sábado, 8 de setembro de 2007

Presidente venezuelano quer acordo sobre reféns


Chávez oferece a sua intermediação

Hugo Chávez ofereceu a sua intermediação ao Governo da Colômbia e à guerrilha das FARC para conseguir um acordo humanitário sobre reféns. O presidente da Venezuela prometeu mesmo usar o mecanismo de “indulto presidencial” para mais de uma centena de paramilitares.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez Frías, pediu ao seu homólogo colombiano, Álvaro Uribe, e ao líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Manuel Marulanda, que “facilitem a sua mediação” para chegar a um “acordo humanitário” que permita a troca de guerrilheiros detidos por reféns.

“Peço a Uribe, do coração, ao Governo da Colômbia, assim como a Marulanda, que nos facilitem a tarefa, que não bloqueiem o jogo que está bloqueado”, disse. Hugo Chávez falava ao terminar uma reunião com catorze familiares de sequestrados, membros da Associação de Familiares pela Paz, que viajaram da Colômbia a Caracas para se reunirem com o líder venezuelano.

Entre os participantes na reunião estavam Sílvia Nieto Núñez, mulher do deputado Sigilfredo López, Yolanda Pulécio, mãe da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e Clara González, mãe da advogada Clara Letícia Rojas.

“ [Manuel] Marulanda, é Chávez quem te fala daqui, do Palácio de Miraflores, para onde estiveres. Não te conheço, mas falo-te como “grancolombiano” (de Grande Colômbia, integração antiga de Colômbia e Venezuela), estou aqui com os familiares de colombianas e colombianos em cativeiro”, disse.

“Eu só quero ajudar (...) Oxalá possamos conseguir um acordo para uma troca humanitária”, disse Hugo Chávez, que explicou que o Governo colombiano confiou à senadora Piedad Córdoba a tarefa de procurar um acordo de troca.

Como gesto de boa-vontade o presidente venezuelano prometeu activar os mecanismos de “indulto presidencial” para mais de uma centena de paramilitares que foram detidos a 12 de Maio de 2004, numa fazenda de El Hatillo (leste de Caracas) e acusados de “propósitos desestabilizadores” contra o seu Governo.

O presidente venezuelano não fez qualquer referência ao caso dos quatro portugueses, entre eles três crianças, sequestrados por desconhecidos desde há uma semana no Estado de Táchira (fronteiriço com a Colômbia), quando regressavam de um passeio, durante o fim-de-semana, à barragem de Uribante-Caparo.

Desde então os familiares do comerciante David Barreto Alcedo, de 37 anos, o filho, David Mariano Barreto Vales, de 11, e os sobrinhos Alberto Luís Parra Barreto, de 13, e José David Parra Barreto, de 10, têm feito inúmeros apelos aos sequestradores para que os contactem e para que “tratem bem” os quatro portugueses.

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