quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Chávez cancela discurso na Assembléia Geral da ONU


CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não participará, nesta semana, da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) devido a problemas de agenda, afirmou na terça-feira o governo venezuelano.

No ano passado, no discurso proferido durante o evento, Chávez gerou polêmica ao chamar o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de diabo.

O líder venezuelano, crítico contumaz do governo norte-americano, não conseguiu na reunião de 2006 obter uma vaga não permanente para a Venezuela no Conselho de Segurança da ONU, apesar de ter conseguido bloquear a candidatura da Guatemala, que contava com o apoio dos EUA.

"Devido a uma incompatibilidade de agenda e a várias atividades que tem de realizar em solo pátrio, ele não poderá participar (da Assembléia Geral)", afirmou o Ministério das Comunicações e da Informação da Venezuela em um comunicado divulgado na terça-feira.

O órgão acrescentou que, no lugar de Chávez, comparecerá ao evento o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolás Maduro.

O dirigente, que faria seu discurso na próxima quarta-feira, afirmou que continuará prestando atenção em cada um dos pronunciamentos e intervenções da assembléia e que ficará o tempo todo em contato com seus representantes.

O presidente venezuelano, que na reunião do ano passado queixou-se do "cheiro de enxofre" deixado por Bush no auditório depois de discursar, também elogiou seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, por seu pronunciamento diante da ONU.

"Eu o congratulei em nome do povo venezuelano, em vista de uma nova agressão do império norte-americano", afirmou Chávez, segundo o comunicado do Ministério das Comunicações e da Informação.

Ahmadinejad foi acusado de ser um "ditador mesquinho e cruel" pelo reitor na Universidade de Columbia, Lee Bollinger, depois de o mandatário iraniano ter criticado Israel e os EUA e haver afirmado que seu país é pacífico.

O presidente venezuelano informou que Ahmadinejad visitará Caracas na quinta-feira, rapidamente, para consolidar as relações bilaterais entre os dois países.

Na assembléia do ano passado, Chávez insistiu a respeito da necessidade de "refundar" a ONU, propondo tirar a sede da entidade de Nova York, em pleno coração do "império", e alterar seu modo de funcionamento. O dirigente também afirmou que a entidade deveria ser mais rápida ao intervir em conflitos internacionais.

O presidente venezuelano trava uma batalha verbal acirrada com o governo norte-americano, trocando constantemente acusações responsáveis por levar as relações entre os dois países para sua pior situação em anos, e isso apesar da intensa troca comercial (incluindo o petróleo) e entre a Venezuela e os EUA.

Sem comentários: