 'vocês têm que lidar com a questão do consumo'."

Chávez disse ter discutido, na posse de Colom, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o presidente mexicano, Felipe Calderón, formas de unir forças no setor de exploração de petróleo.

"Nós conversamos...buscando uma maneira de nos tornarmos parceiros, para formar uma aliança entre as empresas estatais Pemex, Petrobras e PDVSA para criar novas maneiras de aumentar as reservas", disse Chávez.

Cuba abre espaço para propaganda de Chávez


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Havana nesta segunda-feira (14) com objetivo de aumentar a presença brasileira em Cuba. Mas o venezuelano Hugo Chávez já se instalou na ilha comunista e faz propaganda disso.

A Venezuela fornece gasolina subsidiada, que sai por um valor pouco superior a R$ 1 (US$ 0,60) o litro, e tem acordos em outras áreas, como vigilância sanitária e treinamento de médicos.
Mas a presença não se limita a acordos bilaterais. Chávez divulga, em Havana, seu programa de rádio: o “Alo Presidente”. Nos cartazes expostos pela cidade, o presidente aparece dando um largo sorriso abaixo da inscrição em espanhol “Bem-vindo à sua terra, irmão”.

Neste programa de rádio, que só pega em Cuba via satélite ou com um potente receptor, Chávez já entrevistou Fidel Castro depois que o líder cubano licenciou-se do poder para cuidar da própria saúde. Nesse meio tempo, enquanto o presidente da Venezuela tentava aprofundar sua revolução bolivariana, houve a aproximação com Cuba e Chávez tornou-se interlocutor do presidente licenciado.
“Graças ao Chávez podemos ter acesso a gasolina. Antes tínhamos repetidas falta do combustível. E esse acordo permitiu reduzir a pressão que passávamos”, disse o taxista Toni Martini. E ressalva: “O Brasil é parceiro e amigo de Cuba, mas a gente não vê a face do presidente Lula por Havana como a gente vê a do Chávez”, completou.

Mas alguns cubanos o vêem com ressalvas. “Cuba precisa de apoio [de outros países], sobretudo com o bloqueio norte-americano. Mas não sei se ele quer ajudar-nos ou apenas fazer propaganda”, disse a dona-de-casa Yamisel Perera, que vive em Santiago de Cuba e veio a Havana visitar a família.

Além disso, Chávez patrocina televisão a cabo em Cuba e coloca dois canais venezuelanos transmitindo 24 horas para a ilha comunista. Um deles dedica a programação a notícias do país e jogos de beisebol, o esporte número 1 de Cuba. O outro passa repetidas inserções com discursos e a agenda do presidente.
A presença publicitária de venezuelana não se limita a Chávez. A tradicional sorveteria Coppelia expõe em um de seus quiosques uma foto autografada pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, com a data de 22 de setembro do ano passado. Na foto pode-se ler: “Com afeto bolivariano para vocês e para o povo cubano”.

Lula chega a Cuba acompanhado dos ministros José Gomes Temporão (Saúde), Miguel Jorge (Desenvolvimento), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Educação), além do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

França e Venezuela debatem forma de libertar Ingrid Betancourt

GUATEMALA - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e a secretária de Estado para as Relações Exteriores e os Direitos Humanos da França, Rama Yade, discutiram nesta segunda-feira na Guatemala as fórmulas para conseguir a libertação da franco-colombiana Ingrid Betancourt.

A ex-candidata à Presidência colombiana foi seqüestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em fevereiro de 2002, durante a sua campanha eleitoral.

Chávez e Yade, que estiveram na Guatemala para assistir à posse do presidente Álvaro Colom, se reuniram num hotel para discutir o tema.

- Passamos horas e horas falando com a representante do Governo francês - disse Chávez a jornalistas.

- Avaliamos fórmulas para conseguir a libertação de Ingrid Betancourt, e de todos os que estão nas montanhas - seqüestrados pelas Farc, acrescentou.

O governante venezuelano intermediou na semana passada na libertação das políticas colombianas Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, seqüestradas pelas Farc. Ele disse que continuará "lutando para libertar todos os seqüestrados".

- Eu faço isto porque acredito na paz e na vida. Além de qualquer crítica ou comentário sarcástico, nós estamos trabalhando pela paz e pela vida - ressaltou.

Sobre seu pedido aos Governos do mundo de tirar as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), outro grupo armado colombiano, da lista de organizações terroristas, Chávez disse que "isso é só uma parte do problema".

- O mais importante é que agora todo o mundo está falando da guerra da Colômbia e da possibilidade de paz - opinou.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Chávez participa da fundação do Partido Socialista Unido da Venezuela

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, inaugurou neste sábado (12) o congresso de fundação do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cuja criação vem sido exigida há um ano por seus aliados por considerá-lo fundamental para instaurar o socialismo em seu país.

Cerca de 20 organizações sociais e partidos "chavistas" já desaparecidos se integraram ao PSUV, exceto uma minoria à qual Chávez pediu desculpas hoje por tê-los desqualificado previamente por não terem se somado a sua proposta.

Entre estes citou o histórico Partido Comunista Venezuelano (PCV), que integrará o que Chávez chamou de "um pólo de esquerda" ainda não definido.

Quase seis milhões de venezuelanos se inscreveram no ano passado como "aspirantes a militantes" do PSUV, número questionado por opositores ao governante que, por exemplo, lembraram que a proposta de reformar a Constituição não obteve esse número de votos no referendo que em dezembro do ano passado a rejeitou.

Chávez repetiu hoje o anúncio que fez nesta sexta-feira sobre a possibilidade de convocar um referendo revogatório de seu mandato em 2009 ou 2010 e colocar então uma "pequena emenda" constitucional que decida mais uma vez sobre a reeleição indefinida.

