quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

EUA infiltram paramilitares na Venezuela, diz Chávez

CARACAS (Reuters) - O último plano do "império" norte-americano para desestabilizar a revolução venezuelana é infiltrar paramilitares no país sul-americano, com a colaboração de Bogotá, para armar bandos de delinquentes, denunciou no domingo o presidente venezuelano Hugo Chávez.

O mandatário costuma denunciar variadas estratégias de seu arqui-inimigo Washington para invadir o país petroleiro e de inclusive tentar matá-lo, apesar de não apresentar provas a esse respeito. Recentemente, Chávez acusou os Estados Unidos e a Colômbia de prepararem uma agressão militar contra a Venezuela.

Chávez afirmou que serão denunciadas perante "instâncias internacionais" um plano para trazer ao país paramilitares, que já estariam operando em Estados fronteiriços com a Colômbia e também na capital Caracas.

"(Os paramilitares) chegam até Caracas. Mas não andam com fuzis, nem andam uniformizados, não", disse o presidente em seu programa dominical de rádio e televisão, "Alô, Presidente", transmitido a partir de seu Estado natal, Barinas, no sudoeste do país.

"Andam fazendo trabalho nos bairros, vendendo cocaína, digamos assim, por preços abaixo do mercado, muito barata, para ganhar os bandos, os delinquentes dos bairros, e ir armando-os com armas de guerra", acrescentou Chávez, que assegurou que a base de operações do plano é a Colômbia.

As relações diplomáticas entre Caracas e Bogotá passam por seu pior momento na história recente depois que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, colocou fim no mês de novembro último ao trabalho de intermediação que Chávez realizava na busca por um acordo com a guerrilha das Farc.

A polêmica entre ambos os mandatários se avivou quando o presidente venezuelano pediu há duas semanas que a comunidade internacional deixe de classificar como "terrorista" as Farc e o Exército de Libertação Nacional, o que foi rechaçado categoricamente pela Colômbia.

Recentemente, Chávez ordenou ao Exército que reforçasse sua presença na fronteira com o país vizinho, afim de reduzir o contrabando de alimentos e combustíveis.

Além disso, o governo venezuelano acusou nesta semana a Exxon Mobil de querer desestabilizar o país, depois que a petrolífera norte-americana anunciou nesta semana ter conseguido congelar ativos da estatal PDVSA em sua batalha legal contra Caracas pela nacionalização de um projeto de petróleo pesado em 2007.

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