segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Chávez elogia comunidade portuguesa na Venezuela

José Sócrates classifica a Venezuela um «país irmão» devido aos portugueses que para lá imigraram nos últimos anos. O presidente Hugo Chávez classifica a comunidade portuguesa na Venezuela como trabalhadora e alegre. Os dois líderes encontraram-se em São Bento, residência oficial do primeiro-ministro português.

( 00:18 / 21 de Novembro 07 )


Hugo Chávez falava à chegada a São Bento, depois de ter sido recebido pelo chefe do Governo português, José Sócrates, à entrada da residência oficial do primeiro-ministro.

Nas breves declarações políticas feitas antes do jantar, Hugo Chávez falou a seguir a José Sócrates, que classificou a Venezuela como um país irmão.

«Partilhamos uma história comum nas últimas décadas [durante as quais meio milhão de portugueses emigraram para a Venezuela], e o Governo português aqui está para construir com o povo venezuelana uma relação que esteja à altura da sua história», disse Sócrates salientando «a honra» que é receber Chavez em Portugal.

Logo nas suas primeiras palavras Hugo Chávez revelou o seu estilo informal, provocando risos entre os diplomatas dos dois países, ao fazer uma pergunta directa ao primeiro-ministro português:

«Quanto tempo falaste tu? Cinco minutos?», questionou o chefe de Estado venezuelano, dando assim a entender que não queria quebrar o protocolo, falando mais do que o anfitrião, o chefe do Governo português.

Além de cumprimentar José Sócrates, o presidente venezuelano deixou também uma saudação especial a "Mário" [Soares], que também esteve presente no jantar de São Bento.

Depois, como Sócrates tinha abordado na sua anterior intervenção questões relacionadas com a comunidade portuguesa, o chefe de Estado Venezuelano referiu-se também ao tema.

Chávez vincou então que os cidadãos lusos são vistos com «afecto» pela generalidade dos cidadãos venezuelanos, sobretudo por estarem ligados a serviços como «as padarias, os talhos, as mercearias e os restaurantes».

«Especializaram-se em algo que dá alegria, porque barriga cheia é coração contente. Tu sabes Sócrates, os portugueses constituem uma comunidade de trabalho e de muito afecto», disse.

Chávez considerou ainda os portugueses «parecidos com os venezuelanos, porque falam bastante, são de riso fácil, dão o coração e são de afecto sincero».

Chavez quer reforçar relações com Portugal

Neste contexto, o chefe de Estado venezuelano deixou garantias de que o seu Governo trabalhará para assegurar «tranquilidade» e «segurança» à comunidade portuguesa residente no seu país. «Vamos dar atenção a esses problemas», acrescentou.

Segundo Chávez, as relações políticas e comerciais entre os dois países «estão actualmente muito abaixo dessa união e amizade entre os povos português e venezuelano».

«Chegou o momento de começarmos a trabalhar juntos nas áreas económica, comercial, social e energética, para assim sermos coerentes com o nosso passado comum», frisou.

domingo, 21 de outubro de 2007

Venezuela doará livro sobre Bolívar a escolas do Brasil

Brasília - O governo venezuelano vai lançar no dia 30 no Brasil o livro "Simón Bolívar, o Libertador", que será doado a escolas e bibliotecas de todo o País. Segundo o adido de cultura da Embaixada da Venezuela, Wilfredo Machado, a primeira edição do livro terá tiragem de 5 mil exemplares e será distribuído gratuitamente para 630 escolas públicas e bibliotecas brasileiras. "Nosso interesse é difundir o pensamento do Libertador no Brasil", afirmou Machado, referindo-se ao herói ao qual o presidente Hugo Chávez tem como principal referência para sua revolução do "socialismo do século 21".

O livro, de 349 páginas, reúne cem textos escritos por Bolívar (1783-1830) e será financiado pela construtora brasileira Odebrecht, que tem vários projetos de infra-estrutura na Venezuela - entre eles a construção do metrô na capital Caracas. O Poder Legislativo venezuelano aprovou ontem a redução das horas de trabalho no país de oito para seis horas. O artigo aprovado faz parte do projeto do presidente Chávez de reforma constitucional e, para entrar em vigor, será submetido a um referendo em 2 de dezembro. (AE-AP)

Jornada de trabalho na Venezuela será reduzida a seis horas

CARACAS (Reuters) - A jornada de trabalho na Venezuela será reduzida para seis horas diárias, caso seja aprovada a reforma constitucional promovida pelo presidente Hugo Chávez para aprofundar seu sonho socialista, embora alguns temam que haja obrigatoriedade de realizar tarefas sociais no tempo livre.

O Congresso, dominado pelo chavismo, aprovou na noite de quarta-feira a redução em duas horas da jornada de trabalho, o que a oposição viu como uma "isca" para a aprovação de outros projetos menos populares da reforma constitucional, que será submetida como pacote a referendo em dezembro.

"A fim de que os trabalhadores e trabalhadoras disponham de tempo suficiente para seu desenvolvimento integral, a jornada de trabalho diurna não excederá seis horas diárias ou 36 horas semanais", diz o artigo 90 do projeto, que será submetido a referendo em dezembro.

Alguns criticam que o governo se arvore na capacidade de definir como o cidadão deve aproveitar seu ócio, já que o projeto diz que "o Estado promoverá os mecanismos para a melhor utilização do tempo livre em benefício da educação, formação integral e desenvolvimento humano, físico, espiritual, moral, cultural e técnico dos trabalhadores e das trabalhadoras".

A medida criou confusão entre a população. Alguns estão satisfeitos por terem mais tempo livre, mas outros desconfiam das intenções do governo e temem que possa ser criado um serviço social obrigatório.

Irão e Venezuela criam petrolífera para concorrer com gigantes do sector

A Venirogc quer ser uma das maiores petrolíferas do mundo dentro de poucos anos. Este grupo é o resultado da incursão mais recente de dois dos maiores produtores de petróleo do mundo, o Irão e a Venezuela, na área empresarial do mercado petrolífero.

O objectivo é concorrer com gigantes como a Chevron, Royal Dutch Shell ou Eni, grandes petrolíferas privadas.

As petrolíferas estatais Petropars, do Irão, e Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) acordaram fazer uma "joint-venture" por forma a poder acompanhar toda a cadeia de produção, no gás e na gasolina, desde a exploração aos consumidores.

Quem o afirma é o responsável das operações da Petropars na Venezuela, Mohammad Ali Talebi, numa entrevista à Bloomberg.

Este responsável afirmou que a ideia da empresa é "tornar-se num grupo semelhante à Chevron, Shell ou Eni". A parceria terá uma participação de 50% de cada empresa e o objectivo é ter operações em vários países. A Bolívia é um deles.

A empresa vai ser registada nas Ilhas Virgens britânicas, uma "offshore", o que deixará a empresa imune a possíveis sanções económicas que possam ser aplicadas ao Irão.

Esta petrolífera requer um investimento inicial superior a mil milhões de dólares. Depois, será necessário tempo para crescer, de modo que, no final de 2011, já esteja em funcionamento e pronta para explorar 200 mil barris de petróleo por dia.

Governo da Bolívia reforça apoio a Chávez

LA PAZ (AFP) — O governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, reforçou seu apoio ao aliado venezuelano Hugo Chávez, fortemente atacado pela oposição, que o acusa de ingerência, depois que este evocou um "Vietnã das metralhadoras" caso o presidente indígena seja derrubado ou assassinado.

"Em suas palavras (do presidente da Venezuela), existe uma expressão de solidariedade com o povo boliviano", afirmou o ministro da presidência, Juan Ramón Quintana, enquanto seu colega da Defesa, Walker San Miguel, também considerou que havia um sinal de "solidariedade continental".

O presidente venezuelano provocou grande tensão política na Bolívia, ao destacar em seu programa dominical de rádio e TV "Alô, Presidente" que a Venezuela "não ficará com os braços cruzados", caso a oligarquia "consiga derrubar Evo ou assassiná-lo".

Chávez advertiu que um eventual desfecho negativo contra seu amigo boliviano e estreito aliado político provocará o "Vietnã das metralhadoras, o Vietnã da guerra".

O líder venezuelano disse em várias oportunidades que seu regime defenderá o boliviano Evo Morales, que vem promovendo profundas reformas políticas e econômicas em seu país, apesar da resistência de liberais e grupos civil, oriundos fundamentalmente da rica região de Santa Cruz (leste).

Esses setores questionaram a nacionalização dos hidrocarbonetos e a reversão de terras improdutivas para distribuí-las entre os camponeses pobres e consideram que, com essa política de governo, o presidente está semeando a divisão do país.

Bolívia e Venezuela construíram estreitos laços políticos e comerciais, e La Paz aderiu à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), em contraposição à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), promovida pelos Estados Unidos.

A Venezuela ofereceu cerca de 700 milhões de dólares para explorar petróleo e gás na Bolívia e para a construção de uma planta de industrialização de gás. Além disso, já doou mais de 60 milhões de dólares para corporações militares e policiais, assim como municípios, cujos cheques são distribuídos pessoalmente por Morales.