"Como tenho poder de convocar referendos, até poderia convocar, com caráter vinculativo, um referendo contra mim mesmo que pergunte ao povo se ele está de acordo em pôr fim ao período de Chávez, e com uma pequena emenda na Constituição para permitir a reeleição indefinida", disse ontem em discurso ao plenário do Legislativo.

A Constituição venezuelana permite a realização de um referendo revogatório na metade do mandato de qualquer cargo escolhido pela população, o que no caso de Chávez acontecerá no final de 2009, já que ele foi reeleito em dezembro de 2006.

"Eu não me considero imprescindível, mas acho que precisamos, e se o povo quiser, posso ficar alguns anos a mais no Governo", acrescentou.

A reeleição presidencial sem limites esteve entre as reformas constitucionais que Chávez submeteu a plebiscito em dezembro, quando sofreu sua primeira derrota eleitoral em nove anos de Governo.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Ex-reféns das Farc passam primeira noite de liberdade na Venezuela

CARACAS (AFP) — As ex-reféns colombianas, Clara Rojas e Consuelo González, entregues na quinta-feira pela guerrilha das Farc, passaram sua primeira noite em liberdade em um hotel de Caracas junto com seus familiares, após terem sido mantidas em cativeiro por seis anos.

Depois de terem sido recebidas na selva de Guaviare (sudeste da Colômbia) por uma comissão venezuelana e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, as duas mulheres voaram para a Venezuela e se reencontraram com seus familiares mais próximos no aeroporto internacional Simón Bolívar, de Caracas.

"Isso é como voltar a viver. Às vezes acho que é um sonho", disse González, ao tomar nos braços sua neta de dois anos, que ela não conhecia.

Entre abraços, beijos e lágrimas, as duas famílias se dirigiram imediatamente para o palácio presidencial de Miraflores, onde se reuniram com o presidente venezuelano Hugo Chávez por cerca de uma hora.

Clara Rojas e Consuelo González foram em seguida para o hotel cinco estrelas onde estão hospedados seus familiares desde 27 de dezembro e lá passaram sua primeira noite em liberdade.

Nesta sexta-feira, as duas famílias permaneciam em seus quartos e nenhum deles desceu para tomar o café da manhã, indicaram funcionários do hotel à AFP.

O movimento no hotel era pequeno e os funcionários não davam detalhes sobre as libertadas, porque "são hóspedes protegidas".

A imprensa venezuelana saudou a libertação das duas mulheres com grandes manchetes e fotos do encontro com suas famílias. O jornal governista Vea publicou em troca em sua primeira página uma grande foto do líder das Farc, Manuel Marulanda, com a seguinte manchete: "Marulanda cumpriu com Chávez".

O presidente venezuelano insiste há vários meses para que seu colega colombiano Alvaro Uribe o autorize a realizar uma reunião com Marulanda, como ponto crucial para a libertação de mais reféns e para o início de um processo de paz.

A senadora colombiana Piedad Córdoba, que acompanhou a entrega das reféns em Guaviare, disse na noite de quinta-feira que Rojas e González pretendiam conceder uma entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, sem precisar a hora.

Na noite de quinta-feira, as duas libertadas conversaram por telefone com Uribe, que também agradeceu a Chávez por sua participação eficaz.

Clara Rojas disse à rede colombiana Caracol que para sua libertação foram obrigadas a caminhar durante vinte dias, e disse que estava "esgotada", pois não havia conseguido dormir bem.

Rojas disse também que quer voltar logo para Bogotá para buscar seu filho Emmanuel, de três anos e meio, nascido no cativeiro de uma relação consentida com um guerrilheiro.

As Farc tinham prometido libertar as duas políticas junto com Emmanuel, mas as autoridades colombianas descobriram no final do ano passado que a criança não estava em poder da guerrilha, e sim em um abrigo do governo em Bogotá.

Exames de DNA mostraram uma alta probabilidade de que o menino seja efetivamente filho de Rojas, e posteriormente as Farc confirmaram sua identidade.

Rojas, de 44 anos, havia sido seqüestrada em fevereiro de 2002 junto com a ex-candidata à presidência Ingrid Betancourt, de nacionalidade colombiana e francesa, de quem havia sido a vice em sua campanha eleitoral.

Em suas declarações à imprensa colombiana, Rojas disse que foi separada de Betancourt há três anos e a enviou mensagens para que se mantenha forte.

A ex-legisladora González, de 57 anos, era refém das Farc desde 2001. Durante seu período de cativeiro seu marido morreu e sua neta nasceu.

Venezuela: Chávez elogia decisão das Farc de tirar Emmanuel da selva

Caracas, 12/01 - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, elogiou sexta-feira a decisão da guerrilha colombiana das Farc de tirar o pequeno Emmanuel, filho da ex-refém Clara Rojas, da selva, e pediu a seu homólogo colombiano, Alvaro Uribe, que ratifique a versão de que a criança foi torturada.

"A guerrilha tomou a decisão de tirá-lo da selva e foi uma decisão justa. Emmanuel já não é um menino da selva, é um menino colombiano, é nosso Emmanuel", disse Chávez durante a apresentação de seu relatório sobre 2007, na Assembleia Nacional venezuelana.

O presidente venezuelano afirmou que Emmanuel, filho da ex-candidata à vice-presidência da Colômbia Clara Rojas, não apresenta sinais de tortura, como denunciou Uribe em 31 de Dezembro passado.

"Não há sinais de tortura, e o presidente Uribe precisa esclarecer isso ao mundo, porque ele disse o Ontário".

Chávez contou ao Congresso que as reféns libertadas Clara Rojas e Consuelo González caminharam "quase um mês" com os guerrilheiros até chegar ao local de entrega, devido à presença de militares colombianos na região.

