sábado, 22 de setembro de 2007

Chávez recebe porta-voz das Farc dia 8 de outubro, diz senadora


CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vai se reunir no dia 8 de outubro com um enviado da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a fim de negociar um eventual acordo sobre uma troca de reféns por rebeldes presos, afirmou na terça-feira a mediadora colombiana Piedad Córdoba, após encontro com Chávez.

Por meio de uma mensagem de vídeo, Raúl Reyes, porta-voz das Farc, propôs a Chávez realizar a reunião no dia 8 de outubro (aniversário da morte do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara), no Palácio de Miraflores (sede do governo da Venezuela).

"O presidente aceita a proposta da reunião, aceita a data dela e, obviamente, aceita que o encontro comece a ser preparado para o caso de realmente ocorrer em Miraflores", afirmou a jornalistas Córdoba, uma senadora colombiana, depois de reunir-se com Chávez.

A senadora acrescentou que a principal exigência do presidente venezuelano para fazer parte do processo na qualidade de mediador é que as Farc apresentem "provas de que os reféns estão vivos", questão a que se dedicará nos próximos dias.

O envolvimento de Chávez na questão sofreu um revés depois de o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, ter negado autorização para o líder venezuelano encontrar-se com os guerrilheiros em território colombiano.

Um eventual acordo poderia incluir a troca de dezenas de reféns atualmente nas mãos das Farc, entre os quais a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt (de cidadania franco-colombiana) e três norte-americanos, por centenas de guerrilheiros mantidos em prisões colombianas.

Antes de reunir-se com Córdoba, que levou a mensagem gravada em vídeo, Chávez já havia dito estar disposto a realizar um encontro preparatório antes de conversar com Marulanda, líder das Farc.

"O que estamos discutindo agora é uma reunião a ocorrer em breve com o enviado de Marulanda. Tenho quase certeza de que isso acontecerá nas próximas semanas", afirmou o dirigente venezuelano.

Chávez, que conta com o apoio do presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que esses esforços poderiam servir de prelúdio para negociações mais amplas capazes de levar a um acordo de paz na Colômbia, mergulhada em um conflito interno há mais de 40 anos. Esse conflito já deixou milhares de mortos.

As Farc, o grupo guerrilheiro mais antigo da América Latina, contam com cerca de 17 mil combatentes e defenderam recentemente que fossem retiradas da lista de "organizações terroristas" elaborada pelos EUA e pela União Européia (UE).

(Por Enrique Andrés Pretel)

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