O ministro Quintana, colaborador próximo de Evo Morales, defendeu que existem, nas frases de Chávez, "uma expressão de solidariedade com o povo boliviano, diferentemente de outros governos, aos quais interessam apenas a instabilidade e a regressão deste processo político que estamos vivendo neste país".

Enquanto o governo tenta minimizar o incidente, a oposição civil e política continua a fazer suas ácidas críticas ao presidente venezuelano e ao governo boliviano, por não frear a "intromissão" ao país.

O ex-presidente liberal Jorge Quiroga (2001-02), líder do partido Podemos, considerou que Chávez ameaça intervir na Bolívia, com o objetivo de impor uma agenda política própria, como, por exemplo, na Assembléia Constituinte que deve aprovar uma nova Carta Magna.

"O que (Chávez) está nos dizendo é: ou façam a Constituinte na Bolívia como me dá vontade, ou lhes mando as metralhadoras. Imagino que sejam os (fuzis russos) Kalashnikov que está comprando", disse o líder opositor.

Nos últimos anos, a Venezuela se rearmou com a compra de 24 aviões de caça, 53 helicópteros e 100.000 Kalashnikov (todos da Rússia) e planeja construir em seu país uma fábrica para os fuzis russos.

O dirigente do poderoso Comitê civil-empresarial de Santa Cruz, Branko Marinkovic, lamentou que "o presidente Morales não se pronuncie sobre as ameaças de Chávez".

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Chávez cancela discurso na Assembléia Geral da ONU


CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não participará, nesta semana, da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) devido a problemas de agenda, afirmou na terça-feira o governo venezuelano.

No ano passado, no discurso proferido durante o evento, Chávez gerou polêmica ao chamar o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de diabo.

O líder venezuelano, crítico contumaz do governo norte-americano, não conseguiu na reunião de 2006 obter uma vaga não permanente para a Venezuela no Conselho de Segurança da ONU, apesar de ter conseguido bloquear a candidatura da Guatemala, que contava com o apoio dos EUA.

"Devido a uma incompatibilidade de agenda e a várias atividades que tem de realizar em solo pátrio, ele não poderá participar (da Assembléia Geral)", afirmou o Ministério das Comunicações e da Informação da Venezuela em um comunicado divulgado na terça-feira.

O órgão acrescentou que, no lugar de Chávez, comparecerá ao evento o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolás Maduro.

O dirigente, que faria seu discurso na próxima quarta-feira, afirmou que continuará prestando atenção em cada um dos pronunciamentos e intervenções da assembléia e que ficará o tempo todo em contato com seus representantes.

O presidente venezuelano, que na reunião do ano passado queixou-se do "cheiro de enxofre" deixado por Bush no auditório depois de discursar, também elogiou seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, por seu pronunciamento diante da ONU.

"Eu o congratulei em nome do povo venezuelano, em vista de uma nova agressão do império norte-americano", afirmou Chávez, segundo o comunicado do Ministério das Comunicações e da Informação.

Ahmadinejad foi acusado de ser um "ditador mesquinho e cruel" pelo reitor na Universidade de Columbia, Lee Bollinger, depois de o mandatário iraniano ter criticado Israel e os EUA e haver afirmado que seu país é pacífico.

O presidente venezuelano informou que Ahmadinejad visitará Caracas na quinta-feira, rapidamente, para consolidar as relações bilaterais entre os dois países.

Na assembléia do ano passado, Chávez insistiu a respeito da necessidade de "refundar" a ONU, propondo tirar a sede da entidade de Nova York, em pleno coração do "império", e alterar seu modo de funcionamento. O dirigente também afirmou que a entidade deveria ser mais rápida ao intervir em conflitos internacionais.

O presidente venezuelano trava uma batalha verbal acirrada com o governo norte-americano, trocando constantemente acusações responsáveis por levar as relações entre os dois países para sua pior situação em anos, e isso apesar da intensa troca comercial (incluindo o petróleo) e entre a Venezuela e os EUA.

Venezuela empresta US$100 mi para Cuba melhorar ferrovias


HAVANA (Reuters) - A Venezuela emprestou 100 milhões dólares para Cuba melhorar suas ferrovias, informou a mídia estatal cubana nesta terça-feira, no momento em que a ilha tenta reconstruir sua dilapidada infra-estrutura depois de anos de crise econômica.

O jornal Granma, do Partido Comunista Cubano, disse que o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social da Venezuela assinou um acordo de crédito com o Banco Exterior de Cuba para melhorar suas linhas férreas, sinais e comunicações.

"Com este crédito, as linhas serão completamente restauradas a suas condições originais para levar carga e passageiros", disse em Caracas o ministro de Transporte de Cuba, Jorge Luis Sierra, segundo o jornal.

Sierra afirmou que a recuperação econômica de Cuba precisa de melhores ferrovias e que os trens poderão viajar a 100 km/h, em relação aos atuais 40 km/h.

Depois de gastar mais de 2 bilhões de dólares desde 2005 para modernizar seu parque elétrico e acabar com os blecautes de energia, Cuba quer melhorar seu sistema de transporte, informaram autoridades do governo.

Cuba assinou contratos recentemente para comprar mais de 6 mil ônibus e 100 locomotivas da China, aviões de passageiros e de carga da Rússia, 100 vagões de carga do Irã e milhares de motores para antiquados caminhões da era soviética.

Chávez anuncia viagem à Arábia Saudita para defender preço do petróleo


Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou, nesta terça-feira, que viajará, na próxima semana, para a Arábia Saudita para "defender o preço do petróleo" em uma reunião de cúpula de presidentes de países-membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e reiterou que prevê que o barril chegará a US$ 100.

- A US$ 100, chegaremos lá. Estou certo de que o preço do petróleo não vai baixar e nós nos encarregaremos disso. Dentro de uma semana estarei na Arábia Saudita - afirmou Chávez em um pronunciamento televisionado.

Um dos objetivos da reunião de Cúpula, segundo o presidente venezuelano, será "defender o preço do petróleo, fortalecê-lo e, para isso, temos que nos unir".

- Os árabes por um lado, os persas pelo outro, lutando uns com os outros; a Venezuela subordinada aos Estados Unidos e, claro, como a Opep estava dividida, não valia um centavo - sustentou Chávez.

A Venezuela é o quarto maior fornecedor de petróleo para os Estados Unidos, para quem destina cerca de 1,5 milhão de barris diários, aproximadamente a metade de sua produção.

Chávez, governante do terceiro maior produtor de petróleo da Opep, com 3,2 milhões de barris diários. acrescentou que o preço de venda do barril de seu país chegou, na segunda-feira, a US$ 74,7, lembrando que, em 2000, não passava de US$ 7.

O presidente lembrou que, na época, convocou uma reunião de cúpula de presidente dos países-membros do cartel e, em Caracas, "renasceu a Opep, depois de 25 anos sem que se reunissem os presidentes dos países que a integram".

O preço do petróleo da Opep se reduziu ligeiramente nesta terça-feira, desde sua última máxima histórica, ao ser vendido na segunda-feira US$ 76,48. 24 centavos a menos que na jornada anterior, segundo comunicou o secretariado da Opep, em Viena.

Na forte escalada experimentada pelos tipos de petróleo desde o início de setembro, o petróleo da Opep caiu abaixo da barreira de US$ 75 pela primeira vez no último dia 19. O preço médio do barril de petróleo venezuelano, um pouco mais pesado que a média do da Opep, subiu, na semana passada, US$ 1,95, frente aos US$ 71,16 da média da semana anterior, situando-se em US$ 73,11.

O petróleo porporciona mais de 80% das divisas que a Venezuela recebe e cerca da metade dos ingressos do orçamento fiscal nacional, que o governo de Chávez calculou em US$ 29 por barril, menso da metade do preço atual. As autoridades veneuelanas calculam que, para cada dólar que sobe ou baixa o preço do barril de petróleo local, os ingressos brutos anuais variam em US$ 1 bilhão aproximadamente.

Os registros de preços anteriores do barril (159 litros) de petróleo venezuelano de exportação foram de US$ 32,88 em 2004; US$ 25,76 em 2003; e US$ 21,95 em 2002.

Kevin Spacey janta com Hugo Chávez na Venezuela


CARACAS (Reuters) - Depois de receber os atores Sean Penn e Danny Glover, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, se reuniu na segunda-feira com o ator Kevin Spacey para conversar sobre o cinema do país e o papel de mediador do líder em um possível acordo entre Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A televisão estatal mostrou a rápida entrada de Spacey no Palácio de Miraflores, sede do governo da Venezuela, onde foi recebido por Chávez.

"O senhor Spacey falou com o presidente sobre os projetos do cinema nacional e a Vila do Cinema e se interessou pelo papel de mediador do presidente entre as Farc e o governo da Colômbia", contou uma funcionária que presenciou o encontro.

Chávez disse no domingo que a visita aconteceria devido ao interesse que desperta no exterior "o processo revolucionário venezuelano".

Spacey, de 48 anos, já ganhou dois Oscars, um em 1999 como melhor ator por seu papel em "Beleza Americana" e outro como melhor ator coadjuvante por sua participação em "Os Suspeitos", de 1995.