"Em 30 e 31 de Dezembro, foram bombardeados (o grupo com as reféns) na zona por onde vinham. O comandante do grupo, que tem a liberdade de acção para cuidar da vida de sua gente, reuniu a patrulha e disse: não podemos continuar, vamos suspender a operação".

"Depois, surgiu a história do menino. Disse: oxalá seja verdade, será uma preocupação a menos, porque imaginamos uma criança na selva, caminhando".

As Farc prometeram libertar Rojas, González e Emmanuel em meados de Dezembro, mas a operação humanitária de resgate, organizada por Chávez, fracassou devido à presença do Exército colombiano na área, segundo a guerrilha.

Para Uribe, a libertação foi suspensa, porque a guerrilha não tinha Emmanuel, que já estava num orfanato em Bogotá.

Clara Rojas e Consuelo González foram libertadas, finalmente, na quinta-feira.

"Uma libertação humanitária e unilateral"

Foi assim que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) justificaram a libertação de Clara Rojas e Consuelo Gonzalez de um sequestro de mais de 6 anos.

As FARC entregaram as reféns à Cruz Vermelha nas imediações de San José de Guaviare, na selva colombiana. A ex-candidata à vice-presidência da Colômbia e a ex-parlamentar foram depois transportadas para Caracas, onde as esperava aquele que é considerado o responsável por esta libertação: Hugo Cavem.

As negociações com a mediação do presidente da Venezuela começaram em Setembro e, no processo, a diplomacia entre a Venezuela e a Colômbia ficou bastante abaladas.

As FARC não retribuíram a libertação de prisioneiros levada a cabo por Bogotá, em Junho, mas agora a guerrilha avança com esta acção chamando-a de "gesto de esperança para a paz".

O ministro do Interior venezuelano, Ramon Rodriguez Chacin, esteve na operação de resgate. "As FARC, exército do povo, tem também o nosso reconhecimento porque deram esta prova de boa vontade, deram esta satisfação ao nosso comandante em chefe, Hugo Rafael Chavez Frias e temos a certeza que é uma porta que se abre.
É no mínimo, o princípio do caminho. Vão existir mais libertações que serão "trocas", e troca quer dizer que também devem sair os guerrilheiros que estão na prisão, bem como os prisioneiros políticos. Este é o caminho, é esta a linha que nos deve conduzir à Paz".

Álvaro Uribe presidente da Colômbia foi obrigado a reconhecer o contributo de Chavez. "Estamos satisfeitos com a libertação de duas compatriotas, que foram raptadas, e nós sentimos a dor dos compatriotas sequestrados. Tenho que reconhecer que o processo liderado pelo presidente Hugo Chavez foi muito eficaz, ele que foi capaz de obter a libertação unilateral e incondicional das nossas compatriotas Consuelo Perdomo e Clara Rojas."

Em cativeiro, continuam há vários anos a ex-candidata presidencial franco-colombiana, Ingrid Betacourt, e outras 700 pessoas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

México parabeniza Colômbia e Venezuela por libertação de reféns

O governo do México parabenizou nesta quinta-feira os governos de Colômbia e Venezuela, assim como o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), pela bem-sucedida libertação de Clara Rojas e Consuelo González.

"O governo do México felicita o êxito da operação, concluída no dia de hoje, com a libertação de duas mulheres que se encontravam detidas pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) há vários anos", indicou a Secretaria de Relações Exteriores do México.

"O México expressa seu reconhecimento ao governo da Colômbia pela disposição demonstrada para a realização desta missão humanitária, em uma clara resposta aos anseios de todos os setores da sociedade colombiana", declarou.

A Chancelaria reconhece ainda o papel da CICV, "pelas gestões realizadas para concretizar a libertação, assim como o do governo da Venezuela e de todas as demais partes que apoiaram a operação".

"O governo do México faz votos para que esta ação das Farc, em resposta aos pedidos da sociedade colombiana e da comunidade internacional, contribua para conseguir a paz e a concórdia na Colômbia", acrescenta.

O México pediu também "a imediata libertação dos demais reféns que ainda permanecem em poder das Farc, e cujo sequestro lastima suas famílias e a comunidade colombiana em seu conjunto".

As reféns foram recolhidas na região da selva do Departamento colombiano de Guaviare (sudeste), e serão levadas à Venezuela para se encontrar com seus familiares.

Venezuela: Chávez anuncia construção de refinaria na Dominica

A Venezuela vai iniciar em breve a construção de uma refinaria de petróleo na ilha caraíba da Dominica, no âmbito dos esforços do governo de Caracas visando a integração económica regional, anunciou hoje, o presidente Hugo Chavez.

O presidente adiantou que a Dominica se juntará à Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA), um grupo de comércio regional que inclui também Cuba, Irão, Bolívia e Nicarágua.

Depois de se reunir com o primeiro-ministro da Dominica, Roosevelt Skerrit, Chavez comentou que a Alternativa «continua a crescer como nova área geopolítica, geo-económica» visando a construção de «um mundo melhor» para os que vivem nas Caraíbas.

Precisou que a futura refinaria será usada para distribuir petróleo venezuelano para outras ilhas das Caraíbas mas não revelou pormenores como a sua capacidade.

A Venezuela produz 2,3 milhões de barris de petróleo por dia, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

A maior parte das exportações de petróleo da Venezuela segue para os Estados Unidos mas Chavez tem incrementado lentamente as exportações para as Caraíbas e América Latina.

Duas reféns das FARC já estão na Venezuela

As duas reféns colombianas libertadas esta quinta-feira de madrugada pelos rebeldes das FARC já estão na Venezuela. As duas políticas, raptadas em 2001 e 2002, saíram da selva da Colômbia a bordo de helicópteros venezuelanos e viajaram até Caracas na companhia da Cruz Vermelha Internacional.

A boa nova, adiada há exactamente 10 dias, foi dada em Caracas pelo presidente da Venezuela, o mediador de toda a operação de libertação.

