sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Venezuela defende preço atual do petróleo


da Efe, em Viena

A Venezuela acredita que o atual preço do petróleo é "justo" e que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) não deve aumentar agora a oferta conjunta para reduzir o valor, afirmou hoje em Viena o ministro do Petróleo venezuelano, Rafael Ramírez.

"O mercado está bem abastecido. Não vemos nenhuma situação que nos obrigue a mudar a política que temos. Pelo menos, poderíamos esperar até dezembro. Agora não é necessário", disse Ramírez a jornalistas após chegar ao hotel onde está hospedado na capital austríaca.

"Cumprir o nível do corte que tínhamos, manter nossa política de cortes, não aumentar a produção, e ver como a situação evolui. O mercado está equilibrado", resumiu o ministro venezuelano sobre a posição de Caracas na 145ª conferência ministerial do cartel, que começa amanhã na sede do grupo em Viena.

Ramírez qualificou de "justos" os atuais preços do hidrocarboneto nos mercados mundiais.

"Nós insistimos em que nossos custos aumentaram muitíssimo. O tema do preço do petróleo não pode ser visto apenas de um lado, do lado dos consumidores. Todos os países (produtores de petróleo) têm sérios problemas para implementar seus projetos de aumento de produção, pois os custos dispararam", disse o ministro venezuelano.

Após uma nova escalada nos últimos dez dias, o barril (de 159 litros) do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve), referência para os Estados Unidos, era vendido hoje por cerca de US$ 76, enquanto o Brent, referência para a Europa, passava da casa dos US$ 74.

Na sexta-feira, o barril usado como referência pela Opep fechou a US$ 72,01, apenas US$ 1,66 a menos que seu recorde histórico (de US$ 73,67), alcançado em 20 de julho. "É um preço justo para nós. É um preço que permite desenvolver nossas atividades", ressaltou Ramírez.

Desta forma, a Venezuela defende que a Opep decida amanhã manter em vigor o corte de sua produção em 1,7 milhões de barris diários (mbd), que entrou em vigor no inverno do hemisfério norte.

O acordo fixou em 25,8 milhões de barris diários (mbd) a produção conjunta de dez dos 12 países-membros do cartel --todos menos Iraque e Angola--, mas, segundo os analistas, o grupo supera este volume em cerca de 900 mil barris diários.

"O compromisso de corte será mantido e, na reunião, vamos verificar o nível de cumprimento... É preciso insistir no cumprimento do corte. Foi um compromisso entre nós, devemos cumpri-lo", ressaltou o ministro.

Ramírez não descartou, no entanto, que o mercado possa precisar de um fornecimento maior até o fim de 2007.

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