As direções municipal de Curitiba e estadual do PCdoB do Paraná estiveram reunidas com representantes do Fórum Social do Mercosul e do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), na última sexta-feira (21), para reforçar a integração de frentes políticas contra o neoliberalismo que crescem em toda a América Latina e a importância dos encontros que debatem a temática no continente. “Defendemos a paz mundial, com justiça social, distribuição de renda e de riqueza, democracia, soberania nacional e desenvolvimento”, disse José Reinaldo de Carvalho, diretor do Cebrapaz, ao anunciar o Congresso Mundial da Paz, que será realizado em abril de 2008, na Venezuela.

Segundo Milton Alves, uma extensa agenda com José Reinaldo foi cumprida com o objetivo de amarrar a participação de entidades do movimento popular e envolver institucionalmente o Governo do Paraná nas atividades do Congresso Mundial da Paz. “Várias entrevistas aos meios de comunicação e reuniões com organizações sociais e o governador em exercício, Orlando Pessuti, amarraram a participação dos paranaenses no evento”, comemorou.

José Reinaldo de Carvalho, que também é secretário de Relações Internacionais do PCdoB, diz que é fundamental vincular a paz à solidariedade entre os povos latinos. “Mesmo sem cadeira no conselho permanente da ONU, o Brasil tem grande influência no continente. É preciso sensibilizar os países do Norte e combater o unilateralismo e a política militarista agressiva dos EUA”, disse Carvalho.

Os temas comuns que serão debatidos nos dois encontros vão da fome, aos conflitos no Iraque, Afeganistão e Faixa de Gaza. “A luta contra a guerra imperialista já dura 58 anos. Vamos continuar lutando contra a guerra de Bush e o imperialismo, além de seguirmos defendendo a soberania e os direitos dos povos”.

“Em nome destes princípios e compromissos, o Cebrapaz convida todos a unirem os seus esforços pela paz como condição de liberdade, de combate à miséria, de proteção à natureza, de desenvolvimento nacional, de democracia e independência, no reforço ao espírito de solidariedade com toda a humanidade”, completou Carvalho.

Para Joel Benin, presidente municipal do PCdoB de Curitiba e membro do recém-criado Cebrapaz no Estado, o Paraná pode contribuir para mobilizar os brasileiros a partir do Fórum do Mercosul para as bandeiras nobres em defesa da paz e contra o neoliberalismo.

Chávez nega pressão sobre Congresso Brasileiro


CARACAS (AFP) — As supostas pressões exercidas pela Venezuela sobre senadores brasileiros, para que seja aprovada a entrada do país no Mercosul, são parte de uma campanha negativa dos Estados Unidos, denunciou neste domingo o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em seu programa semanal "Alô Presidente".

"É a mão do império (Estados Unidos) que move outra vez a grande imprensa, a principal arma que o imperialismo tem atualmente para evitar nossa união", disse Chávez.

O presidente negou ter feito declarações para pressionar o Senado brasileiro durante sua visita ao país, na quinta-feira, na cidade de Manaus.

"Não dei um pio sobre isso nem falei nada sobre o Congresso do Brasil em Manaus".

Senadores de diversos partidos brasileiros ameaçam vetar a entrada da Venezuela no Mercosul, ao classificarem como ofensiva uma declaração de Chávez, que disse que a Venezuela não "irá se arrastar nem implorar para entrar no Mercosul".

O Senado do Brasil deve aprovar o ingresso da Venezuela até dezembro, prazo fixado pelo presidente da Venezuela.

"Alguns senadores do Brasil voltaram a dizer que 'Chávez é um tirano, um ditador', mas são os senhores que estão dizendo isso", destacou o presidente da Venezuela.

Chávez criticou ainda o senador Tião Viana (PT), que o chamou de "louco".

"Eu rio dessa situação, mas no fundo me dá tristeza, pela pessoa que deu essa declaração e pelo cargo que ela ocupa".

Chávez e o Senado brasileiro trocam farpas desde junho, quando o presidente chamou os senadores de "papagaios que imitam os Estados Unidos", referindo-se ao caso do canal de oposição RCTV, que teve sua licença não renovada por decisão de Chávez.

sábado, 22 de setembro de 2007

'Só pude rir', diz Miss Venezuela que viu coroa ser roubada


A modelo Dayana Mendoza passou por uma situação bizarra logo após vencer o concurso de Miss Venezuela 2007, na semana passada: ela viu a coroa da segunda colocada, Hannelys Quintero (eleita Miss Venezuela Mundo), ser roubada por um homem que assistia ao evento na platéia.

Refeita do susto, ela deu uma entrevista exclusiva ao G1, por telefone, e disse que não ficou em pânico. Ao contrário: "Dei muita risada", afirmou a miss.

"Eu estava em pé esperando a coroa ser colocada na minha cabeça quando olhei para as pessoas e vi que elas estavam com uma expressão esquisita no rosto. Olhei de novo para a frente e vi um homem saltar entre as cadeiras, pegar a coroa e sair com ela na cabeça. Dei muita risada", conta a miss, de 21 anos.

A cerimônia de transmissão da coroa de Miss Venezuela aconteceu na noite do dia 13 de setembro, no Poliedro de Caracas, grande sala de eventos e concertos da capital. O evento foi transmitido ao vivo pelo canal privado "Venevisión".

A final do Miss Venezuela, com mais de quatro horas de duração, foi um sucesso de audiência no país. Na noite do evento, dois de cada três televisores estavam sintonizados no concurso, que é mais assistido do que a Copa do Mundo.

Soares embaixador do petróleo em Caracas


Mário Soares terá aproveitado as suas boas relações pessoais com o Governo de Hugo Chávez e o ministro dos Petróleos da Venezuela para ajudar a abrir portas às conversas entre a Galp Energia e a Petróleos da Venezuela (PDVSA) para uma parceria estratégica na área do petróleo e do gás.

Ontem, o ex-presidente da República esteve presente na apresentação do I Lisbon Energy Forum 2007, uma iniciativa da Galp e da Fundação Mário Soares que reunirá em Lisboa no início de Outubro altos dirigentes de algumas das maiores petrolíferas do mundo. Mário Soares disse ter acompanhado o presidente da Galp Energia numa recente deslocação à Venezuela, por insistência de Ferreira de Oliveira, e porque a Fundação e a empresa já tinham o projecto comum de preparar a cimeira. Como conhecia bem vários ministros, incluindo o do Petróleo, e o próprio Presidente Hugo Chávez, "isso foi im- portante para as conversações que lá tivemos". Foi o que Soares respondeu na sequência de uma questão colocada sobre o processo de negociações entre a Galp e a PDVSA. O ex-presidente da República sublinhou as várias deslocações que tem feito à América Latina, a países como a Venezuela, o Brasil e o Equador, onde obtém conhecimentos pessoais que, depois, ajudam a "abrir portas". "E foi isso o que sucedeu na Venezuela", acrescentou.

O papel de Soares foi ontem avançado pelo Diário de Notícias da Madeira. No entanto, e já esta semana, o presidente executivo da Galp, Ferreira de Oliveira, ele próprio ex-quadro da PDVSA, negou, em declarações à Lusa, qualquer ligação do ex-presidente de Portugal às negociações com a petrolífera.

Ontem, Ferreira de Oliveira confirmou as conversas em curso com a empresa pública da Venezuela, país que tem as maiores reservas de petróleo do Ocidente e está no clube dos maiores produtores a nível mundial.

O principal objectivo da Galp é fechar um acordo de parceria estratégica que lhe garanta uma posição equivalente à que tem na exploração e produção de petróleo e gás em Angola e no Brasil. Segundo a imprensa venezuelana, a Galp deve entrar na exploração de petróleo e gás na Faixa do Orinoco onde a PDVSA quer constituir joint-ventures com empresas internacionais, desde que mantenha a maioria. O acordo para a parceria, já saudada por Chávez, poderá vir a ser assinado em Lisboa no dia 2 de Outubro, aproveitando a deslocação do presidente da PDVSA e também do ministro do Petróleo, Rafael Ramírez Carreño. Para além da entrada da Galp na Venezuela, o acordo pode passar pelo abastecimento de crude a Portugal. Em 2006, a Galp praticamente não comprou petróleo à Venezuela, cujas características não são as mais adequadas ao aparelho refinador nacional.

Chávez recebe porta-voz das Farc dia 8 de outubro, diz senadora


CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vai se reunir no dia 8 de outubro com um enviado da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a fim de negociar um eventual acordo sobre uma troca de reféns por rebeldes presos, afirmou na terça-feira a mediadora colombiana Piedad Córdoba, após encontro com Chávez.

Por meio de uma mensagem de vídeo, Raúl Reyes, porta-voz das Farc, propôs a Chávez realizar a reunião no dia 8 de outubro (aniversário da morte do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara), no Palácio de Miraflores (sede do governo da Venezuela).

"O presidente aceita a proposta da reunião, aceita a data dela e, obviamente, aceita que o encontro comece a ser preparado para o caso de realmente ocorrer em Miraflores", afirmou a jornalistas Córdoba, uma senadora colombiana, depois de reunir-se com Chávez.