Clara Rojas, ex-candidata à vice-presidência da Colômbia, e Consuelo Gonzalez, antiga congressista colombiana, foram entregues algures na selva, pelos guerrilheiros aos delegados da missão humanitária de resgate.

No final do ano foi anunciado que seria também libertado Emmanuel, o filho que Clara Rojas teve já em cativeiro, mas a suspeita de que a criança se encontrava desde 2005 sob protecção estatal na Colômbia levou ao fracasso da operação de resgate.

Confirmada a identidade de Emmanuel, o processo voltou a andar e, desta vez, as FARC cumpriram o gesto de desagravo prometido ao presidente Chavez. Ingrid Betancourt, a ex-candidata à presidência da Colômbia, raptada com Clara Rojas há seis anos, continua em cativeiro.

Nas mãos dos rebeldes marxistas, que usam os sequestrados como moeda de troca nas negociações com o governo de Bogotá, estarão também outros 750 reféns.

PCdoB acompanhará Congresso de fundação do PSUV em Caracas

O PCdoB recebeu e aceitou um convite da Comissão Organizadora do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e do governo bolivariano daquele país para assistir a sessão inaugural do congresso de fundação do novo partido. Dois membros do Secretariado do Comitê Central do PCdoB assistirão ao evento no próximo sábado (12), em Caracas.

O PCdoB se fará representar por José Reinaldo Carvalho, secretário de relações internacionais e por Altamiro Borges, secretário de Comunicação do Comitê Central e autor do livro Venezuela: originalidade e ousadia. Publicado pela Editora Anita Garibaldi, o livro já vendeu 10.500 exemplares e está em sua terceira edição.

Em declaração ao Vermelho, José Reinaldo disse que o convite “é uma expressão da solidariedade e das relações de amizade entre os revolucionários venezuelanos e os comunistas brasileiros. A nossa presença em Caracas reforçará esses laços e servirá para que aprofundem o conhecimento dos comunistas brasileiros sobre esse rico processo de revolução popular e antiimperialista comandada pelo presidente Hugo Chávez”, agregou.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Venezuela anuncia criação de "comissão especial anticorrupção"

Caracas, 9 jan (EFE).- A procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega, anunciou hoje a formação de uma "comissão especial anticorrupção".

Ortega disse quer que "na próxima segunda-feira" já esteja constituída a comissão especial, que será integrada por 30 funcionários.

A "comissão especial" assumirá primeiramente "os atos conclusivos dos casos de suposta corrupção que atualmente são investigadas no Ministério Público", disse Ortega.

"Se você ataca um dos flagelos mais graves como é a corrupção, e pede a punição para este crime, indubitavelmente com isso estará livrando uma luta contra a impunidade", afirmou.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu em várias ocasiões durante seus nove anos de Governo uma forte luta contra a corrupção, que de acordo com setores opositores venezuelanos, acontece impunemente no país.

Em agosto, o então ministro do Interior, Pedro Carreño, reconheceu publicamente que a corrupção tinha infiltrado setores "revolucionários", e exigiu "honestidade e ética" aos seguidores de Chávez.

Os maiores escândalos de suposta corrupção nos últimos dois anos envolveram a estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), a principal empresa do país, assim como a suposta rede encarregada de facilitar terceiros contratos com o Estado em troca de milionárias comissões.

A justiça local condenou um militar na ativa e vários civis pelo desfalque de US$ 1,3 milhão na construção, em 2006, de uma central açucareira no estado de Barinas.

Chávez prioriza luta contra a insegurança, o desabastecimento e a inflação

CARACAS. — A revolução está obrigada a manter os espaços ocupados e a conquistar outros novos, aseverou neste domingo o presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao intervir em seu habitual progama Alô, presidente, que em sua edição 299ª foi feito no Centro de Formação Socialista Ezequiel Zamora, em Charallave, estado de Miranda.

Hugo ChávezApós lembrar que em 2008 se inicia o décimo aniversário da revolução Bolivariana, Chávez reiterou a denominada "Estratégia das Três R" (Revisão, Retificação e Reimpulso revolucionário), a qual chamou a tornar um processo permanente, dialético, de todos os dias. "Começa a batalha", disse.

Acompanhado pelo Gabinete ministerial em pleno, o líder venezuelano chamou a não subestimar o adversário principla do processo: o imperialismo norte-americano, que segundo expressou tenta frear a revolução e debilitá-la para depois, derrotá-la. "Não estamos enfrentando à contra-revolução interna — disse —; eles são só instrumentos do império".

O presidente elogiou o processo de reconversão monetária que entrou em vigor em todo o país em 10 de janeiro passado e disse que entre os objetivos priorizados da revolução, encontrava-se da mesma maneira a luta contra a insegurança, o desabastecimento e a inflação, os quais chamou a enfrentar com firmeza.

Ninguém deve sentir-se desmotivado nem derrotado, "ainda que mais de uma vez fez falta uma derrota", proclamou, em alusão à impossibilidade de aprovar a Reforma Constitucional em 2 de dezembro, como se tinham proposto as forças bolivarianas.

Em correspondência com a ofensiva revolucionária prevista para 2008, Chávez se referiu à importância da conformação do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cujo congresso fundacional está previsto que seja instalado o próximo dia 12.

O presidente venezuelano celebrou a liberdade de Emmanuel, o filho da sequestrada ex candidata vice-presidencial colombiana Clara Rojas, concebido em seu cativério e cuja paternidade se atribui a um guerrilheiro das FARC.

"As FARC emitiram um comunicado, dando sua versão dos fatos. Mais além de qualquer versão, enfoque ou diatribe política, o mais bonito e importante é que Emmanuel está livre, isso é o mais importante", disse. "E continuamos esperando bom, os novos contatos para a libertação de Clara e de Consuelo (González)", assinalou Chávez em referência à operação humanitário que ele chefia. •

Emmanuel: Venezuela pede esclarecimento dos fatos; ex-mediadora lamenta fracasso

BOGOTÁ (AFP) — Depois que as Farc reconheceram não ter o menino Emmanuel, que haviam prometido entregar, a Colômbia afirma que o caso demonstra de que forma os guerrilheiros "enganam", enquanto a Venezuela pede que as circunstâncias sejam esclarecidas e a ex-mediadora colombiana lamenta o fracasso das negociações das quais participou.

O governo venezuelano pediu, através de um comunicado divulgado neste sábado, "o esclarecimento total das circunstâncias que cercam Emmanuel no curso das últimas semanas".

No documento, Caracas também faz votos pela libertação imediata dos outros dois reféns que seriam entregues junto com o menino Emmanuel: sua mãe, Clara Rojas, que engravidou no cativeiro de um guerrilheiro das Farc, e a ex-congressista Consuelo González, além de todos os seqüestrados em poder das Farc.

Enquanto isso, o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que com o reconhecimento da identidade de Emmanuel, "a comunidade internacional se dá conta da forma como as Farc enganam".

Por sua vez, o comissário de paz do governo, Luis Carlos Restrepo, chamou as Farc de "ladrões e bufões", pois "reconhecem sua mentira, mas agora para eles o seqüestrador é o governo".

De visita a Porto Rico, a senadora e ex-mediadora Piedad Córdoba lamentou o fracasso da gestão - da qual participou também o presidente venezuelano Hugo Chávez - que negociou a libertação dos três reféns.

Córdoba considerou que o fato inesperado de Emmanuel não estar em poder das Farc não deve atrapalhar as tentativas de libertação de Rojas e González.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia reconheceram na última sexta-feira que a criança negociada é a mesma que o presidente Alvaro Uribe havia apontado, e que estava em um orfanato estatal registrada sob o nome de Juan Davi Gomes.

O pequeno Emmanuel, de três anos e meio, é filho de Rojas, seqüestrada pelas Farc em fevereiro de 2002 junto com a ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Bettancourt, para quem trabalhava como assessora.

Horas antes do pronunciamento das Farc, as autoridades colombianas revelaram o resultado de um exame de DNA feito com amostras do menor e comparado a material genético da mãe e do irmão de Clara Rojas, o que evidenciou o estreito parentesco entre eles.

No comunicado, as Farc argumentam que tiveram que tirar Emmanuel da selva porque ele "não poderia permanecer em meio às operações bélicas do Plano Patriota (ofensiva do exército), dos bombardeios e dos combates, com a movimentação constante e as contingências da selva".

"Por isso este menino, de pai guerrilheiro, foi deixado em Bogotá sob os cuidados de pessoas honradas, enquanto era negociado o acordo humanitário", explica o comunicado, com data de 2 de janeiro e assinado pelo "secretariado' (direção) das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Além disso, os guerrilheiros acusam Uribe de ter seqüestrado Emmanuel em Bogotá, "com o infeliz propósito de sabotar sua entrega", a de sua mãe e de González a Chávez.

Em 31 de dezembro, após de esperar em vão que o grupo guerrilheiro informasse o local onde entregariam os reféns negociados, Uribe lançou a surpreendente hipótese de que na verdade as Farc não tinham o menino.

Chávez havia dito então ter recebido uma mensagem dos rebeldes, avisando que não poderiam cumprir com seu compromisso por causa de fortes operações militares na área onde entregariam os seqüestrados.

O presidente venezuelano não só duvidou da tese de Uribe, mas também o acusou de ter "dinamitado" a "operação Emmanuel", como batizou a recepção dos reféns, que seria acompanhada por delegados de Argentina, Brasil, Bolívia, Cuba, Equador, França e Suíça.

A família de Emmanuel declararam acreditar "totalmente" no resultado dos exames de DNA, e já avisaram que entrarão com processo para requerer sua custódia legal.

Apesar dos exames feitos em Bogotá, a promotoria determinou a realização de uma segunda análise com as amostras na Espanha.

O resultado desses exames ficarão prontos dentro de uma semana, informou no sábado o diretor do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Santiago de Compostela (noroeste da Espanha), Ángel Carracedo, confirmando que as amostras já haviam chegado.

Naomi Campbell entrevista Chávez para revista masculina britânica


A top model britânica Naomi Campbell, de 37 anos, vem descobrindo uma nova vocação, como entrevistadora. Para a próxima edição da revista masculina GQ, ela entrevistou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Campbell já havia entrevistado antes o piloto de Fórmula-1 Lewis Hamilton e agora vem tentando, para as próximas edições, contatos com os presidentes da França, Nicolás Sarkozy, e de Cuba, Fidel Castro.

A entrevista com Chávez foi realizada durante uma visita à Venezuela em outubro, quando ela também aproveitou para pedir ao presidente uma doação à Fundação Nelson Mandela.

Durante a entrevista, a modelo questionou Chávez sobre suas relações com Cuba e suas disputas com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a quem o venezuelano acusou de planejar matá-lo, segundo o relato publicado pelo diário The Independent.

Defesa

O venezuelano também teria aproveitado a entrevista para defender seu governo das acusações de autoritarismo e violação aos direitos humanos.

Chávez argumentou que não há prisioneiros políticos no país nem execuções extra-judiciais e que não há, em sua opinião, nenhum país no mundo com mais liberdade de expressão do que a Venezuela.

A modelo também teria perguntado, segundo outro jornal, o Guardian, se Chávez admitiria alguma vez ser fotografado sem camisa, seguindo o exemplo do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Chávez teria então respondido: "Por que não? Quer tocar meus músculos?"