A senadora acrescentou que a principal exigência do presidente venezuelano para fazer parte do processo na qualidade de mediador é que as Farc apresentem "provas de que os reféns estão vivos", questão a que se dedicará nos próximos dias.

O envolvimento de Chávez na questão sofreu um revés depois de o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, ter negado autorização para o líder venezuelano encontrar-se com os guerrilheiros em território colombiano.

Um eventual acordo poderia incluir a troca de dezenas de reféns atualmente nas mãos das Farc, entre os quais a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt (de cidadania franco-colombiana) e três norte-americanos, por centenas de guerrilheiros mantidos em prisões colombianas.

Antes de reunir-se com Córdoba, que levou a mensagem gravada em vídeo, Chávez já havia dito estar disposto a realizar um encontro preparatório antes de conversar com Marulanda, líder das Farc.

"O que estamos discutindo agora é uma reunião a ocorrer em breve com o enviado de Marulanda. Tenho quase certeza de que isso acontecerá nas próximas semanas", afirmou o dirigente venezuelano.

Chávez, que conta com o apoio do presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que esses esforços poderiam servir de prelúdio para negociações mais amplas capazes de levar a um acordo de paz na Colômbia, mergulhada em um conflito interno há mais de 40 anos. Esse conflito já deixou milhares de mortos.

As Farc, o grupo guerrilheiro mais antigo da América Latina, contam com cerca de 17 mil combatentes e defenderam recentemente que fossem retiradas da lista de "organizações terroristas" elaborada pelos EUA e pela União Européia (UE).

(Por Enrique Andrés Pretel)

Hugo Chávez ameaça fechar escolas particulares na Venezuela

Hugo Chávez afirmou que todas as escolas deverão adotar ainda neste ano um novo currículo que, segundo ele, vai ajudar a desenvolver valores de cooperação e solidariedade.

O presidente disse que a reforma na Constituição proposta por ele (ainda em fase de aprovação pela Assembléia Nacional da Venezuela) reconhece a existência de escolas particulares, mas que elas devem adotar o novo sistema educacional socialista.

Chávez também afirmou que o sistema de educação privado é baseado em valores capitalistas e organizado de maneira a negar educação para o povo.

Segundo o presidente venezuelano, a educação foi ignorada pelos governos anteriores. Muitos pais de alunos, no entanto, temem que o novo currículo seja uma forma de doutrinação de seus filhos.

Na cerimônia de inauguração de uma nova escola no primeiro dia letivo do ano acadêmico, Chávez falou sobre seu ideal de educação, baseado em aprender a criar, viver em sociedade e refletir.

O presidente disse ainda que governos anteriores também promoveram sua própria ideologia. "Eles nos ensinaram a admirar Cristóvão Colombo e o Super-Homem", afirmou. "A educação baseada na ideologia capitalista destruiu valores", disse Chávez.

Venezuela prepara processo de geminação


O embaixador da Venezuela disse ontem, após um encontro com o presidente do Governo Regional, que o direito da propriedade privada está assegurado na revisão da Constituição venezuelana. Lucas Rincón Romero adiantou ainda que o acordo de geminação entre a Madeira e a ilha de Marguerita, anunciada em 2001, aquando da visita de Hugo Chávez à Região, deverá ser concretizada dentro de médio prazo.

O embaixador da Venezuela, que ontem foi recebido na Quinta Vigia, com um almoço oferecido pelo presidente do Governo Regional, revelou que, neste momento, estão ser dados passos no sentido de se concretizar a geminação entre a ilha da Madeira e a de Marguerita, uma proposta avançada por Hugo Chávez, aquando da sua visita à Região, em 2001.

De acordo com Lucas Rincón Romero, outros dos aspectos abordados neste encontro com o presidente do Executivo madeirense, em que esteve presente o secretário regional dos Recursos Humanos e o director regional das Comunidades, foi a visita, no próximo ano, de Alberto João Jardim à Venezuela. Uma deslocação que, tal como afirmou o diplomata venezuelano, ainda não tem data marcada.

Durante esta visita à Venezuela, Lucas Rincón Romero admitiu a possibilidade de Alberto João Jardim se encontrar com o presidente da República Bolivariana da Venezuela. Porém, insistiu o diplomata, a data da viagem ainda não está fixada.

Em declarações aos jornalistas, e confrontado com a possibilidade de alguns madeirenses estarem preocupados com as alterações à Constituição daquele país, nomeadamente, em matéria de direito de propriedade, assegurando que as propostas não irão afectar esses direitos.

Lucas Rincón Romero disse ainda que este encontro serviu, igualmente, para reforçar os laços entre Portugal e Venezuela, uma ligação que, segundo o diplomata, já começa a dar frutos, apontando, como exemplo, a parceria efectuada entre a Polícia Judiciária e a sua congénere venezuelana, em 1994, e que irá permitir, brevemente, responsáveis da referida polícia portuguesa a Caracas. Um processo que, segundo referiu, se insere num esforço comum das duas polícias no combate ao tráfego de droga.

Esses laços de cooperação, tal como afirmou Lucas Rincón Romero, são também extensivos a outras áreas, como no domínio empresarial, ou económico, referindo, a este propósito, a previsível assinatura do protocolo entre a petrolífera venezuelana e a GALP, cujas negociações estão em curso.

Venezuela consegue recorde mundial com sopa de 15 mil litros


Caracas, 15 set (EFE).- A Venezuela instaurou hoje um novo recorde mundial ao preparar a "maior" sopa do planeta, de 15 mil litros, em comemoração ao terceiro aniversário do Ministério da Alimentação, informou o titular dessa pasta, Rafael Oropeza.

A sopa poderá ser degustada por até 70 mil pessoas em diversos lugares da capital venezuelana, disse o ministro aos jornalistas.

"Junto com o povo, estamos batendo o recorde mundial da maior sopa, de carne e frango. Esta sopa tem 15 mil litros", disse Oropeza.

A representante do Livro Guinness dos Recordes, Jane Boatfeild, corroborou a preparação da "megasopa", que começou na sexta-feira às 18h (19h de Brasília) e terminou de manhã.

Boatfeild "receberá o relatório certificado da Sincamer (órgão oficial de metrologia)", que dá conta que a sopa é de 15 mil litros, "quase o triplo" do recorde anterior marcado pelo México, disse Oropeza.

A sopa ficou cozinhando durante mais de 13 horas em plena avenida Bolívar, no coração da capital venezuelana, em uma gigantesca panela de aço inoxidável de 3,66 metros de altura, 2,69 metros de diâmetro e 20.490 litros de capacidade.

A preparação contou com mais de cem pessoas, entre elas alguns reconhecidos cozinheiros venezuelanos, e cerca de 70 mulheres que ficaram responsáveis de limpar, descascar e cortar aproximadamente "7.000 mil quilos verduras e 4.500 quilos de carne e frango", segundo dados oficiais. EFE gf an

Venezuela doará mais US$ 50 milhões a municípios na Bolívia


La Paz, 15 set (EFE).- O embaixador da Venezuela em La Paz, Julio Montes, disse hoje que seu país doará mais US$ 50 milhões aos municípios bolivianos, mas esclareceu que depositará o valor em contas e não será entregues pelo presidente Evo Morales, como até agora.

Os cheques com ajuda venezuelana que Morales distribuiu entre prefeitos não aparecem na contabilidade oficial nem têm controle.

No entanto, Montes comentou hoje aos jornalistas que, a partir de janeiro de 2008, o dinheiro da Venezuela será depositado diretamente nas contas dos municípios e que seu país não exercerá nenhum tipo de controle sobre esses recursos.

Os políticos da oposição na Bolívia denunciaram que a ajuda venezuelana não é transparente e que, em alguns casos, é manipulada por Morales a critério pessoal e sem nenhum controle legal nem fiscal.

Recentemente, o embaixador Montes esclareceu que as doações são controladas diretamente "de forma transparente" pela Venezuela e por Morales, como estabelece um convênio bilateral, e que o presidente pode destiná-las aos municípios, à melhora de quartéis e a obras de infra-estrutura social, entre outras coisas. EFE mb pa

SICI quer emitir para Venezuela


A SIC Internacional quer alargar a sua emissão a novos mercados, entre os quais a Venezuela, e passar a ter emissões diferenciadas por continente a partir de 2008, disse à agência Lusa o director do canal.

"Entre as previsões para 2008, o principal objectivo é [passar a emitir para] a Venezuela, onde existe uma comunidade de meio milhão de portugueses", avançou o director, João Pedro Nava.

Sublinhando a importância da América Latina para um canal que se dirige às comunidades e aos países de língua portuguesa, João Pedro Nava referiu que a Venezuela "é um mercado essencial" até porque já marca presença no Brasil, onde emite para um milhão de portugueses.

Com 10 anos de existência - que se completam na próxima segunda-feira -, a SIC Internacional pretende ainda alargar o seu âmbito para outros países da Europa, nomeadamente Alemanha e Grã-Bretanha, já que, no conjunto, representam mais cerca de 300 mil portugueses, adiantou João Pedro Nava.

A par do alargamento geográfico das emissões, a direcção do canal internacional da SIC quer também "criar emissões diferenciadas para "três grandes blocos de países América, Europa e †frica", revelou o director do canal. Uma decisão que surge não só pelas diferenças culturais entre países, como pelos fusos horários.

China e Venezuela fecham acordo de US$ 10 biliões


A Corporação Nacional do Petróleo da China (CNPC) e a estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) chegaram a um acordo de investimento num valor superior a US$ 10 bilhões para extrair petróleo da Faixa do Orinoco. O projeto com a CNPC levará petróleo venezuelano à China.

As duas companhias formarão uma empresa mista. A estatal venezuelana terá 60% de participação, e a chinesa, 40%. Ambas vão assumir os custos do transporte do petróleo. O projeto inclui a criação de três refinarias na Venezuela. Na China, estão sendo construídas outras três com participação venezuelana para processar parte do petróleo extraído conjuntamente.

Este é o maior acordo sobre a zona petrolífera venezuelana desde junho, quando as empresas americanas Conoco Phillips e Exxon Mobil rejeitaram uma associação com a PDVSA no regime de empresa mista.

As informações são do jornal chinês Shanghai Daily.

Estudo analisa a economia venezuelana na era Chávez

Não é por louvável prudência que o imperialismo e a burguesia sempre traçam os cenários mais negros sobre a economia dos países revolucionários e anti-imperialistas: é uma opção de classe, com o objetivo claro de desacreditar, aos olhos das massas, a opção revolucionária dos povos. A propaganda e os noticiários dos media repetem agora a receita no caso da Venezuela, apesar da realidade claramente os desmentir.

Por Mark Weisbrot e Luís Sandoval*

A Venezuela experimentou um crescimento bastante rápido, depois de ter tocado no fundo na recessão de 2003, tendo atingido uma taxa de crescimento de 10,3 por cento em 2006. A opinião mais generalizada sobre a expansão econômica atual do país é que se trata de uma grande bonança petrolífera” estimulada, como no passado, pelos altos preços do óleo, e que vai a caminho da “bancarrota”. Acredita-se que este futuro colapso econômico será resultado da queda que, em qualquer momento, terão os preços do petróleo, ou de uma má política econômica do governo.

Existe uma enorme quantidade de evidências que contraria essas conclusões. O crescimento econômico da Venezuela sofreu uma grave queda nas décadas de 80 e 90, depois do pico do seu Produto Interno Bruto (PIB) real em 1977. Nesse sentido, a sua situação é idêntica à da região considerada no seu conjunto, que desde 1980 registrou o seu pior desempenho de longo prazo em matéria de crescimento econômico, em mais de um século. Hugo Chávez Frias foi eleito em 1998 e assumiu a presidência em 1999, e os primeiros quatro anos da sua administração foram marcados por uma grande instabilidade política que afetou negativamente a economia. Isso culminou com um golpe de estado militar que derrubou transitoriamente o governo constitucional em abril de 2002, e foi seguido por uma devastadora greve petrolífera que se estendeu de dezembro de 2002 até fevereiro de 2003. A greve petrolífera precipitou o país numa severa recessão econômica, no decurso da qual a Venezuela perdeu 24% do PIB.

Mas esta situação política começou a estabilizar no segundo trimestre de 2003, e continuou a estabilizar-se ao longo de todo o período atual de expansão econômica. A economia teve um crescimento contínuo e acelerado desde o início da estabilização política. O PIB real (quer dizer, corrigido pelos efeitos da inflação) cresceu 76% desde o ponto mais baixo da recessão em 2003. É provável que as políticas fiscais e monetárias expansionistas, bem como os controles sobre o tipo de mudança aplicados pelo governo, tenham contribuído para o presente auge econômico. A despesa do governo central incrementou-se em 21,4 por cento do PIB em 1998 a 30% do PIB em 2006. As taxas reais de juro de curto prazo foram negativas durante praticamente todo o período de recuperação econômica.

As receitas do governo cresceram ainda mais rapidamente que a despesa nesse período, passando de 17,4% a 30% do PIB no mesmo período, deixando o governo central com um orçamento equilibrado para 2006. O governo estimou com base em previsões conservadoras o preço do petróleo: por exemplo, para 2007, as bases orçamentais previram um preço médio de US$ 29 por barril de petróleo, que é 52% menos que o preço médio do óleo vendido no ano anterior. Em geral, o governo excedeu a despesa em relação ao planificado, já que os preços do petróleo foram mais altos do que o estimado, mas se os preços do petróleo caírem, é possível que a despesa também contraia.

No entanto, a Venezuela tem uma enorme almofada de reservas a qual pode recorrer, no caso e uma queda dos preços do petróleo começar a diminuir as suas finanças. Uma queda dos preços do petróleo de 20% ou mais poderia ser absorvida com as reservas internacionais oficiais, que hoje ascendem a US$ 25,2 bilhões e são suficientes para cancelar quase toda a dívida externa do país. Este número não inclui outras contas do Estado venezuelano no exterior, que se calculam atingirão mais 14 a 19 mil milhões de dólares. Com uma dívida externa relativamente pequena (14,6% do seu PIB), o governo podia, inclusive, aceder aos mercados de crédito internacionais no caso de uma queda do preço do petróleo. Por outro lado, não parece muito provável que, num futuro próximo, os preços do petróleo venham a cair. O prognóstico de curto prazo publicado em 10 de Julho pela Agência de Informação sobre Energia prevê preços de petróleo de US$ 65,56 por barril para 2007 e US$ 66,92 para 2008. Aparentemente, o risco de alterações bruscas imprevistos na oferta é, mais que qualquer outro – especialmente no volátil Médio Oriente – que esta se contraia, induzindo um aumento dos preços e não a sua queda.

Aspectos sociais

O governo de Chávez incrementou muito significativamente a despesa social, tanto na saúde como na alimentação e educação. O contraste mais agudo é nas atenções de saúde. Por exemplo, em 1998 havia 1.628 médicos exercendo atenção primaria a uma população de 23,4 milhões de habitantes. Hoje há 19.571 para uma população de 27 milhões. O governo venezuelano também ampliou enormemente o acesso a alimentos subsidiados. Em 2006, houve 15726 estabelecimentos em todo o país que comercializaram alimentos a preços subsidiados (possibilitando uma poupança média de 27% e 39%, em comparação com os preços de mercado de 2005 e 2006 respectivamente).

A despesa oficial do governo central cresceu exponencialmente, passando de 8,2% do PIB em 1998 para 13,6% em 2006. Em termos reais (corrigidos os efeitos inflacionários), a despesa social por pessoa aumentou 170% no período 1998-2006. Mas isso não inclui a despesa social da empresa estatal venezuelana, Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), que ascendeu a 7,3% do PIB em 2006. Se a incluirmos, a despesa social representou 20,9% do PIB em 2006, o que representa pelo menos 314% mais que em 1998 (em termos de despesa social real por pessoa).

O índice de pobreza diminuiu rapidamente, passando do valor máximo de 55,1% em 2003 para 30,4% em 2006 – como se podia prever, face ao rápido crescimento econômico que se registrou nos últimos três anos..

Se compararmos o índice de pobreza antes de Chávez (43,9%) com o de fins de 2006 (30,4%), verifica-se uma queda de 31% do índice de pobreza. No entanto, este índice não leva em linha de conta o acesso alargado à saúde e à educação a que os pobres passaram a ter acesso. As condições de vida da população pobre, portanto, melhoraram significativamente mais do que o indica a substancial redução da pobreza refletida no índice oficial d pobreza, que apenas mede recebimentos monetários efetivos. Também caiu substancialmente o índice de desemprego desde 1998, passando de 44,5% a 49,4% a população ativa.

O que vem pela frente

Os principais desafios que enfrenta a economia andam à volta da taxa de câmbio e da inflação. A moeda venezuelana está bastante valorizada. O governo tem relutância em desvalorizar, porque isso aumentaria a inflação – que atualmente se situa nos 19,3%, o que supera a os objetivos governamentais. Dado que existem controles sobre o tipo de câmbio e o governo conta com um grande superávit na conta-corrente (8% do PIB), não há nada que possa obrigar a uma desvalorização num futuro próximo (como ocorreu, por exemplo, quando entraram em colapso as moedas argentina, russa e brasileira no final da década de 1990). Mas este sim, representa um problema a médio prazo, já que ainda que a inflação esteja estabilizada e inclusive comece a baixar, o ritmo atual da inflação continuará a apreciar o tipo de câmbio real da moeda venezuelana (Bolívar). Isto faz com que as importações fiquem artificialmente baratas, e que as exportações não petrolíferas sejam demasiado caras nos mercados mundiais, afetando o sector de bens comerciais, tornando-se potencialmente numa situação insustentável. Além disso, isto dificulta imenso a diversificação da economia e a possibilidade de romper com a dependência do petróleo.