No texto de apresentação da entrevista, Campbell diz que queria encontrar Chávez, a quem chamou de "anjo rebelde", para saber se era verdade o que ouviu dizer sobre ele ser "um presidente do povo".

"Eu não queria julgar nem investigar suas opiniões políticas, apesar de ele tê-las dado livremente", disse a modelo. "Eu simplesmente queria entrevistar Hugo, o homem."

Em entrevista ao Guardian, o editor da GQ, Dylan Jones, disse que foi "bastante fácil organizar a entrevista", já que Chávez "naturalmente queria encontrar Naomi".

"Quer dizer, quem é que não quer encontrar a Naomi? Mesmo ditadores socialistas têm um interesse em lindas supermodelos", afirmou Jones.

Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

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Chávez lança "ofensiva" e pede "eficácia" do Governo

Caracas, 6 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decretou neste domingo o início de uma "grande ofensiva", que inclui a "correção e o recomeço" dos planos oficiais, um mês após sua primeira derrota eleitoral em oito anos de Governo e a quase um ano das eleições regionais e municipais.

O presidente reiterou que o socialismo é o único caminho para a paz e alertou sobre as ameaças de guerra civil que faria com que a "revolução" perdesse espaços já conquistados nas eleições previstas para o fim do ano.

Também insistiu em que a "revolução socialista" respeita a propriedade privada, e que "todos têm lugar nesse processo: os empresários, as classes médias, os movimentos sociais".

"Começou a revisão, retificação e recomeço" decretou Chávez em seu programa de rádio e televisão dominical "Alô Presidente".

O chefe de Estado renovou esta semana a metade de seus 24 ministros e nomeou outro vice-presidente, com a intenção de dar mais "eficácia" a sua gestão governamental, iniciada pela primeira vez em 1999.

Após a "revisão de tudo" será determinado "o que está mal" para passar à "retificação e depois, o recomeço do Governo, dos programas e planos a todos os níveis", disse.

Chávez voltou a reconhecer que em 2007 sua Administração reprovou várias matérias, entre as quais mencionou a luta contra a inflação, e falou sobre a necessidade de acelerar a solução de problemas como o desabastecimento de alimentos básicos.

A inflação fechou 2007 a 22,5%, 10,5 pontos acima da previsão oficial, enquanto o falta de alimentos básicos, como o leite e os grãos, chegou a 25%, de acordo com cálculos privados.

Ao defender o sistema socialista, Chávez pediu que seus aliados "aprofundem a batalha" para a instaurá-lo no país.

"Perdi a invencibilidade!", exclamou sobre a derrota no plebiscito para aprovar a reforma da Constituição, que incluía a reeleição presidencial ilimitada.

Após reiterar que só lhe restam cinco anos de Governo, ressaltou que seu primeiro fracasso eleitoral foi uma grande lição que revelou a falta de organização e de consciência nas fileiras revolucionárias.

Por isso, a organização do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) deve se concretizar o mais breve possível.

O PSUV é imprescindível para enfrentar com sucesso as próximas eleições regionais e municipais, nas quais a "revolução é obrigada não só a manter os espaços conquistados, mas a ampliá-los", disse.

Pelo menos 21 dos 24 estados venezuelanos são governados por políticos partidários do Governo, assim como a maioria dos 337 municípios.

Chávez alegou que a "contra-revolução" utilizaria os estados ou municípios que conseguisse recuperar "para ativar a guerra".

Ele disse que além de instalar o PSUV, o Governo deve fazer alianças com os partidos simpatizantes que se negaram a se integrar ao PSUV, "com os movimentos sociais, com a classe média, os empresários".

domingo, 6 de janeiro de 2008

Chávez muda13 ministros

O presidente venezuelano anunciou uma mudança radical no seu Governo. Quase metade dos ministros (13 em 28), e até mesmo o vice-presidente, foram substituídos depois do balanço de Hugo Chávez aos seus recentes fracassos. Há um mês a população negou em referendo as mudanças na Constituição e que, entre outras questões, davam acrescidos poderes a Chávez. O presidente prometeu tirar as devidas ilações e agir em conformidade. A revolução no Governo parece ser uma das medidas então anunciadas.

A este falhanço interno, Chávez também acrescenta o fracasso da operação de libertação de três reféns em poder das FARC.

Depois da maior derrota eleitoral desde que assumiu o poder em 1999, Chávez alterou o seu discurso ideológico por um mais pragmático tendo em vista as eleições deste ano para os governos estaduais e municipais.

Jorge Rodríguez, actual número dois do Governo, ficará com a responsabilidade de criar o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) e será substituído pelo ministro da Habitação, Ramón Carrizales. A presidente da Cantv (Companhia Telefónica), Socorro Hernández, será a nova ministra de Telecomunicações e Informática, substituindo Jesse Chacón, que ficará com o Ministério da Presidência. O ministro da Comunicação, Willian Lara, será substituído pelo presidente do canal Telesur, André Izarra.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Helicópteros para reféns das Farc voltam para a Venezuela

O coronel Omar Acevedo, chefe da Polícia do departamento de Meta, informou que as quatro aeronaves decolaram nesta manhã do aeroporto Vanguardia de Villavicencio. Os aparelhos estavam desde a semana passada no terminal à espera de que as Farc entregassem a ex-candidata à Vice-Presidência Clara Rojas, seu filho Emmanuel - nascido em cativeiro - e a ex-congressista Consuelo González.

Os helicópteros MI-17 de fabricação russa e Bell-212 (americanos), com emblemas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e seriam utilizados para levar os reféns de algum lugar do sudeste colombiano até Villavicencio, de onde seriam levados a território venezuelano para se reunir com seus familiares. As Farc adiaram a entrega dos reféns alegando "intensas operações" militares na região.