Hoje, a inflação ascende a 19,4%, e este é um problema, ainda que, seja importante assinalar que as taxas de inflação de dois dígitos num país em desenvolvimento como a Venezuela não podem ser comparáveis com o mesmo fenômeno transferido para a Europa ou os Estados Unidos da América. A inflação na Venezuela foi muito maior nos anos anteriores aos governos de Chávez, alcançando taxas de 36% em 1998 e 100% em 1996. Caiu ao longo da maior parte da atual fase de recuperação, passando de 40% anual em fevereiro de 2003 (comparando com o mesmo mês do ano anterior) – precisamente no pico da greve petrolífera – a 10,4% há um ano, antes de subir novamente para o índice atual. Nos últimos três meses parece ter estabilizado nos 19,4%.

Devido ao seu grande superávit na conta-corrente, à suas grandes reservas em moeda estrangeira e à pequena dívida externa do país, o governo dispõe de ferramentas para estabilizar e reduzir a inflação – tal como para, eventualmente, ajustar a moeda – sem ter que sacrificar o crescimento da economia. Além de outras metas, tudo parece indicar que o governo está decidido a manter uma taxa de crescimento alta. Por isso, hoje não há sinais que sugiram que a atual expansão econômica, nos anos mais próximos, esteja a chegar ao fim.

* Mark Weisbrot é economista e co-diretor do Centro de Investigação Econômica e de Políticas (Center for Economic and Policy Research - CEPR), em Washington. Luis Sandoval é investigador-assistente do mesmo Instituto.

Este texto é o resumo que antecede estudo realizado pelos autores a respeito do tema.

Tradução de José Paulo Gascão

A Venezuela será uma potência para o bem


Caracas, 21 de Set. ABN – O presidente da República, Hugo Chávez Frias, afirmou hoje que a Venezuela será uma potência, “nem grande, nem pequena, mas uma potência para o bem, uma potência política, democrática, militar, económica e moral”.

Durante o acto de recepção das unidades da Armada da Venezuela em Pampatar, no Estado da Nova Esparta, que participaram na operação Venezuela-Brasil (Venbras 2007), o chefe de Estado assinalou que a união é a condição necessária para alcançar a força e o poder nacional.

“A estratégia imperial sempre foi de nos dividir. Impingiram-nos a tese da divisão, não, não pode ser, multipliquemo-nos, somemo-nos, unamos-mos. Unidos seremos invencíveis”.

Realçou ainda: “Nós temos o que é necessário para sermos uma potência”.

Chávez ratificou que no campo militar a Venezuela não tem a intenção de ferir ninguém, “mas sim, que ninguém intente nada contra nós porque se deparará com os soldados da Venezuela”, realçou o chefe de Estado.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Chávez: a verdadeira democracia só é possível no socialismo


Caracas, 13 de Setembro (ABN).- No capitalismo a verdadeira democracia é impossível. Uma democracia social política e económica verdadeira só é possível no socialismo, afirmou o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, na passada quarta-feira.

O chefe de Estado avisou acerca do plano da oposição venezuelana de utilizarem jovens estudantes para levaram a cabo planos de desestabilização.

“A oligarquia venezuelana ameaça agora com grupos de estudantes para levar a cabo o plano concebido e imposto por Washington. Gostaria de informar a oposição que metesse os seus líderes nas ruas em vez de manipularem jovens. A Acción Democrática e o Copei (partidos tradicionais de direita) e os seus líderes devem manifestar-se nas ruas, se é que ainda têm líderes,” afirmou Chávez no decorrer da cerimónia de graduação de médicos da Escola Lationo Americana de Medicina (ELAM) e da Universidade Experimental Rómulo Gallegos.

No decorrer do seu discurso o presidente Chávez exortou aos estudantes venezuelanos que defendessem a Revolução.

Venezuela consolida sua presença econômica na Bolívia


LA PAZ (AFP) — A Bolívia deu outro passo no fortalecimento de suas relações econômicas com a Venezuela, abrindo a Caracas a possibilidade de participar da exploração de uma imensa mina de ferro no leste do país, 50% da qual já foi concedida à empresa indiana Jindal.

Os presidentes de Venezuela, Hugo Chávez, e Bolívia, Evo Morales, assinaram domingo um acordo sobre a exploração do campo de Mutun, uma das maiores reservas de ferro do mundo, localizada em Puerto Suarez, sobre a hidrovia Paraná-Paraguai, na fronteira com o Brasil.

Morales afirmou nesta segunda-feira em La Paz que a carta de intenções assinada permitirá a exploração de 50% da mina.

A companhia indiana Jindal Steel and Power ganhou em julho passado o direito de explorar a outra metade da mina, que contém, segundo cálculos oficiais, cerca de 40 bilhões de toneladas de ferro e 10 bilhões de toneladas de manganês, e se comprometeu a investir US$ 2,1 bilhões no projeto.

"Estes recursos naturais têm que ser aproveitados para o bem da nação, e como governo temos a obrigação de acelerar não somente os investimentos, mas também a conclusão de acordos que permitam sustentar o desenvolvimento do povo boliviano", explicou Morales.

Além do acordo sobre a mina de Mutun, os dois dirigentes assinaram três outras cartas de intenção para a construção de um complexo petroquímico binacional na região produtora de coca de Chapare (centro), a instalação de duas usinas de cimento e o desenvolvimento de projetos florestais.

As modificações à Constituição como ferramenta da mudança


O anúncio do presidente Hugo Chávez, em 15 de agosto passado, sobre reformas constitucionais, suscitou agitação tal entre os inimigos do processo bolivariano que a estão apresentando — com o acompanhamento cúmplice do poder midiático — como a entronização de uma ditadura e não como o que é, o aprofundamento de uma verdadeira democracia escamoteada pelos governos de adecos e copeyanos ao povo ao longo de mais de 40 anos.

Àqueles que argumentam propositadamente que o líder bolivariano tirou as reformas da cartola para se eternizar no poder, seria bom lembrar que durante a campanha eleitoral para as presidenciais de dezembro de 2006, esse foi seu cavalo de batalha. Aqueles que votaram nele — mais de 60% do eleitorado — fizeram-no, certos, como ele, de que na Carta Magna aprovada em 1999 “ficaram muitos erros da velha ordem”.

Não foi por acaso que Chávez apresentou as propostas de modificação de 33 artigos constitucionais — dos 350 — perante o povo numa alocução que durou cinco horas, precisamente no 202º aniversário do juramento, feito por Simón Bolívar no Monte Sacro, de que não daria descanso a seu braço nem paz a sua alma até quebrar as corrente que atavam a Venezuela ao poder imperial espanhol.

A proposta do presidente, feita, além disso, três anos depois de ter ganhado o referendo revogatório em que a oposição local e o império tinham esperanças para tirá-lo do poder, constitui uma reafirmação de que o substituto histórico do Libertador, não descansará até quebrar as correntes que ainda atam a Venezuela ao velho sistema de opressão e dependência.

As modificações que no momento de redigir estas linhas já foram aprovadas em primeira leitura pelo Legislativo, são discutidas ao longo da geografia venezuelana no intuito de que o povo as conheça e opine sobre elas.

Pela primeira vez na história dessa nação andina, os 40 povos originários que a habitam se somaram às sessões de discussão do documento, constituindo um debate popular inédito que os levou em conta após mais de 500 anos de exclusão.

Após a discussão dos artigos a serem modificados nas bases, o documento voltará à Assembléia Nacional, que só depois de mais duas leituras, o aprovará e, a partir desse momento, o Conselho Nacional Eleitoral terá 30 dias para organizar e realizar o plebiscito que referendará a Carta Magna com suas modificações.

Por que a oposição e os inimigos do processo bolivariano se agitam e falam de ditadura, de golpe de Estado, de ataque à democracia?

A resposta é óbvia. Washington e seus locais patrocinados fariam todo o possível para que isso fosse assim, mas sabem que o espírito e a letra das modificações propostas pelo presidente

Chávez vão na contramão. Constituem uma garantia para a democracia, para a participação popular, para a defesa do direito dos trabalhadores, sem possibilidade de que sejam explorados ou excluídos.

A oposição, cada vez mais dividida e desprestigiada, fala de que o objetivo de Hugo Chávez é se perpetuar no poder e estabelecer uma ditadura unipessoal.

Ao propor uma modificação ao artigo 230 da atual Constituição por um mandato presidencial de 7 anos, em vez dos seis anos atuais, com possibilidades de reeleição imediata e indefinida, o líder bolivariano deixa nas mãos do povo essa eleição. Só o povo e não outro mecanismo, é que decidirá qual presidente vai embora e qual permanece e por quanto tempo fica.

Pelo contrário, a burguesia no poder historicamente para mantê-lo, encontrou a fórmula da alternância com seus pares que, sob outras denominações, vão a uma luta em que, como na Venezuela, era sabido de antemão que um período seria para os adecos e o próximo para os copeyanos; assim de antidemocrática era essa democracia em que, como a dos Estados Unidos — seu progenitor — não há espaço para os representantes do povo.

A oposição difunde que a nova estrutura estatal vai desmembrar o país. Ao contrário, o poder central deverá outorgar maiores poderes de decisão às diferentes instâncias de governo desde nível de bairro com comunas de auto-governo até o Palácio de Miraflores. Resgata, além do mais, as regiões marítimas, os distritos insulares, os estados, os municípios federais, que terão um grau de decisão maior para que o saldo seja a mais completa e integral participação nas decisões que dizem respeito a todos.

Não falam de que, entre outros aspectos, se propõe introduzir na Carta Magna a proibição da exploração dos trabalhadores, a criação de um Fundo de Estabilidade Social para o setor informal que lhes garanta direitos fundamentais, como as aposentadorias, pensões, férias, descanso, garantias pré e pós-natais às mulheres grávidas e a redução do expediente a todos os trabalhadores.

Será importante a proibição do latifúndio improdutivo e a exploração não-estatal dos hidrocarbonetos, assim como a inclusão das missões sociais.

Quando a oposição e o poder midiático lançam suas campanhas contra o chamado Socialismo do Século 21, argumentando que a Revolução Bolivariana vai tirar à burguesia suas propriedades com o qual estimulam, ademais, o êxodo do país, não dizem que, entre as 33 modificações propostas à Carta Magna, está o artigo 115, onde são definidas cinco classes de propriedades reconhecidas pelo Estado: a propriedade pública, a social (direta ou indireta), a colectiva, a mista e a privada.

O próprio presidente Chávez ao apresentar as modificações ao Parlamento foi direto e claro com o setor empresarial: “Senhores empresários, setor privado, vocês não foram excluídos, precisamos dos senhores para nos aliviarmos. Avante, juntos construíremos o grande país que já começa a ser a Venezuela!”

Venezuela defende preço atual do petróleo


da Efe, em Viena

A Venezuela acredita que o atual preço do petróleo é "justo" e que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) não deve aumentar agora a oferta conjunta para reduzir o valor, afirmou hoje em Viena o ministro do Petróleo venezuelano, Rafael Ramírez.

"O mercado está bem abastecido. Não vemos nenhuma situação que nos obrigue a mudar a política que temos. Pelo menos, poderíamos esperar até dezembro. Agora não é necessário", disse Ramírez a jornalistas após chegar ao hotel onde está hospedado na capital austríaca.

"Cumprir o nível do corte que tínhamos, manter nossa política de cortes, não aumentar a produção, e ver como a situação evolui. O mercado está equilibrado", resumiu o ministro venezuelano sobre a posição de Caracas na 145ª conferência ministerial do cartel, que começa amanhã na sede do grupo em Viena.

Ramírez qualificou de "justos" os atuais preços do hidrocarboneto nos mercados mundiais.

"Nós insistimos em que nossos custos aumentaram muitíssimo. O tema do preço do petróleo não pode ser visto apenas de um lado, do lado dos consumidores. Todos os países (produtores de petróleo) têm sérios problemas para implementar seus projetos de aumento de produção, pois os custos dispararam", disse o ministro venezuelano.

Após uma nova escalada nos últimos dez dias, o barril (de 159 litros) do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve), referência para os Estados Unidos, era vendido hoje por cerca de US$ 76, enquanto o Brent, referência para a Europa, passava da casa dos US$ 74.

Na sexta-feira, o barril usado como referência pela Opep fechou a US$ 72,01, apenas US$ 1,66 a menos que seu recorde histórico (de US$ 73,67), alcançado em 20 de julho. "É um preço justo para nós. É um preço que permite desenvolver nossas atividades", ressaltou Ramírez.

Desta forma, a Venezuela defende que a Opep decida amanhã manter em vigor o corte de sua produção em 1,7 milhões de barris diários (mbd), que entrou em vigor no inverno do hemisfério norte.

O acordo fixou em 25,8 milhões de barris diários (mbd) a produção conjunta de dez dos 12 países-membros do cartel --todos menos Iraque e Angola--, mas, segundo os analistas, o grupo supera este volume em cerca de 900 mil barris diários.

"O compromisso de corte será mantido e, na reunião, vamos verificar o nível de cumprimento... É preciso insistir no cumprimento do corte. Foi um compromisso entre nós, devemos cumpri-lo", ressaltou o ministro.

Ramírez não descartou, no entanto, que o mercado possa precisar de um fornecimento maior até o fim de 2007.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Te molesta mi amor

Venezuela: Hugo Chávez recebeu carta das FARC sobre reféns

«Recebi, há uns dias, uma carta de (Manuel) Marulanda, o comandante das FARC», disse Hugo Chávez, que precisou que analisou o seu conteúdo durante uma reunião que teve, na noite desexta-feira, com o Alto Comissionado para a Paz, da Colômbia, Luis Carlos Restrepo.

«Falámos [Hugo Chávez e Luis Restrepo] horas e horas. Avaliámos as posições e dialogámos. Comecei como observador, mas já não o sou, assumi o papel de mediador«, disse Hugo Chávez durante uma reunião com participantes no processo de formação do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

O presidente venezuelano recordou o ditado segundo o qual »quem se mete a redentor termina crucificado« para »pedir ao Redentor, Jesus, que seja possível ajudar a Colômbia, porque os dois países vizinhos são ambos «filhos de [Simón] Bolívar ».

«Se tiver que ir às portas do quinto inferno para alcançar um acordo humanitário e mais tarde um acordo de paz, pois irei«, sentenciou.

Depois de reunir-se, em Caracas, com 14 familiares de sequestrados, a 20 de Agosto de 2007, Hugo Chávez pediu ao seu homólogo colombiano, Álvaro Uribe, e ao líder das FARC, Manuel Marulanda, que aceitem a sua mediação para materializar o »acordo humanitário«.

Como gesto de boa-vontade prometeu conceder um »indulto presidencial« a um grupo de paramilitares detidos em Caracas em 2004, acusado de rebelião civil, de tentativa de »magnicídio presidencial« e de pertencerem a um grupo militar.

Dez dias depois, a decisão do presidente venezuelano foi publicada no Diário da República, tendo sido indultados 41 dos 118 paramilitares, dos quais apenas 39 continuam detidos.

As negociações para um »acordo humanitário« ocorrem num momento em que as autoridades venezuelanas procuram 47 cidadãos que se encontram nas mãos de raptores, entre eles o comerciante português David Barreto Alcedo, 37 anos, sequestrado a 12 de Agosto no Estado de Táchira.

As FARC são uma organização guerrilheira colombiana que surgiu em 1964, de ideologia marxista-leninista e que conta com entre 12.000 e 17.500 membros.

Mantêm em cativeiro, desde Fevereiro de 2003, o luso-norte-americano Marc Gonçalves, que conjuntamente com dois colegas norte-americanos, Keith Stansell e Thomas Howes, foi sequestrados na selva de Caquetá, 350 quilómetros a sudoeste de Bogotá, depois de a avioneta em que viajavam ter sido derrubada por guerrilheiros.

Os sequestrados eram trabalhadores da Califórnia Microwave Systems, empresa contratada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos para recolher dados sobre o cultivo de drogas.

Venezuela vence Paraguai em amistoso preparatório para eliminatórias


CARACAS (AFP) — A seleção venezuelana derrotou por 3-2 o Paraguai nesta sábado em emocionante partida amistosa que serviu de preparação para as eliminatórias sul-americanas para a Copa da África do Sul de 2010, que começam no próximo mês de outubro.

A seguir, a ficha técnica da partida:

Venezuela - Paraguai 3 - 2 (0-1)

Estádio: Cachamay

Temperatura: Calor úmido. Campo de jogo: Bom.

Público: 30.000 espectadores

Árbitro: Carlos López (COL), Asistentes: Rafael Yánez e Jorge Urrego (VEN).

Gols:

Venezuela: Daniel Arismendi (67); Giancarlo Maldonado (74) e Alejandro Guerra (90).

Paraguai: Cristian Riveros (38 e 64)

Venezuela: Renny Vega - Alejandro Cichero, José Manuel Rey, Héctor González (Roberto Rosales), Luis Vallenilla (Gabriel Cichero) - Miguel Mea Vitali, Leonel Vielma (Luis Manuel Seijas), Ricardo David Páez y Alejandro Guerra - Juan Arango (Daniel Arismendi) e Giancarlo Maldonado (Heiber Díaz, 86). DT: Richard Páez.

Paraguai: Henri Lapczyk - Enrique Vera, Darío Verón, Paulo Da Silva e Claudio Morel Rodríguez (Jorge Núñez, 82) - Cristian Riveros, Edgar Barreto (Diego Gavilán, 86) e Víctor Cáceres; Salvador Cabañas (Dante López, 71) - Roque Santa Cruz (Óscar Cardozo, 81) e Nelson Haedo (Carlos Bonet, 65). DT: Gerardo Martino

Evo Morales chega à Venezuela para adiantar acordos energéticos


CARACAS (AFP) — O presidente boliviano Evo Morales chegou neste sábado a Puerto Ordaz, a 650 Km de Caracas para se reunir com seu colega venezuelano Hugo Chávez e adiantar os acordos energéticos assinados no início de agosto.

Evo Morales e a delegação boliviana foram recebidos por Chávez no aeroporto Manuel Piar em Macagua, onde se reuniram para continuar com os compromissos assinados.