O coronel Acevedo disse não saber se os helicópteros retornarão em caso de uma possível retomada da operação humanitária. Apesar do fracasso da operação de resgate, funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) dizem ainda crer na possibilidade de libertação dos reféns. O alto comissário de paz da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, disse na quarta-feira que os cativos podem ser libertados em território colombiano, depois de Uribe ter aberto um "corredor humanitário desmilitarizado" na área próxima de Villavicencio, no norte do país, para onde os reféns seriam levados por militares venezuelanos.

Venezuela considera circulação de nova moeda "excelente"

da Folha Online

O ministro das Finanças da Venezuela, Rodrigo Cabezas, qualificou nesta terça-feira de "absolutamente excelente" a circulação da nova moeda do país, o bolívar forte, que retira três zeros do antigo bolívar.

"Posso dizer que até agora não tivemos nenhum inconveniente no que se refere à resposta da mudança da plataforma tecnológica" dos bancos. Os saldos das contas bancárias "já estão expressos em bolívares fortes e os caixas estão operando", afirmou aos jornalistas.

"Em todo o sistema financeiro, do ponto de vista interno dos bancos, e do ponto de vista contábil, a contabilidade em bolívares fortes já está expressa", indicou.

O titular de Finanças afirmou que "o mais importante, para o público, é que todos os saldos das contas poupança e contas correntes também já estão representados em bolívares fortes".

Ele garantiu que os caixas eletrônicos dos bancos "estão todos operando", mas que amanhã será "o dia em que os venezuelanos poderão ter acesso aos bolívares fortes", em função do feriado do dia 1º de janeiro.

Cabezas recomendou aos cidadãos e aos bancos que sempre tenham à mão a tabela de equivalência divulgada pelo governo e informou que na quarta-feira ela "sairá na mídia impressa de todo o país" de novo.

"A partir de hoje, a Venezuela deixa de ser o único país (na América do Sul) que tinha bilhetes de alta numeração", afirmou.

A série de seis bilhetes e sete moedas retira três zeros do antigo bolívar. Essa é a única mudança prática causada pela mudança. A nova moeda não virá acompanhada de reformas econômicas.

A paridade cambial oficial, congelada, de 2.150 bolívares antigos, corresponde agora a 2,15 bolívares fortes por US$ 1. No câmbio paralelo, US$ 1 equivale a 5,7 bolívares fortes, segundo a cotação desta segunda-feira.

Durante esta terça-feira, em que os bancos e o comércio ficaram fechados, o governo optou por reforçar a campanha explicativa do que denomina de "reconversão monetária", principalmente através da televisão.

Gastón Parra Luzardo, presidente do Banco Central da Venezuela (BCV), ressalta que "a circulação simultânea das duas famílias monetárias se estenderá por, no mínimo, seis meses".

A partir de amanhã e pelo menos até meados de janeiro, "especialistas e facilitadores do BCV" estarão em shoppings, mercados, terminais de passageiros e outros pontos de muito movimento "para tirar qualquer dúvida que possa aparecer e respondê-la de maneira didática e simples", acrescentou.

A Venezuela enfrenta atualmente a maior inflação da América Latina, um câmbio paralelo fora de controle e uma série crise de abastecimento de produtos básicos, como o leite. Analistas acreditam que a nova moeda não ajudará a reverter o quadro.

Colômbia: FARC cumpriram com libertação de reféns

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) «cumpriram» com a anunciada libertação dos seus reféns, entre eles um menino de três anos, apesar dos «obstáculos levantados por Bogotá», anunciou esta quinta-feira a agência de notícias Anncol.

As FARC «cumpriram. É o mínimo que se pode dizer. Apesar de todos os obstáculos levantados por Bogotá para impedir a entrega de três colombianos ao presidente da Venezuela, Hugo Chavez Frias», assinala um artigo divulgado na página da Internet da Anncol (Agência de notícias Nueva Colômbia), que costuma divulgar comunicados desta guerrilha marxista.

Reféns «poderão reencontrar-se com os seus entes queridos»

Acrescenta que «hoje poderão reencontrar-se com os seus entes queridos» e assinala que assim «se encerra um capítulo mais na disputa pelo intercâmbio ou troca de prisioneiros».

No final do artigo, esclarece, contudo, que «até agora não se conhece comunicado nem declaração oficial das FARC» sobre a operação que permitirá o regresso dos libertados.

Considera, ainda assim, que «este acto humanitário não pode estar sujeito aos interesses de Washington nem aos caprichos do governante colombiano», Álvaro Uribe.

«Prisioneiros de guerra por razões de conflito interno»

Salienta também que os três reféns - a ex-candidata à vice-presidência colombiana Clara Rojas, de 44 anos, um filho que ela teve em cativeiro fruto de uma relação com um guerrilheiro, e a ex-parlamentar Consuelo Gonzalez, de 57 anos - «são prisioneiros de guerra por razões de conflito interno».

Acrescenta que todos estes reféns «devem ser acolhidos por uma Lei consagrada na Carta Política que garanta o seu pronto regresso ao lugar de onde foram desarreigados» e adverte que «outros condicionalismos não são mais do que protecções fabricadas pelos beneficiários da guerra».

Um acto legislativo desta dimensão «além de aliviar o sofrimento de vítimas e familiares, abre as portas para a reconciliação nacional e para a reconstrução de uma nova Colômbia», indica Anncol.

As FARC fizeram o anúncio da libertação unilateral e sem contrapartidas, como um gesto de «desagravo» para com Chavez, a quem o presidente colombiano cancelou a sua mediação.

Nestor Kirchner viaja para Caracas

O antigo presidente argentino Nestor Kirchner deixou Buenos Aires com destino a Caracas, a fim de participar numa delegação que integra outros seis países, que vai assistir à libertação prevista para sexta-feira de três reféns das FARC.

Acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Taiana, o antigo presidente argentino foi designado pela mulher, a actual presidente Cristina Kirchner, para esta missão na Colômbia «de cooperação e solidariedade», indicou um porta-voz oficial.

Venezuela adopta nova moeda

CARACAS, 31 DEZ (ANSA)- As autoridades financeiras da Venezuela asseguraram nesta segunda-feira que estão com tudo pronto para introdução da nova moeda, que tem o nome temporário de "Bolívar forte" e começa a circular em 1º de janeiro de 2008.
A nova moeda terá três zeros a menos e uma paridade cambiária de 2,15 bolívares fortes para cada dólar.
O ministro das Finanças, Rodrigo Cabezas, disse que o novo símbolo monetário pertencerá a todos os venezuelanos é por isso é preciso defendê-lo.
Cabezas acrescentou que fará o que for preciso para ajustar suas políticas a fim de fortalecer a moeda.
"O governo nacional fará as mudanças pertinentes em sua política econômica fiscal, comercial e em seus processos de adaptações tecnológicas. Ele continuará com uma política trabalhista de fortalecimento dos trabalhadores, dos processos de inclusão social, o que significa que seguiremos construindo o país que todos queremos, inclusive, de grande crescimento econômico", indicou.
Os economistas locais sinalizam que o novo modo de pagamento não terá efeitos diretos na economia, já que vai alterar ao mesmo tempo as remunerações e os preços, que passam por um controle de câmbio vigente desde 2003.
A moeda chega as ruas em um contexto inflacionário estimado em 20% para o fechamento de 2007 e de um crescimento econômico estimado em 9% do PIB, pelo quarto ano consecutivo.
O presidente do Banco Central da Venezuela, Gastón Parra, anunciou que todo o sistema está pronto para iniciar o processo de reconversão, que terá uma duração prevista de seis meses, nos quais as duas moedas estarão em uso.
"Com a reconversão, será reforçada a confiança no símbolo monetário e haverá benefícios e eficiência no sistema político de pagamento e os registros contábeis graças ao manejo de cifras pequenas, assim como a compreensão e uso do dinheiro", destacou Parra em uma mensagem ao país. (ANSA)

Venezuela: Chavez amnistia golpistas de 2002

O presidente venezuelano promulgou segunda-feira uma amnistia política para os presos ou processados por delitos políticos, principalmente os implicados no golpe de Estado que o derrubou durante 48 horas em 2002 e um indulto para os presos comuns.

Hugo Chavez não precisou o número de pessoas que beneficiarão desta amnistia, da qual está excluído o antigo governador do Estado de Miranda, Enrique Mendoza, acusado de ter tomado o controlo da televisão VTV em Abril de 2002.

O chefe de Estado venezuelano declarou que concedia esta amnistia que abrange também as pessoas detidas no âmbito da «greve petrolífera» de Dezembro de 2002 e Janeiro de 2003 para «enviar um sinal ao país», de que é possível «viver juntos com as diferenças».

Depois de destacar que na Venezuela não existem presos por expressarem as suas ideias políticas, pelo que «ninguém pode falar de presos políticos nem de perseguidos políticos», Chavez explicou que os beneficiados com a sua decisão cometeram delitos políticos e que a sua sorte foi ou estava a ser decidida pelos tribunais.

«Políticos presos não são os presos políticos», acrescentou e destacou que «a maioria» deles «está em casa e com proibição de sair do país».

A amnistia deve ser entendida como «uma demonstração de que queremos a paz (...) que ocorra um debate forte, mas em paz», assinalou.

A tomada violenta do palácio, de sedes do governo regionais, a privação ilegítima da liberdade de funcionários e outros factos que marcaram o golpe de estado de 11 de Abril de 2002 caem na alçada da amnistia.

Diário Digital / Lusa

Após suspensão da missão Emmanuel, Chávez buscará libertar reféns por 'outras vias'

Da France Presse

01/01/2008
10h18
-A missão Emmanuel, para resgatar três reféns das Farc, foi suspensa de modo indeterminado depois que a guerrilha alegou falta de condições para a entrega, mas o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que a operação prosseguirá "por outras vias".

"Seguiremos esperando, não descartamos a possibilidade de que nos cheguem as coordenadas, temos um canal de comunicação. Nossos helicópteros estão lá e estarão lá, a menos que a Colômbia retire a permissão, disse Chávez na segunda-feira, após o aparente fracasso da missão.

Mais cedo, Chávez leu em um programa de TV uma carta das Farc na qual os insurgentes informavam que não era possível entregar os reféns por causa das intensas operações militares na região onde a operação aconteceria.

O grupo alegou que insistir na entrega, "nestas condições, seria colocar em grave risco a vida das pessoas a libertar, o restante dos prisioneiros de guerra e os guerrilheiros designados para cumprir esta missão".

As Farc aceitaram entregar a uma missão internacional coordenada pela Venezuela e sob a proteção da Cruz Vermelha Internacional a ex-candidata à vice-presidência colombiana Clara Rojas, seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro, e a ex-congressista colombiana Consuelo González.

O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, viajou na segunda-feira à cidade de Villavicencio (95 km ao sudeste de Bogotá) e negou de forma veemente a existência de operações militares. Ele chegou a mencionar a possibilidade de que o menino Emmanuel não estaria em poder das Farc, o que seria a causa da demora na entrega dos reféns.

De acordo com esta hipótese, a criança estaria em um orfanato de Bogotá. Uribe pediu exames de DNA a familiares de Clara Rojas para determinar se o menino em questão é realmente o filho da política.

Chávez se irritou com a insinuação e voltou a criticar o colega colombiano de "dinamitar" o processo. Diante deste cenário, os representantes internacionais de sete países, reunidos em Villavicencio para recebir os reféns que as Farc libertariam, decidiram interromper a participação na operação.