Morales e Chávez darão seguimento a um conjunto de acordos que incluem a instalação de um complexo petroquímico, uma usina de termoeletricidade e o desenvolvimento de planos de exploração compartilhada de petróleo no norte de La Paz, capital boliviana. Durante uma recente visita à Bolívia, Chávez se comprometeu a prover recursos para a instalação de uma termoelétrica no centro da Bolívia cujo investimento junto com uma usina que separa líquidos de gás no sul do país, supera os 1,1 milhão de dólares.

sábado, 8 de setembro de 2007

Debate "Soberania e Progresso Social, a América Latina em Luta!"


Hoje às 18.15 horas, na "Cidade Internacional" da Festa do Avante, debate "Soberania e Progresso Social, a América Latina em Luta!" organizado pelo Partido Comunista Português.

Seguir-se-à uma confraternização de activistas e amigos do "Tirem as Mãos da Venezuela"

Hugo Chávez


Poucos governantes, em todo o mundo, são alvo de campanhas de demolição tão odiosas como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Os seus inimigos têm recorrido a tudo: golpe de Estado, greve petrolífera, fuga de capitais, tentativas de atentados... Desde os ataques lançados por Washington contra Fidel Castro não se via na América Latina uma tal obstinação. São difundidas contra Chávez as calúnias mais miseráveis, concebidas pelas novas oficinas de propaganda – National Endowment for Democracy (NED), Freedom House, etc. – financiadas pela administração do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Esta máquina de difamação, que dispõe de ilimitados recursos financeiros, manipula os transmissores mediáticos (inclusive jornais de referência) e organizações de defesa dos direitos humanos, que por seu turno se alistam ao serviço de tenebrosos desígnios. Acontecendo também, ruína do socialismo, que uma parte da esquerda social-democrata junte a sua voz a este coro de difamadores.

Porquê tanto ódio? Porque na altura em que a social-democracia está a passar na Europa por uma crise de identidade, as circunstâncias históricas parecem ter atribuído a Hugo Chávez a responsabilidade de assumir, à escala internacional, a reinvenção da esquerda. Ao mesmo tempo que no Velho Continente a construção europeia teve como efeito tornar praticamente impossível qualquer alternativa ao neoliberalismo, inspiradas no exemplo venezuelano sucedem-se no Brasil, na Argentina, na Bolívia e no Equador experiências que mantêm viva a esperança de realizar a emancipação dos mais humildes.

A este respeito, o balanço de Chávez é espectacular, sendo compreensível que em dezenas de países pobres ele se tenha tornado uma referência obrigatória. Pois não reconstruiu ele, respeitando escrupulosamente a democracia e todas as liberdades [1], a nação venezuelana com novas bases, legitimadas por uma nova Constituição que garante a implicação popular na transformação social? Não devolveu ele a dignidade de cidadãos a cerca de cinco milhões de marginalizados (entre os quais as populações indígenas) que não tinham documentos de identidade? Não assumiu ele a empresa pública Petroleos de Venezuela S.A. (PDVSA)? Não desprivatizou ele e entregou ao serviço público a principal empresa de telecomunicações do país, bem como a empresa de electricidade de Caracas? Não nacionalizou ele os campos petrolíferos do Orinoco? Em suma, não dedicou ele uma parte dos rendimentos do petróleo à aquisição de uma autonomia efectiva perante as instituições financeiras internacionais e uma outra parte ao financiamento de programas sociais?

Foram distribuídos aos camponeses três milhões de hectares de terras. Milhões de adultos e crianças foram alfabetizados. Milhares de centros médicos foram instalados nos bairros populares. Foram operadas gratuitamente dezenas de milhares de pessoas sem recursos que sofriam de doenças da vista. Os produtos alimentícios de base são subvencionados e propostos às pessoas mais desfavorecidas a preços 42 por cento inferiores aos do mercado. A duração semanal do trabalho passou de 44 para 36 horas, ao mesmo tempo que o salário mínimo subiu para 204 euros por mês (o mais alto da América Latina a seguir à Costa Rica).

Resultados de todas estas medidas: entre 1999 e 2005 a pobreza diminuiu de 42,8 por cento para 33,9 por cento [2], ao mesmo tempo que a população que vive da economia informal caiu de 53 por cento para 40 por cento. Estes recuos da pobreza permitiram apoiar muito o crescimento, que nos três últimos anos foi, em média, de 12 por cento, situando-se entre os mais elevados do mundo, estimulado também por um consumo que aumentou 18 por cento por ano [3].

Perante tais resultados, sem falar dos alcançados na política internacional, será de espantar que o presidente Hugo Chávez se tenha tornado para os donos do mundo e seus fiéis acólitos um homem a abater?

Ignacio Ramonet

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[1] As mentiras a propósito da Radio Caracas Televisión foram recentemente desmentidas, tendo este canal retomado as suas transmissões por cabo e por satélite a partir de 16 de Julho.

[2] Mark Weisbrot, Luis Sandoval e David Rosnick, Poverty Rates in Venezuela: Getting the Number Right, Center for Economic and Policy Research, Washington DC, Maio de 2006.

[3] Ler o dossiê Chávez, not so bad for business, Business Week, Nova Iorque, 21 de Junho de 2007.

Igreja preocupada com expropriação de propriedades


Caracas, 06 set (RV) - Mais polêmica entre Igreja e Estado na Venezuela. A Igreja no país está preocupada com a expropriação de escolas e centros de saúde católicos, por parte do governo.

A fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS) denunciou o crescente temor manifestado por sacerdotes e leigos, de que governo exproprie as escolas católicas do país. Segundo comunicado da AIS, o confisco seria parte do programa de nacionalização dos setores da instrução e da saúde, levado adiante pelo presidente Hugo Chávez.

Para a AIS, as escolas na Venezuela "se vêem sempre mais ameaçadas", porque o Estado influencia o ensino, obriga a utilizar exclusivamente "material aprovado" pelo governo e promove o doutrinamento da população.

Ontem, quarta-feira, a Igreja venezuelana começou uma série de reuniões, durante as quais analisará e discutirá o projeto de reforma da Constituição, apresentado pelo presidente Hugo Chávez, em 15 de agosto.

O vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Roberto Lückert, falou que a reforma de Chávez é um "vestido feito sob medida para um militar". O prelado não excluiu a possibilidade de utilizar as homilias dominicais para apresentar ao povo venezuelano os pontos bons e ruins da reforma. (BF/AF)

Presidente venezuelano quer acordo sobre reféns


Chávez oferece a sua intermediação

Hugo Chávez ofereceu a sua intermediação ao Governo da Colômbia e à guerrilha das FARC para conseguir um acordo humanitário sobre reféns. O presidente da Venezuela prometeu mesmo usar o mecanismo de “indulto presidencial” para mais de uma centena de paramilitares.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez Frías, pediu ao seu homólogo colombiano, Álvaro Uribe, e ao líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Manuel Marulanda, que “facilitem a sua mediação” para chegar a um “acordo humanitário” que permita a troca de guerrilheiros detidos por reféns.

“Peço a Uribe, do coração, ao Governo da Colômbia, assim como a Marulanda, que nos facilitem a tarefa, que não bloqueiem o jogo que está bloqueado”, disse. Hugo Chávez falava ao terminar uma reunião com catorze familiares de sequestrados, membros da Associação de Familiares pela Paz, que viajaram da Colômbia a Caracas para se reunirem com o líder venezuelano.

Entre os participantes na reunião estavam Sílvia Nieto Núñez, mulher do deputado Sigilfredo López, Yolanda Pulécio, mãe da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e Clara González, mãe da advogada Clara Letícia Rojas.

“ [Manuel] Marulanda, é Chávez quem te fala daqui, do Palácio de Miraflores, para onde estiveres. Não te conheço, mas falo-te como “grancolombiano” (de Grande Colômbia, integração antiga de Colômbia e Venezuela), estou aqui com os familiares de colombianas e colombianos em cativeiro”, disse.

“Eu só quero ajudar (...) Oxalá possamos conseguir um acordo para uma troca humanitária”, disse Hugo Chávez, que explicou que o Governo colombiano confiou à senadora Piedad Córdoba a tarefa de procurar um acordo de troca.

Como gesto de boa-vontade o presidente venezuelano prometeu activar os mecanismos de “indulto presidencial” para mais de uma centena de paramilitares que foram detidos a 12 de Maio de 2004, numa fazenda de El Hatillo (leste de Caracas) e acusados de “propósitos desestabilizadores” contra o seu Governo.

O presidente venezuelano não fez qualquer referência ao caso dos quatro portugueses, entre eles três crianças, sequestrados por desconhecidos desde há uma semana no Estado de Táchira (fronteiriço com a Colômbia), quando regressavam de um passeio, durante o fim-de-semana, à barragem de Uribante-Caparo.

Desde então os familiares do comerciante David Barreto Alcedo, de 37 anos, o filho, David Mariano Barreto Vales, de 11, e os sobrinhos Alberto Luís Parra Barreto, de 13, e José David Parra Barreto, de 10, têm feito inúmeros apelos aos sequestradores para que os contactem e para que “tratem bem” os quatro portugueses.